Sejam Bem Vindo (a)!

Mostre que você não apenas é observado, mas também um observador da mídia...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os sinais midiáticos de mudança de tempo

Realmente, ao que tudo indica, mais que a virada de mais um ano e de mais uma década, a passagem para 2011 aponta para mudanças.... ao menos é o que assistimos no cenário midiático. Vejamos, algumas das mudanças mais surpreendentes:

O Faustão está magro;
O Sílvio Santos está quase pobre;
O Tiririca está alfabetizado (e legislador!);
Richarlyson está chamando os outros de 'viado';
O Tony Ramos está beijando a Mariana Ximenes ;
O José Alencar (ainda) está vivo;
Geyse Arruda está capa da revista;
Justin Bieber tem biografia;
Hebe abandona o sofá centenário do SBT;
A Globo homenageia artista de outra emissora (Hebe);
e por último, no Rio de Janeiro não tem mais traficante...

Se continuar assim, onde vamos parar?!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A mídia na virada de ano

Mesmo vivendo na era das mudanças constantes e das incertezas, época em que as verdades, valores e tradições parecem evaporar no ritmo cada vez mais alucinante da pós-modernidade, o ano de 2010 se encerra confirmando algumas previsões apontadas por cientistas sociais e diversos outros estudiosos há anos. Previsões que apontam para o que podemos chamar de sinais característicos da contemporaneidade. Dentre eles está a centralidade da mídia na sociedade em que vivemos, a qual, como já foi comentado por diversas ocasiões neste espaço virtual, é regida pelo poder da visibilidade tecnocêntrica. Dito de outra forma, uma sociedade centrada na espetacularização do olhar eletrônico que a cada dia, invade os lares, a intimidade e os recantos na natureza humana até pouco tempo tidos como insondáveis e até invioláveis.

A propagação em torno do lançamento da 11ª edição do Big Brother Brasil, em janeiro, e que prometer ser ainda mais contundente e apelativo, arrebatando novos recordes de índices de audiências, atesta a consolidação desse cenário social que, vale ressaltar, de novo não tem nada. Trata-se, apenas de uma evolução de um fenômeno já previsto por diversos pensadores há mais de cinco décadas atrás. Dentre eles, Guy Debord que, por meio de sua clássica obra “a sociedade do espetáculo’, já desenhava nos anos 60, o estilo de vida espetacularizado propiciado pelas mídias, teoria essa que só vem sendo atualizada e da qual os diversos programas de reality show continuam sendo a parte mais explícita desse traço marcante do período histórico vivido.

Um fenômeno que, como já é notório, se acelera cada vez mais via banda larga da internet e pela produção e popularização das chamadas novas tecnologias de comunicação e informação, a exemplo dos aparelhos multimidiáticos por meio dos quais, o cotidiano se transforma numa novela com capítulos marcados para veiculação e a vida, um mero e espetacular palco para sensações efêmeras.

Paralelo a essa realidade, vivemos um outro fenômeno não menos marcante da contemporaneidade midiatizada e espetacularizada, no qual centramos nossa atenção por diversas vezes nos comentários aqui postados este ano e que certamente, voltaremos a fazê-lo em 2011. Referimo-nos às transformações radicais porque atravessa a chamada mídia tradicional e, em particular, à imprensa, instituição essa que está tendo que rever seu papel e modos operandi para sobreviver num mundo cada vez mais diversificado e plural.

Nesse sentido, como analisou recentemente o crítico de mídia, Venicius Lima, a imprensa deveria aproveitar o momento de balanços e retrospectiva para se auto-avaliar e provocar algumas mudanças urgentes em sua estrutura e modo de se situar mediante os fatos e personagens de que se valem comom matéria prima. Como muito bem alerta o colega citado, que nesse contexto, a grande mídia passe a fazer avaliações públicas de si mesma, de seu próprio desempenho, de sua parcialidade, de seus preconceitos, de suas tendências, de suas omissões, de suas escolhas, de seu papel na democracia que, como sabemos, tem na comunicação, um de seus elementos essenciais. E, nesse exercício de reflexão maduro, aproveitar para se conscientizar que, no cenário de mudanças do fluxo informacional estabelecido pelas novas e, ainda por enquanto, novas mídias paralelas, urge a necessidade de uma postura mais democrática ou que, pelo menos, subestime menos o poder crítico da massa receptora.

Não esquecendo-se de que, os meios de comunicação de massa continuarão se perpetuando, entretanto, mesmo ainda operando com forte poder de influência junto à sociedade, essa mesma sociedade está se reestruturando e passando a contrastar seu olhar com o olhar que a mídia tradicional costuma lançar sobre os fatos a acontecimentos registrados no cotidiano e, dos quais, os sujeitos começam a se ver melhor, como um espécie de efeito colatra do olhar do grande irmão onipresente (the big brother).

Enfim, finalizando este último comentário de 2010, por meio do qual, esperamos sensibilizar os caros amigos internautas que nos acompanham virtualmente, a pensarmos mais ainda sobre a nossa postura mediante esses fenômenos aqui ressaltados, dos quais, não há como negar, somos agentes centrais. Se passivos ou pró-ativos, cabe a cada um de nós se determinar.

Que em 2011, possamos continuar compartilhando, por meio desse espaço, de nossos pontos de vistas sobre esse elemento cada vez mais marcante da vida em sociedade que é a mídia, pontuando de forma crítica, nossa visão em torno dos fazeres midiáticos que atinge a todos nós.

Bom ano novo, e que, mais que virada de ano, promovamos uma virada de olhares gerando novas perspectivas e esperanças...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um olhar retrospectivo sobre a mídia em 2010

Como se tornou de costume no espaço jornalístico, é chegado mais um fim de ano e com ele, o momento para as retrospectivas em torno dos acontecimentos mais relevantes na ótica da imprensa. Uma típica estratégia de ação midiática que, como sabemos, não condiz necessariamente com a contemplação dos acontecimentos mais relevantes para a sociedade, mas sim, naquilo que foi registrado pelas câmaras digitais e jogado nos telejornais, conforme nos esclarece a conhecida 'teoria do agenda setting'.

Não obstante, aproveitando o ensejo do olhar retrospectivo, nos valemos da ocasião para apresentarmos aqui, um comentário sobre a retrospectiva acerca da cobertura jornalística no campo político e que aponta para uma nítida parcialidade dos veículos de comunicação no país. Em outra palavras, uma (re) leitura crítica no intuito de clarearmos ainda mais nossa visão acerca do modos operandi da indústria informativa, cuja ideologia, como já não é não é mais novidade para nenhum ser vivente, nem sempre (ou seria melhor, na maioria das vezes) não converge com os interesses essencialmente públicos e democráticos. Enfim, uma análise acerca da postura político-ideológica da mídia tradicional, constituída e a serviço, vale sempre lembrar, pela classe dominante. Uma elite que queira teve de se render á força das estatísticas sociais.

Para tanto, ao invés de tecermos com palavras próprias a nossa leitura crítica em torno dessa realidade, consideramos adequado e até mesmo mais justo, reproduzirmos, neste espaço, um artigo escrito por Luciano Martins Costa, publicado originalmente no site do Observatorio da imprensa, no qual, o autor apresenta uma análise crítica acerca do trabalho de fluxo informacional produzido pela imprensa dentro do contexto das transformações, sobretudo, de caráter tecnológicas que vem pondo em xeque-mate, o posicionamento da indústria de notícias diante da realidade global a que estamos todos submetidos.

*Em muitos lugares do mundo, e em especial no Brasil, o ano de 2010 escancara evidências de que a mídia tradicional faz escolhas que nem sempre contemplam os interesses da maioria.
Por Luciano Martins Costa

O ano de 2010 deixa algumas lições importantes para os observadores da imprensa e para todos os cidadãos que se preocupam com o futuro das liberdades democráticas. O impacto dos vazamentos do WikiLeaks certamente é uma delas, com a revelação de que na sociedade hipermediada não há garantia para segredos. Fica também a constatação de que, diante da possibilidade de uma ampla transparência nas relações de poder, a imprensa tende a se alinhar com o conservadorismo e a manutenção do sistema no qual há informações para todos e informações para alguns.

Compreende-se que a imprensa, assim como os poderes que compõem o Estado, considere que alguns assuntos não devem ser do domínio público. Mas o fenômeno do WikiLeaks, ainda que considerado um instrumento de publicização aleatória, sem critérios jornalísticos, conseguiu sacudir o establishment e colocar sob suspeição a seriedade das razões que movem muitas decisões de Estado.

Considerando-se outras inovações nas tecnologias de comunicação e de informação, é de se questionar se o modelo tradicional da imprensa ainda tem validade.


Jornalismo e poder


Em muitos lugares do mundo, e em especial no Brasil, o ano de 2010 escancara evidências de que a mídia tradicional faz escolhas que nem sempre contemplam os interesses da maioria.

O trabalho de seleção e divulgação ordenada de notícias revelou-se claramente parte dos jogos de poder, e a imprensa não pode mais escapar de certos questionamentos, principalmente levando-se em conta que o seu valor sempre esteve vinculado a uma suposta missão de informar a cidadania para a defesa dos princípios democráticos.

Mas quanto e como a imprensa contemporânea contribui para o aprimoramento da democracia?

Sempre vale a pena rever os arquivos: em uma edição de domingo, 23 de março de 2003, o Estado de S.Paulo publicou artigo de Orville Schell, do New York Times, no qual ele afirmava que "o problema enfrentado por muitas empresas de comunicação não é continuar no ramo, mas continuar no jornalismo". Segundo o autor, "a imprensa vem perdendo a capacidade de manter a democracia suficientemente informada para tomar decisões inteligentes".

No caso do Brasil, já faz décadas que a imprensa tradicional vem fazendo esse esforço para abandonar o jornalismo em troca de poder, em detrimento da democracia.


Onde foi que a imprensa errou?


Termina, com este ano, o período de governo chefiado por um ex-operário, sindicalista que liderou a renovação das relações de trabalho no Brasil, contribuindo para recuperar a liberdade de associação interrompida pela ditadura, encerrando uma história de representações criadas sob a tutela do Estado Novo.

Luiz Inácio Lula da Silva deixa o governo com uma popularidade histórica, jamais alcançada por qualquer outro governante brasileiro, que provavelmente não será superada tão cedo, com indicadores econômicos e sociais marcantes e um processo de inclusão do Brasil entre as nações líderes neste início de século.

Contraditoriamente, esse mesmo governante entra e sai da cena política sob críticas incessantes da imprensa tradicional.

Como todos os chefes de Estado, certamente cometeu erros e acertos e deixa muitas tarefas importantes por serem completadas, como algumas reformas reclamadas há décadas pela sociedade. Mas dificilmente os pesquisadores irão encontrar, em outro período da História brasileira, tantas e tão profundas mudanças, que no entanto não parecem ser levadas em conta nas avaliações que a imprensa faz dele diariamente, numa indisfarçável e permanente manifestação de má vontade.

Quando surgiu para a cena política, o então sindicalista foi entrevistado por este observador, então um jornalista iniciante. O ano de 1975 ia pela metade e ele havia acabado de assumir a presidência do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Mauá e Diadema. Era chamado de "Baianinho".

Duas de suas respostas àquela entrevista foram marcantes: na primeira, ele afirmava que o Brasil somente poderia ser considerado um país sério quando um operário pudesse comprar o carro que ajudava a fabricar ou um apartamento no prédio que ajudava a construir. Na segunda resposta, dizia ser seu sonho ajudar os trabalhadores, organizados, a se tornarem protagonistas da política nacional.

Eram tempos duros, de uma ditadura renitente ainda convulsionada pela disputa interna entre os militares que defendiam a abertura do regime e aqueles que conspiravam para reduzir ainda mais as poucas liberdades públicas.

Passados 35 anos, o ex-metalúrgico contabiliza em sua biografia a construção de um sindicalismo forte o suficiente para servir de plataforma para a criação de um dos maiores partidos políticos nacionais e deixa o governo com o mérito de haver produzido, com um misto de políticas sociais inovadoras e estratégia econômica conservadora mas eficiente, um inédito e consistente fenômeno de mobilidade social.


Espancando a verdade


Uma consulta aos arquivos da própria imprensa revela que os jornais se esforçaram para que Lula da Silva não fosse eleito. Empossado, os jornais apostaram no seu fracasso.

O Brasil se recuperava lentamente de uma sucessão de crises internacionais, o que revelava uma base frágil da economia como um todo, vulnerável até mesmo a sacolejos nas distantes e irrelevantes Indonésia ou Malásia.

Cerca de 2,5 milhões de brasileiros estavam sem emprego, o que representava 12,3% da população ativa sem remuneração assegurada. Mesmo com a mudança no sistema de cálculo – porque até então a base incluía pessoas com idades acima de 15 anos, e não de 18, como passou a ser considerado – o que se viu, a partir de 2003, foi uma redução constante e consistente do desemprego, além do crescimento da renda do trabalho.

A imprensa vive repetindo que Lula recebeu o Brasil em excelentes condições. Não é verdade: os dados publicados pelos jornais no período informam que a inflação havia disparado em 2002, a tal ponto que o Conselho Monetário Nacional foi obrigado, em janeiro de 2003, a aumentar em mais de 100% a meta para aquele ano – de 4% para 8,5% – dada a impossibilidade de se obter uma convergência entre a inflação real e aquela que fora projetada no fim do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

Em 2002, a inflação real no Brasil havia evoluído de 7,62% em janeiro para 12,53% em dezembro, uma das mais altas do planeta. Na verdade, era a quarta maior inflação entre as 37 economias mais importantes do mundo, com um crescimento pífio nos dez anos anteriores.

Os números desmentem manchetes, artigos e editoriais. A chamada grande imprensa acumulou nesse período uma coleção de prognósticos equivocados. A imprensa precisa ser crítica, mas deve sempre perseguir a verdade. Não para espancá-la, mas para se servir dela.


O novo herói da mídia


O ano de 2010 está chegando ao fim e, com ele, um governo que, em dois mandatos, viveu o inferno em suas relações com a chamada imprensa tradicional.

Muito foi dito neste Observatório sobre esse conflito, que teve seu auge nos anos de 2005 e 2006 e, mais recentemente, na campanha eleitoral de 2010. E os observadores que acompanham essas análises desde então se dividiram em dois grupos inconciliáveis: aquele que vê em cada linha, em cada notícia, uma conspiração do "Partido da Imprensa Golpista" e aquele que imagina que toda crítica à imprensa é militância em defesa do lulo-petismo.

São raros, na verdade, os comentaristas que conseguem escapar desse estado de guerra, que teve episódios grotescos, como o da bolinha de papel – ou rolo de adesivo – capaz de produzir uma tomografia e uma infinidade de teorias, cada uma mais esdrúxula que a outra.

Toda essa parafernália de argumentos desapareceu repentinamente da imprensa e das cartas de leitores logo após a eleição – tanto nos jornais quanto nos comentários de blogs – e a política tomou outros rumos.

No noticiário dos jornais, o que se viu, durante todo o mês de dezembro foi a correria dos repórteres para tentar antecipar as escolhas do futuro ministério, dos cargos importantes no Banco Central, e a composição de poder da aliança que venceu a eleição presidencial. Sobrou um pouco de atenção para a formação de alguns dos novos governos estaduais e destacou-se também o processo de reorganização das forças oposicionistas.

Nesse sentido, a leitura diária dos jornais mostrou claramente que, para a imprensa, o ex-governador José Serra já é parte do arquivo morto da política. Suas tentativas de ocupar uma vitrina nacional e dali continuar influenciando a política, não receberam o respaldo que se esperava da imprensa, considerando-se o espaço com que sempre contou enquanto representava uma alternativa de poder.

A imprensa tradicional do Brasil já tem novo candidato à Presidência da República. Ele se chama Aécio Neves da Cunha.


Jogos de poder


De tempos em tempos, a imprensa tradicional do Brasil elege seus heróis. Quase sempre, escolhe entre as alternativas mais conservadoras. Foi assim em 1985, quando Fernando Henrique Cardoso disputou a prefeitura de São Paulo pelo PMDB: a maioria dos grandes jornais manifestou clara preferência por Jânio Quadros, não nos editoriais, mas na intensidade crítica do noticiário.

O episódio em que FHC, considerado então representante das forças da esquerda, sentou-se na cadeira de prefeito antes da eleição, foi na verdade estimulado por fotógrafos dos jornais e depois oportunisticamente explorado pela mídia. Da mesma forma, as respostas dúbias a perguntas maliciosas sobre uso de maconha e religiosidade foram manipuladas no noticiário da época.

Fernando Henrique só se tornou palatável para a imprensa tradicional quando se apresentou como a única alternativa para bloquear a chegada do PT ao poder, de 1994 em diante, assim como o PSDB só passou a ser o predileto da mídia quando se revelou ou se tornou um partido de centro-direita. Antes dele, a imprensa já havia inventado Fernando Collor, cujo governo acabou em impeachment, com protagonismo decisivo de seus antigos apoiadores na mídia.

A história dessa reviravolta ainda está por ser contada em detalhes, mas, em suma, trata-se da mesma antiga tradição da troca de apoio em projetos de poder.

É preciso contar, por exemplo, como as medidas econômicas de Collor possibilitaram o sucesso do Plano Real, e de como o isolamento do chamado "Centrão", promovido pela elite parlamentar que viria a constituir o PSDB, acabou criando o bloco que veio a se aliar sucessivamente a Fernando Henrique e depois a Lula da Silva, compondo o perfil fisiológico do Congresso Nacional que a sociedade tanto deplora.

Final de ano, início de nova década, fim de um ciclo fascinante da política nacional, era tempo de a imprensa nos brindar com um olhar isento e profundo sobre a história recente da nossa democracia

*Artigo publicado no site http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ e no site http://www.revistaforum.com.br/

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NATAL DE FÉ!

A você caro (a) amigo (a), meus votos de um natal em família feliz. Que possamos ter uma experiência natalina centrados na essência dos sentimentos originais deste período do ano, os quais ultrapassam as irradiações do que é propagado pela mídia a serviço do mercado de consumo e que tem na figura do papai noel, o sentido maior. Enfim, um natal cristão alimentando a nossa fé na pessoa de Jesus, o Cristo.

FELIZ NATAL !!!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Wiki-Leaks e a liberdade de expressão

Retomando um assunto já comentado neste espaço, continua repercutindo em todo o mundo o episódio da prisão do idealizador do polêmico site WikiLeaks, Julian Assange. Capa das principais publicações jornalísticas de várias nações, dentre elas, da revista Veja, no Brasil, Julian conseguiu formar, involutariamente, um verdadeiro exército de hackers espalhado por todo o mundo, o qual saiu em defesa deste que se tornou bandido para alguns e herói para outros, dividino opiniões a cada dia que se passa.

Julgamento a parte, o fato indiscutível é que, como já destacam diversos veículos de comunicação, a exemplo da própria revista Veja, o WikiLeaks se tornou uma das maiores demonstrações incontestáveis da força e poder devastador da internet enquanto instrumento de comunicação informacional. Poucos dias antes de sua prisão, o eminente líder da polêmica rede de quebra de sigilos e documentos diplomáticos revelou, mesmo que indiretamente, em entrevista concedida a um canal de TV (ver:http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1754), o novo rumo vislumbrado num mundo onde a informaçaõ vem deixando de ser o produto exclusivo da indústria jornalística.

Indo um pouco mais além, como já dissemos no nosso comentário anteiror sobre o acontecimento em questão, a ação desencadeada pelo WikiLEaks aponta para uma das primeiras grandes demonstrações do poder revolucionário que a internet está a provocar no, cada vez mais complexo, dinâmico e incontrolável fluxo informacional que rege o mundo contemporâneo, mundo esse reduzido à velha máxima McLuhiana de 'aldeia global'. Uma aldeia onde os segredos, não importa se de estado, particular ou qualquer que seja o tipo, seja violado e propagado aos aldeãs, sem nenhum controle ou segredo!.

Neste caso, o controle, como está sendo acompanhado é via o modos operandi mais primitivo que é a prisão e amordaçamento do acusado. Algo que, como também está sendo observado, é tarde demais uma vez que no mundo virtual/real Julian está livre, leve e solto, continuando a causar os 'estragos' aos poderosos.

Por outro lado, o episódio está reforçando o apelo à discussão democrática sobre a polêmica questão da liberdade de expressão, algo que os monopólios de veículos de comunicação continuam a empurrar para debaixo do tapete, sabotando todas as iniciativas por parte da sociedade civil. Tudo em nome do jogo mercenário que continua regendo a cadeia capitalista de produção e circulação da informação. Algo com os dias contados, certamente!.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A guerra no Rio e o espetáculo no vídeo

A "Guerra no Rio", como ficou conhecido o confronto entre os policiais e os traficantes no Estado do Rio de Janeiro, vem provocando uma série de comentários no mundo virtual. O episódio, como não é mais novidade para nenhum brasileiro, sobretudo, para aqueles que lançam um olhar mais crítico sobre o enquadramento jornalístico do cotidiano, se revelou em mais uma nítida demonstração do poder de espetacularização da mídia.

Como não poderia deixar de ser, o episódio serviu como um prato cheio para os veículos de comunicação e, de maneira especial, para as emissoras de TV´s que deram novos contornos, cores e, como sempre, uma boa pintada de dramatização ao fato em destaque.

O destaque maior, nesse contexto, ficou para a TV Globo que, como foi acompanhado por todos os telespectadores brasileiros, chegou a tornar o ex-capitão do BOPE, Rodirgo Pimentel, em repórter e apresentador. Além de ressaltar o aspecto de espetáculo dado ao episódio, ao utilizar de tal expediente, a emissora deixou claro o seu posicionamento quanto a polêmica queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

O fato provocou uma indignação por parte do Sindicatol dos Jornalistas Profissionais do Município de Rio de Janeiro que divulgou uma nota de repúdio à ação da Tv dos Marinho. Na nota, a entidade afirmava que "A figura de um policial com a de repórteres, expõe a riscos ainda maiores os profissionais da imprensa em geral que cobrem a violência na cidade, e não apenas os daquela emissora, tornando-os alvos em potencial de bandidos".

O excesso de manipulação e espetacularização por parte das TV´s mediante o caso, fato este obervado já apartir do próprio título que foi dado ao episódio: 'A Guerra no Rio', é pontuado por vários estudiosos. Na avaliação do antropólogo Edilson Almeida da Silva, autor do livro Notícias da violência urbana: um estudo antropológico (Editora UFF), a cobertura jornalística cometeu excessos e tratou o assunto de uma forma simplista.

Em matéria assinalada pela jornalista Izabela Vasconcelos e publicada recentemente no site do www.comuniquese.com.br“, o especialista e pesquisador do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC), da Universidade Federal Fluminenserevelou que "Apesar de ser um grande conflito, há certa espetacularização do problema. É tratado de uma maneira maniqueísta, como mocinhos e bandidos. Apenas dois lados se contrapondo é uma forma simplista”.

Em breve retornaremos a esse tema que certamente ainda renderá muitos comentários no espaço cibernético....

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sensacionalismo x retratação

O Ministério Público continua aguardando a retratação por parte do apresentador José Luiz Datena e da TV Bandeirantes, emissora em que este apresenta diariamente o programa policial "Brasil Urgente", por meio do qual ele agrediu verbalmente a classe dos ateus se referindo a esses como pessoas do mal.

Extrapolando o episódio em questão, cuja atitude do protagonista dispensa maiores comentários se classificando como algo pra lá de repugnável, e retomando o conteúdo do último comentário aqui postado sobre a classificação indicativa, acreditamos que está mais do que na hora de o Ministério da Justiça, Ministério Público e demais órgãos similares, adotarem medidas urgentes e efetivas contra esse tipo de despropósito na televisão brasileira.

A atitude de Datenna revela, como não é segredo para ninguém, um estilo sensacionalista de se fazer jornalismo totalmente anti-ético que se repete, vale ressaltar, por apresentadores que estão a frente de programas de rádio e TV em todo o país. Trata-se de um grupo de indivíduos que parecem não ter o mínimo de consciência do tamanho da responsabilidade do espaço que ocupam diariamente nos meios de comunicação de massa, os quais fazem questão de massacrar, através da fala, de forma permanente e totalmente desumana, diversas pessoas com quem costumam não concordar.

É inegável que é por causa de comunicólogos desses tipos que hoje se discute a questão do direito da liberdade de expressão, um direito que, infelizmente, tem sido muito mal utilizado por boa parte dos profissionais que atuam na chamada grande mídia, profissionais esses que, é bom frisar, terminam sendo modelo repetido por centenas de radialistas e tele apresentadores em todo o país.

Muito mais que retratação, o que o Ministério Públicos e demais órgãos competentes já deviam ter feito era interditar a atuação de programas baseados nesse tipo de estilo sensacionalista que continua se proliferando pelas redes de rádio e TV em todo o Brasil. Só assim, se evitaria o trabalho constante de apagamento de incêndio, passando para a prevenção destes. Ou seja, poríamos um fim a esse duelo sem fim entre o sensacionalismo x retratação. O que não se pode nem deve mais, é se ligar a TV a qualquer horário do dia e nos depararmos com tamanhos absurdos e desrespeito ao bom senso e aos direitos humanos...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A classificação indicativa audiovisual no Brasil

Numa iniciativa, até então inédita no país, o Ministério da Justiça promove uma consulta pública permitindo à sociedade civil participar do processo de definição das normas de classificação inidicativa dos produtos midiáticos audiovisuais exibidos no país, a exemplo de filmes e novelas que chegam diariamente a milhares de telespectadores em todo o país.

Trata-se, sem sombra de dúvidas, de um importante espaço para que deixemos de lado, um pouco que seja da passividade que sempre caracterizou a participação dos receptores no processo de comunicação e exerçamos uma conduta ativa mediante o que nos é apresentado diariamente nas telas de TV´s e cinemas sem nenhuma chance de discutirmos ou ao menos, conhecermos melhor o processo de definição de classificação indicativa, a maioria das vezes, pra lá de questionável.

O debate público sobre o atual modelo de Classificação Indicativa está sendo realizdo on-line através do preenchimento de um pequeno cadastro. Através do endereço http://culturadigital.br/classind, qualquer cidadão poderá opinar sobre as normas e critérios atualmente usados na classificação de obras audiovisuais.

A intenção do MJ é coletar argumentos de pais, produtores e distribuidores de filmes, emissoras de televisão e qualquer interessado sobre o tema para atualizar os critérios da Classificação Indicativa e lançar, ainda em 2010, portaria única para regulamentar o tema. A discussão acontecerá sempre pela Internet e o debate ficará aberto pelo período de 30 dias.
Os participantes poderão opinar sobre o texto vigente, sugerir nova redação, novos artigos, novos critérios, poderão publicar cenas para exemplificar seus argumentos e comentar os argumentos publicados pelos demais. A atual portaria está vigente desde 2007.

Para mais informações acerca do processo de classificação indicativa, reproduzimos, abaixo, um texto enviado por um amigo , extraído de um site de noticias. Um pouco longo, mas bastante elucidativo para os interessados em conhecer melhor como se dá a avaliação da produção audiovisual que nos chega cotidianamente e que por vezes, revelam conteúdos e imagens para lá de inapropriadas para a faixa-etária indicadao e horário de exibição. Vejamos:


AVALIAÇÃO
“Depois de quatro anos em aplicação, queremos conhecer o que a sociedade pensa sobre a classificação indicativa. Não queremos uma votação, nem maniqueísmos. Queremos conhecer os argumentos da sociedade, de diretores, produtores, artistas, pais, juristas, em uma discussão ampla, pública e transparente, para que todos conheçam as opiniões e argumentos de todos”, afirmou o Secretário Nacional de Justiça, Pedro Abramovay.

O Ministério colocará em discussão toda a atual regulamentação do processo de Classificação Indicativa, que envolve cinco portarias que definem desde os critérios-chave (sexo, violência e drogas) até as faixas etárias (livre, 10 anos, 12 anos, 14 anos, 16 anos, 18 anos) e horárias (20h, 21h, 22h e 23h), além do entendimento sobre como esses critérios devem ser combinados para chegar à classificação final.

Segundo Abramovay, quando o MJ começou a aplicar a Classificação Indicativa, houve muitas queixas e temores sobre possíveis restrições de conteúdos e cerceamento da liberdade de expressão. Mas, com a norma em vigor, o que se viu foi o contrário. “Atualmente, coincidimos em 95% dos casos com a autoclassificação feita pelas emissoras de TV, por exemplo. É uma média muito alta e, quando não há coincidência, os casos são resolvidos rapidamente”, explicou o Secretário.

NORMAS
Cinco portarias regulam hoje a Classificação Indicativa. A idéia do MJ, uma vez concluído o debate público, é elaborar uma única portaria, simplificando o acesso e o conhecimento sobre o tema. “Queremos submeter a norma a um teste público para referendar e melhorar os procedimentos, chegando ao final com critérios mais claros e objetivos”, explicou o diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do MJ, Davi Pires.
Tanto Abramovay quanto Pires destacam que, no Brasil, não existe proibição de qualquer tipo de conteúdo e que a norma foi desenvolvida para orientar as famílias e proteger crianças e adolescentes de conteúdos inadequados para as faixas etárias. “Temos certeza de que é possível conciliar liberdade de expressão à proteção da criança e do adolescente”, afirmou Abramovay.

TECNOLOGIA
Atualmente, o Ministério avalia, em média, 10 mil obras por ano. Filmes, DVDs, jogos eletrÃ?nicos e de interpretação (RPG) são classificados previamente à exibição. Já a programação de TV é autoclassificada pelas emissoras e monitorada pelo MJ por 60 dias para validar a Classificação Indicativa. O monitoramento permanece constante. Em caso da ocorrência de inadequações na obra, as emissoras são comunicadas e têm a opção de adequar o programa ao público a que se destina e manter a classificação atribuída ou solicitar a reclassificação da obra para outros públicos. “Houve casos de discordâncias, mas as alterações foram feitas prontamente”, elogia Abramovay.

O formato de construção colaborativa por trás da iniciativa foi desenvolvido pela Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) do MJ, à época do debate público sobre o Marco Civil da Internet. “Essa iniciativa está dentro do contexto de política pública de democratização do processo de elaboração normativa. O Marco Civil da Internet foi uma experiência exitosa e queremos tornar essa prática de debates públicos sobre temas relevantes para a sociedade uma política permanente”, afirmou o Secretário de Assuntos Legislativos do MJ, Felipe de Paula.
Para participar: http://culturadigital.br/classind/debate_normas

wikileak e os vazamentos na net

Continua com grande repercussão na imprensa mundial, os efeitos do vazamento dos documentos - em sua maioria, telegramas diplomáticos - dos EUA, através do site Wikileaks. A última troca de informações polemizada na mídia dá conta do receio do Governo brasileiro em relação a ataques terrositas nas próximas olímpiadas em que o país sediará.

Sem querer entrar em detalhes nos temas diversos vazados e que a imprensa tem, por motivos óbvios, enfatizado por meio dos diversos veículos de comunicação, fazendo cumprir um de seus papéis que é o de fomentar a polêmica através da produção de citações aspeadas, mais vale um olhar mais atencioso, ao meio em si gerador de toda essa celeuma que tem se valido a imprensa. Ou seja, a internet que, fazendo valer uma das máxima de McLuhan, o meio é a mensagem.

Nesse caso, se trata de mais um exemplo indiscutível e nítido dessa verdade que tem, cada vez mais, trazido à tona o pensador canadense, cujos esforços para entender a mídia há cinco décadas atrás tem sido válido para os tempos atuais.

Nesse sentido, como estamos todos assistindo, ninguém pode imaginar, de longe, os efeitos e transformações a serem provocados pela rede mundial de computadores, a começar pelos vazamentos e revelações diversas que há de vir nesse século que está apenas começando e sob a égide da virtualização do mundo real...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jornalista: um permanente militante em causa própria

Como se não bastassem os inúmeros desafios e percalços com que o jornalista costuma enfrentar no dia a dia no cumprimento de sua função, muitas vezes, pra lá de espinhosa, paralelo a isso, esse abnegado profissional continua tendo de enfrentar outros desafios em prol da garantia de seus direitos básicos. Dentre esses estão o direito a um salário mais justo e a altura de sua competência e à garantia pela liberdade plena de expressão. Tratam-se, vale salientar, de bandeiras de lutas antigas e que, mais recentemente, se ampliaram com a luta pelo retorno da exigência do diploma de jornalismo no exercício da profissão.

Ilustrando a situação constante e lastimável que diz respeito ao primeiro dos direitos mencionados acima, os jornalistas do Rio Grande do Norte realizaram recentemente, em Natal, uma nova manifestação contra os baixos salários e condições precárias de trabalho, realidade esta que, lamentavelmente, está longe de ser uma particularidade dos colegas potiguares. A situação se repete em praticamente todos os estados brasileiros produzindo como um dos efeitos, a migração de muitos jornalistas para outros campos profissionais em busca de melhores condições de vida.

Um quadro real que se tornou ainda pior depois da vitória – até então – dos donos da mídia sobre a categoria no que diz respeito à queda do diploma acadêmico. Como não é mais novidade para ninguém, o achatamento salarial é uma das conseqüência danosas advindas dessa jogada artimanhosa da qual faz parte, vale ressaltar, os parlamentares e senhores juízes, muitos desses proprietários dos impérios de comunicação no país. Afinal de contas, mão de obra desqualificada é mão de obra mais barata.

O que tem amenizado essa que é uma das mais duras lutas já traçadas pelos jornalistas brasileiros, é a contra-partida advinda de alguns estados onde, a exemplo do que aconteceu no Rio Grande do Norte, as assembléias legislativas tem defendido a contratação de jornalistas exclusivamente diplomados. Foi assim que, no último dia 23 de novembro, a Assembleia Legislativa do RN aprovou um projeto de lei que regulamenta a contratação de jornalistas no âmbito da administração estadual apenas para aquelas pessoas que comprovem a formação superior em Jornalismo. O projeto, de autoria do deputado Fernando Mineiro (PT), foi aprovado por unanimidade pelos 19 deputados presentes.Paralelo a esses confrontamentos, a FENAJ iniciou neste mesmo mês, os preparativos para a produção de seu Relatório Anual da Violência contra Jornalistas, particularmente quanto aos direitos às liberdades de expressão e de imprensa. A entidade também pretende fazer uma parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para levantamento de outros indicadores de violações de direitos básicos da cidadania praticados contra a categoria, conforme está publicado no site oficial da entidade.

Só em 2009 foram registrados 58 agressões contra jornalistas. Não obstante, é bom ressaltar que, dentre os casos registrados não faz parte aquela que, sem sombra de dúvidas, é a pior de todas as agressões e que fere em cheio os direitos básicos e essenciais ao ser humano e cidadão que exerce a profissão de jornalista que é a conquista de um salário decente. Até quando essa bandeira permanecerá hasteada nos quartéis de resistência desta, cada vez mais está enfraquecida categoria, é um pergunta a espera de resposta...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lula na blogosfera

Depois de gozar de um alto índice de popularidade junto à população, no campo de aprovaçaõ política, o presidente Lula se prepara para se tornar o mais novo fenômeno no ciberespaço ao anunciar que, após deixar a presidencia da República, se tornará um blogueiro e twiteiro. O anúncio, feito no último dia 24 durante entrevista concedida exclusivamente a blogueiros, revelou o affair do presidente pela mídia social, a qual, ao que tudo indica, ele usará exaustivamente para continuar em evidência. Algo, que vale salientar, é novo na história desse país, como o foi a entrevista concedida aos blogueiros e twiteiros.

Na entrevista, Lula enfatizou a sua simpatia pelas novas modalidades midiaticas cibernéticas e ao mesmo tempo o seu descontentamento com a mídia tradicional que ao seu ver, cometeu uma série de injustiças com o seu governo e mais ainda contra Dilma Rouseff, durante a campanha eleitoral, citando como exemplo principal, o polêmico episódio da bolinha de papel, usada pela Globo como instrumento de estratégia política.

Com se pode prever, a expectativa é de que, de fato, ao criar o seu blog oficial, o presidente se torne um dos maiores fenômenos de acesso na internet, dando continuidade à sua indiscutível bem sucedida performance de popularidade. E, no espaço virtual, vale salientar, o presidente - que já é conhecido por soltar o verbo de maneira pra lá de espontânea - deverá soltar ainda mais a língua agradando a uns e chocando a outros, numa proporção bem maior.

Por outro lado, isso trará efeitos ainda mais positivos para a blogosfera que como se percebe, cada vez mais se torna uma das maiores concorrentes e ameaças à indústria da informação jornalística em todo o mundo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Jornais gratuitos: uma mídia possível

Os jornais de circulação gratuita foi um dos temas discutidos durante o Seminário Internacional de Jornais, realizado este mês em São Paulo. Tema polêmico marcado por uma série de visões antagônicas e que, vez por outra, volta ao cenário das discussões baldeando ainda mais os pontos de vistas no segmento editorial, a distribuição gratuita de jornais é uma possibilidade cada vez mais eminente no contexto contemporâneo assinalado por um voraz processo de democratização do acesso à informação.

Ancorada na pluralidade de mídias informativas que permeiam esse universo, muitas delas, totalmente sem nenhum ônus para o leitor, não é de se admirar que esse segmento midiático ganhe força e exija dos empresários que atuam no mercado editorial de jornais, uma postura mais clara e definitiva em relação a essa realidade controversa, polêmica mas, sem sombra de dúvidas, viável.

Uma prova inequívoca dessa realidade são os tablóides de distribuição gratuita em circulação há décadas nos EUA e em parte da Europa. Basta citar, como maior fenômeno desse ramo, o jornal espanhol 20 Minutos, cuja circulação ultrapassa a mais de 1 milhão de exemplares, tendo já alcançado o posto de maior jornal em circulação no país.

Trazendo para o nosso contexto, cuja realidade, como sabemos, é outra e de certa forma incomparável com a vivenciada no velho continente, não podemos deixar de enxergar o fato de que, mesmo em menos quantidade e com circulação menor, são diversos os exemplos de jornais gratuitos que dão exemplo de sobrevivência em plena era da mídia digital. Entre esses estão o Jornal de Londrina (JL), o Diário do Nordeste (CE), Jornal Metropolitano (DF) e o jornal carioca Metrô Magazine, para ficar apenas nestes.

Em linhas gerais, a questão central sempre levantada nas discussões sobre a temática se volta para os recursos de manutenção de sobrevivência para esse tipo de proposta editorial considerando-se o seu alto custo de produção e, afora isso, o baixo índice de público leitor para esse tipo de mídia impressa.

A resposta, em contrapartida, tem sido dada por diversos empresários e profissionais envolvidos em experiências bem sucedidas no país e fora dele. A exemplo do jornalista Cláudio Bianchini, presidente do Grupo Metro no Brasil, para quem, na verdade, a questão central a ser discutida deveria ser a qualidade do conteúdo e a forma de interatividade com o público leitor. Essa tem sido, por exemplo, uma das estratégias principais que tem sido adotadas no mercado editorial em revistas, segmento este que, ao contrário das previsões já feitas, vem apresentando um considerável crescimento no número de revistas lançadas a cada ano.

Em sua participação no seminário mencionado, Bianchini analisou que é um erro os jornais gratuitos pensarem que o leitor não vai reclamar do conteúdo que lhe é entregue apenas pelo fato de não pagar pelo jornal, deixando de lado, algo extremamente crucial, que são as estratégias de conquista e mais do que isso, a fidelidade do público leitor, como o fazem os jornais europeus, por exemplo.

Ou seja, a questão inicial, deveria ser, se pensar num projeto gráfico e editorial de qualidade, inovador e coerente ao máximo com a realidade vivida pelo público leitor alvo do veículo. Nesse sentido, o retorno e os meios materiais de sobrevivência se tornam conseqüência inevitável.

O que não se pode continuar ignorando é o fato de que, cada vez mais, um grande número de novos leitores são formados, leitores esses, vale salientar, filhos de uma geração que, diferentemente das anteriores, pagar para se ter informação, é coisa que está ficando cada vez mais no passado. Realidade essa que, reforça a relevância de se discutir, mas mais que isso, se levar a sério a possibilidade de investimento no segmento dos jornais gratuitos. Está mais do que na hora de se (re) pensar nisso, até mesmo porque, a única morte certa anunciada para esse e qualquer outro segmento de mercado á aquela associada a falta de criatividade. O resto são meras possibilidades!

domingo, 21 de novembro de 2010

Livro: a mídia por excelência

Está sendo realizado no período de 20 a 28 de novembro, no Espaço Cultural, em João Pessoa, o 1º Salão Internacional do Livro da Paraíba. Por motivo de coerência não poderia deixar de noticiar aqui, neste espaço, esse acontecimento que tem como objeto central a mais antiga e fascinante mídia desde a invenção da imprensa que é o livro. De acordo com a organização do evento, são 80 mil títulos de mais de 500 editoras que participam da grande feira de livros que visa, dentre diversos objetivos, a fomentação da leitura no Estado.

Observando o evento com um olhar crítico, não se pode deixar de ressaltar que, mesmo se tratando de uma iniciativa posta em prática de forma pra lá de atrasada, levando-se em consideração, sobretudo, a forte tradição da literatura na história da Paraíba, berço de escritores esplêndidos como Augusto dos Anjos e José Lins do Rêgo, o acontecimento é, sem sombra de dúvidas, muito bem vindo.

Afora os intentos apresentados pela organização do evento publicadas por toda a imprensa paraibana, o evento também não deixa de ser uma clara demonstração da força desta mídia impressa que, ao contrário do que previam os apocalípticos da era digital, continua viva e cada vez mais fascinante.

Uma mídia que, apesar dos baixos índices de leitura que caracterizam uma das mais danosas realidades do nosso país, permanece nas prateleiras diversas espalhadas por todo o Brasil, a disposição do leitor, sujeito este que, muito mais que o livro em si, carece de iniciativas efetivas por parte dos governantes e da sociedade em geral. Isto porque, não podemos ignorar o fato de que o hábito da leitura, é um antes de tudo, um dever de todos cidadãos comprometidos com a ordem e o progresso.

Afinal de contas, não se pode negar que, mesmo vivendo o ápice da chamada era digital onde as novas mídias se proliferam numa velocidade pra lá de estonteante fascinando as velhas e novas gerações, muito mais que aparatos tecnológicos, parafraseando esta verdade eterna do inesquecível Monteiro Lobato: é de livros e homens que uma nação permanece sendo construída.

Além do mais, corrigindo um equívoco de caráter conceitual pragmático característicos dos tempos em que vivemos, em que mídia passou a ser sinônimo de meios de comunicação e aparatos eletrônicos, não se pode esquecer de que o livro também é mídia. E mídia por excelência!.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Uma ajudinha para Silvio Santos...

Um fato, no mínimo, inusitado, chama a atenção daqueles para quem o poder da mídia junto dos receptores é algo realmente pra lá de intrigante. Comovidos pela dívida bilionária do banco PanAmericano, dezenas de telespectadores se solidarizaram com o empresário Silvio Santos, oferecendo ajuda financeira para o apresentador mais pop da televisão brasileira sanar o rombo de 2,5 bilhões de reais, dívida esta que, vale salientar, está sendo investigada.

As mensagens começaram a chegar na caixa de e-mail do SBT logo após a ampla divulgação do caso em toda a mídia, segundo informa a coluna Ooops, do jornalista Ricardo Feltrin. Muitas delas ressaltam o perfil de carismático e ‘generosidade’ do apresentador e demonstram a boa vontade dos telespectadores e fãs de Silvio Santos, considerado um espécie de ‘pai’ dos pobres brasileiros.

A situação, pra lá de inusitada, realça, de um lado, a forte veneração que muitos brasileiros tem para com o empresário midiático e, de outro, o tamanho da ingenuidade do povo brasileiro, conhecido por ser extremamente solidário. Resta dúvida?.

O fato é que, mesmo tendo ajudado o empresário há décadas comprando o famoso carnê do Baú, muitos dos telespectadores consideram pouco e agora desejam depositar diretamente no baú do carismático apresentador, suas contribuições generosas.

Pelo jeito, os manifestos de apoio e oferta de ajuda a Silvio Santos, atribuem ao SBT um slogan muito conhecido da concorrente da TV de Sílvio, demonstrando que o “SBT e você, tem tudo a ver”... E olhe que nem foi preciso passar o número da conta corrente ou fazer correr a sacolinha, como fazem certos empresários midiáticos do país.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Youtube e os novos rumos dos profissionais da mídia

Confirmando uma tendência recente na nova era da comunicação, as novas ferramentas virtuais de relacionamento interpessoal que integram as chamadas mídias sociais estão dando claras demonstrações que vieram para ficar e transformar, de maneira revolucionária, os rumos dos profissionais que vivem da comunicação.

Uma das últimas constatações dessa realidade vem sendo a evolução do youtube que, depois do estouro do sucesso que foi e continua sendo a blogosfera para jornalistas e publicitários, se destaca como um promissor canal e meio de sobrevivência para esses profissionais fora das empresas de comunicação.

Um exemplo bem sucedido dessa nova vertente é Joe Penna, brasileiro que vive com a renda de seus vídeos no YouTube. Residente há 12 anos nos Estados Unidos, ele se tornou famoso no ciberespaço através do sucesso que se tornou a postagem de um vídeo, através do qual se popularizou pelo pseudônomo de Mystery Guitar Man. Com foi publicado recentemente no site do www.comuniquese.com.br, os vídeos do brasileiro já foram assistidos mais de 85 milhões de vezes e Penna está entre os 15 usuários do YouTube com mais inscritos em seu canal.

Não obstante, é relevante salietar que para isso, faz-se necessário, além do espírito visionário, o de empreendedor. Joe Pena, por exemplo, ciente do lucrativo e promissor mercado que midias sociais como o youtube revela, abriu, de imediato, uma produtora, por meio da qual produz e posta vídeos constantemente na internet, fabricando, assim, a sua vitrine para vender o seu produto.

Mas, muito mais que a independência financeira, o youtube está proporcionando uma revolução ainda mais significativa para muitos profissionais que é ampliação da autêntica liberdade de expressão. Um dos protagonistas reais dessa realidade é o jornalista e publicitário Pablo Peixoto, o qual, em entrevista concedida ao mesmo site mencionado acima, disse ter saído do jornalismo por não ter encontrado espaço para se expressar livremente. O profissional disse ter entrado no jornalismo para se expressar e, ironicamente, ter saído do mesmo para poder se expressar.

A realidade vivida por esses dois personagens reflete uma das maiores e mais significativas transformações no mundo da comunicação e que afeta diretamente a vida profissional e pessoal de pessoas no mundo inteiro. Revolução esta que, vale reforçar, como lembram diversos dos estudiosos do ciberespaço e inúmeros estudos sobre as redes sociais virtuais, está apenas começando e para qual, todos devemos estar atentos. E mais ainda os profissionais do cada vez mais promissor mercado da comunicação social.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SBT e o leilão das igrejas evangélicas

Pressionado pela crise financeira gigantesca envolvendo um de seus empreendimentos comerciais, o banco PanAmericano, Silvio Santos está leiloando espaços generosos da programação do SBT para igrejas evangélicas. Até o momento três delas já entraram na concorrência por espaços na terceira maior emissora de TV do país, oferecendo propostas milionárias para o 'batido do martelo final'.

As propostas – pra lá de tentadoras – advem dos três maiores grupos eclesiásticos do movimento protestante no país: a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça – esta de propriedade do ex-sócio e cunhado de Edir Macedo, o pastor R.R. Soares - e o Ministério Silas Malafaia, pastor que aos poucos vêm adentrando no lucrativo mercado midiático da fé.

De acordo com noticias publicadas na internet, depois de se reunir com o pastor Malafaia há dias atrás, o SBT teria recebido uma nova proposta da Internacional, de R.R.Soares, no valor de R$ 10 milhões mensais (cinco horas diárias, de segunda a domingo). Não obstante, conforme também está sendo divulgado, as propostas são ainda mais ambiciosas e incluem a compra de todo o horário da madrugada da emissora, espaço este que, vale ressaltar, caso seja, de fato, negociado, deverá ser leiloado a um valor dos ‘céus’ para o grupo S.S, uma vez que se trata do horário em que o SBT vem tendo os maiores índices de audiências, chegando, inclusive, a vencer as suas duas maiores concorrentes: a Globo e o SBT.

Se Silvio Santos vender espaço da grade a uma igreja, seja por curto ou longo prazo, fará com que o SBT deixe de ser a única TV aberta sem qualquer programação religiosa. O SBT é o único canal laico hoje, já que até a Globo tem a "Santa Missa" católica aos domingos.

Por outro lado, o fechamento de negociação de tamanha envergadura com cifras de valores altíssimos faz aumentar ainda mais a curiosidade em torno do mercado da fé, e da fonte da riqueza, ao que parece, inesgotável, das igrejas evangélicas no país, as quais tem se configurado como o maior e mais lucrativo de todos os empreendimentos existentes dos últimos tempos.

De todas as dúvidas e especulações, fica uma certeza: a de que o fenômeno da espetacularização da fé divina faz com que, cada vez mais, aos olhos de todos, a palavra de Deus, sobretudo, na TV, indiscutivelmente, tem poder. E que poder!.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O caso Mayara: a difusão do preconceito na midia virtual

Continua repercutindo no Brasil e em outros paises, o episódio envolvendo a estudante paulista do curso de Direito Mayara Petruso, que postou no Twitter mensagens ofensivas ao povo nordestino em face da vitória da candidata Dilma Rousseff. O caso, cujos detalhes para quem, por acaso, ainda não se informou a respeito, podem ser facilmente conferidos na internet via ferramentas de busca, terminou tomando um rumo muito distante do planejado pela protagonista que agora se vê dentro de uma polêmica com efeitos nefastos para si. O fato em síntese foi que, além de causar uma onda de revolta e protestos não só de nordestinos, vale ressaltar, mas de pessoas de todo o país contra o seu ato pra lá de repugnável, a estudante está sendo processada criminalmente por racismo, discriminação e incentivo à violência e seu nome ganhou uma notoriedade que se pode chamar de as avessas. Trata-se de um clássico exemplo do que se pode chamar de feitiço contra a feiticeira.

Não obstante, deixando de lado as conseqüências nefastas geradas contra a estudante cuja atitude, como não é segredo para ninguém, na verdade espelha o modo de pensar de uma grande parcela da população brasileira ainda contaminada pelo mal do preconceito racial, quero me deter aqui num outro aspecto que este caso trouxe a tona e que julgo de extrema importância para todo internauta.

Trata-se do grau de responsabilidade por parte de quem posta qualquer que seja a mensagem no espaço virtual e, sobretudo, por meio da chamada rede social, chamando-nos a atenção para os efeitos que isso pode acarretar. O fato é que, por se tratar de um meio que goza da mais ampla liberdade de expressão já vista na história da humanidade, possibilitando a todo e qualquer cidadão manifestar seu pensamento, idéia ou opinião em larga escala, muitos dos usuários terminam ignorando por completo as conseqüências geradas por meio de palavras ofensivas e, mais ainda, acreditando, de maneira ingênua, na crença da internet enquanto um meio sem vigilância o qualquer tipo de controle.

Como defendem diversos especialistas, muitos dos quais, vale ressaltar, são formados na área em que a estudante mencionada se encontra inserida que é a do Direito, é preciso muita cautela e, sobretudo, senso de responsabilidade ao postar nominalmente qualquer que seja a mensagem na internet. Só assim, como se pode comprovar por meio deste episódio, se pode evitar constrangimentos de tamanha envergadura.

Finalizando, reproduzo aqui uma declaração feita por um destes especialistas que é o promotor Augusto Rossino, para quem a repercussão de casos como esse envolvendo Mayara Petruso podem servir de exemplo e inibir a prática desses crimes na web, que muitas vezes não são punidos porque as pessoas simplesmente não denunciam. Nesse sentido, estão de parabéns os nossos vizinhos pernambucanos que, por meio da seção estadual da OAB, processaram a aspirante a função de advogada (e, pelo jeito, mais uma a envergonhar a tão valiosa profissão), numa clara demonstração do orgulho de serem nordestinos, o que, ao que parece, ainda falta em muitos de nós.

Portanto, fica aqui mais um alerta para aqueles internautas que, semelhantes a estudante, se demonsrtam desavisados e para quem as ferramentas de comunicação virtual não passam de meros brinquedinhos de vaidade e banalidade bestial.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O que restou das campanhas políticas (parte II)

Retomando o teor da última mensagem aqui postada, não poderíamos deixar de comentar neste espaçoo fato de que, além da noção de que a política, em síntese e essencialmentem, se reduz à prática discursiva, também restaram outras certezas ao final das últimas campanhas eleitorais realizadas no nosso país.

Entre essas, está a crescente força das chamadas novas mídias sociais que, por meio do avanço social da Internet, abrem, cada vez mais pelas redes telemáticas, o espaço verdadeiramente democrático para difusão de idéias, mensagens diversas, opiniões e informações de todos os tipos. Contudo, como não poderia ser diferente, este caráter essencilamente democrático da internet que, vale ressaltar, nos é negado nos meios de comunicação tradicionais - termina abrindo espaço para a circulação de pensamentos e posturas pessoais que apontam para o estágio inferior porque ainda atravessa a humanidade.

E, nesse contexto, diversas pessoas usam esse meio de comunica ção para disseminar, dentre vários, o preconceito fruto do orgulho e da mais brutal ignorância que ainda brota no coração e mente de centenas de milhares de cidadãos e cidadãs. Uma demonstração inequívoca de que, de fato, o mal não está nos meios - leia-se na mídia - como defendem muitos - mas sim, naqueles que estão medianto, ou seja, usando deste meios que por si só, constituem algo neutro e que, quando usados para o bem, demonstram uma força ainda maior do bem na Terra.

Pois bem, como todos foram testemunhos, mais uma vez, a participação popular nas campanhas eleitorais ocorreram de forma ainda mais massiva com a interação de milhões de internautas trocando idéias durante e pós campanha. E, nesse cenário, como também assistimos, a rede de mentiras absurdas e provocações - muitas destas em nome da religião - foram tantas que chocam até mesmo quem ainda não fez germinar dentro de si, a semente do bom senso e do discernimento tão essenciais para uma convivência verdadeiramente humana e, acima de tudo, cristã.

Como se não bastassem os diversos exemplos dessa natureza testemunhados durante a campanha, muitos internautas não se deram por satisfeitos e, agora apelam para uma prática pra lá de condenatória que é o preconceito regional. O fato é que, para muitos destes, a vitória da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, se deu graças à mentalidade inferior do povo nordestino, ainda tido para muitos como uma sub-raça, coisa que, a essa altura do campeonato, e melhor dizendo, dos avanços que já tivemos com a democracia no nosso país, considero desnecessário maiores comentários.

Entretanto, deixo a resposta para esse tipo de postura verdadeiramente inferior, por conta de uma carta escrita por uma amiga, a qual, posto logo abaixo e peço aos colegas internautas um pouco de sua atenção e reflexão.

CARTA DE REPÚDIO Por Andrea Grace
Não sou uma pessoa que costuma envolver-se em polêmicas ou declarar seus posicionamentos de forma ferrenha, pois acredito na palavra “Democracia” em toda a sua extensão e profundidade. Entretanto, diante de alguns – para não dizer centenas - de comentários que li via twitter, decidi escrever essa carta.

No último dia 31/10, dia em que o Brasil votou e elegeu a sua primeira presidente mulher – um avanço para o nosso país- os nordestinos foram extremamente desrespeitados e discriminados por terem sido os protagonistas do resultado eleitoral nacional. Comentários como “pessoas sem esclarecimento”, “sem acesso a informação”, “alienadas” foram difundidas, em pleno século XXI, apregoando uma ideia ridícula de segregação do norte e nordeste, em relação ao resto do país.

Para surpresa de alguns desinformados que twitaram tais absurdos, nós nordestinos conseguimos ler, fato que alguns julgaram impossível, pois acreditavam que no nordeste “ninguém sabia nem o que era twitter”. Engraçado é que muitos nordestinos acessam o twitter, o orkut, o facebook e os seus blogs, a partir de notebooks, netbooks, Iphones e Smartphones que, pasmem, nós sabemos o que é cada ferramenta dessa e trabalhamos a ponto de ter acesso a comprá-los, inclusive através dos websites do sudeste. É... os correios também atendem à região nordeste... Além disso, escrevo de uma cidade do interior paraibano – Campina Grande- situada entre as nove cidades tecnológicas do mundo, segundo a revista NewsWeek (vide: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=7202)., exportando tecnologia da informação para países, como Espanha, EUA e China.

Ademais, somos a primeira cidade do Brasil a dominar a tecnologia do plantio de algodão colorido ecologicamente correto. Vivemos num estado, assim como todos, com uma indiscutível má distribuição de renda, fato que não impede que campus de universidades particulares e públicas ofereçam oportunidades de acesso ao ensino superior a todas as classes sociais.Dentro dessa desigualdade social, ferida aberta em todos os grandes centros urbanos, vemos shoppings (é... nós temos shoppings no nordeste) oferecendo produtos que apenas uma parte da população pode ter acesso, contrastando com casas paupérrimas . Vemos as simples bicicletas, meio de transporte ultimamente eleito como o melhor para o meio ambiente, disputarem espaço com grandes carros de empresas estrangeiras, a exemplo da Hyndai, Honda, Kya, bem como com carros mais populares, produzidos pela Fiat, Chevrolet, e Volkswagen. É... aqui já faz algum tempo que a carroça deixou de ser o principal meio de transporte.

O que mais me assusta é que, diante de pessoas que se declaram tão superiores e esclarecidas, nós nordestinos demonstramos mais poder de decisão e escolha, pois não nos guiamos pelas opiniões alienantes e oligárquicas difundidas pelos principais meios de comunicação nacional. Fato que também deve estarrecer os mais desinformados, pois nós aqui temos televisão, inclusive de plasma, LCD e de LED, e recebemos os sinais das principais redes de televisões do Brasil, sem falar que nos mantemos informados também através de tvs à cabo – mais de uma empresa? – pois é... isso pode ser um tanto quanto impactante para alguns habitantes da parte inferior do nosso mapa brasileiro.

O que observamos é que o Brasil, nesses últimos quatro anos, assistiu a uma expansão do ensino superior, a uma diminuição da miserabilidade do país, a uma estabilidade econômica e a uma descentralização da distribuição de recursos federais, e isso foi determinante, acredito eu, para a escolha verificada com tanta revolta por alguns. A demagogia, o autoritarismo, os sorrisos forçados, a imagem da oligarquia não satisfaz mais a um povo que já sofreu muito com a falta de um olhar de credibilidade para a nossa região.

E para aqueles que não acompanharam muito de perto os resultados eleitorais por região, os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, localizados na região Sudeste, também elegeram a candidata petista.Apesar da grande votação da candidata petista na região nordeste, essa decisão não foi tão unâmime como todos pensam, pois em Campina Grande, repito, na Paraíba, o candidato José Serra teve mais de 60% dos votos. O que prova que democracia é uma palavra que, além de exigir respeito, é imprevisível.

Por tudo isso, venho com todo o meu sentimento de pesar, pelos comentários lidos, não defender um candidato ou outro, mas defender o povo nordestino que possui o direito de votar, bem como todas as demais regiões possui, e esclarecer, àqueles que acreditam em sua superioridade de reflexão e tomada de decisões, que os nordestinos não são a escória do Brasil, mas que contribuímos economicamente com o nosso país e merecemos receber em troca investimento e respeito.

Aconselho também, a tais pessoas e às que pensam como elas, a conhecer o Brasil como um todo, antes de denegrir as pessoas, baseados em informações frágeis e opiniões preconceituosas. Quem não conhece o nordeste, não acredite em tudo que é veiculado pela televisão: venha aqui e se encante!
Andrea Grace(Nordestina, paraibana e mestranda em letras pela Universidade Federal de Campina Grande
Por Andrea Grace

Não sou uma pessoa que costuma envolver-se em polêmicas ou declarar seus posicionamentos de forma ferrenha, pois acredito na palavra “Democracia” em toda a sua extensão e profundidade. Entretanto, diante de alguns – para não dizer centenas - de comentários que li via twitter, decidi escrever essa carta.

No último dia 31/10, dia em que o Brasil votou e elegeu a sua primeira presidente mulher – um avanço para o nosso país- os nordestinos foram extremamente desrespeitados e discriminados por terem sido os protagonistas do resultado eleitoral nacional. Comentários como “pessoas sem esclarecimento”, “sem acesso a informação”, “alienadas” foram difundidas, em pleno século XXI, apregoando uma ideia ridícula de segregação do norte e nordeste, em relação ao resto do país.

Para surpresa de alguns desinformados que twitaram tais absurdos, nós nordestinos conseguimos ler, fato que alguns julgaram impossível, pois acreditavam que no nordeste “ninguém sabia nem o que era twitter”. Engraçado é que muitos nordestinos acessam o twitter, o orkut, o facebook e os seus blogs, a partir de notebooks, netbooks, Iphones e Smartphones que, pasmem, nós sabemos o que é cada ferramenta dessa e trabalhamos a ponto de ter acesso a comprá-los, inclusive através dos websites do sudeste. É... os correios também atendem à região nordeste... Além disso, escrevo de uma cidade do interior paraibano – Campina Grande- situada entre as nove cidades tecnológicas do mundo, segundo a revista NewsWeek (vide: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=7202)., exportando tecnologia da informação para países, como Espanha, EUA e China.

Ademais, somos a primeira cidade do Brasil a dominar a tecnologia do plantio de algodão colorido ecologicamente correto. Vivemos num estado, assim como todos, com uma indiscutível má distribuição de renda, fato que não impede que campus de universidades particulares e públicas ofereçam oportunidades de acesso ao ensino superior a todas as classes sociais.Dentro dessa desigualdade social, ferida aberta em todos os grandes centros urbanos, vemos shoppings (é... nós temos shoppings no nordeste) oferecendo produtos que apenas uma parte da população pode ter acesso, contrastando com casas paupérrimas . Vemos as simples bicicletas, meio de transporte ultimamente eleito como o melhor para o meio ambiente, disputarem espaço com grandes carros de empresas estrangeiras, a exemplo da Hyndai, Honda, Kya, bem como com carros mais populares, produzidos pela Fiat, Chevrolet, e Volkswagen. É... aqui já faz algum tempo que a carroça deixou de ser o principal meio de transporte.

O que mais me assusta é que, diante de pessoas que se declaram tão superiores e esclarecidas, nós nordestinos demonstramos mais poder de decisão e escolha, pois não nos guiamos pelas opiniões alienantes e oligárquicas difundidas pelos principais meios de comunicação nacional. Fato que também deve estarrecer os mais desinformados, pois nós aqui temos televisão, inclusive de plasma, LCD e de LED, e recebemos os sinais das principais redes de televisões do Brasil, sem falar que nos mantemos informados também através de tvs à cabo – mais de uma empresa? – pois é... isso pode ser um tanto quanto impactante para alguns habitantes da parte inferior do nosso mapa brasileiro.

O que observamos é que o Brasil, nesses últimos quatro anos, assistiu a uma expansão do ensino superior, a uma diminuição da miserabilidade do país, a uma estabilidade econômica e a uma descentralização da distribuição de recursos federais, e isso foi determinante, acredito eu, para a escolha verificada com tanta revolta por alguns. A demagogia, o autoritarismo, os sorrisos forçados, a imagem da oligarquia não satisfaz mais a um povo que já sofreu muito com a falta de um olhar de credibilidade para a nossa região.

E para aqueles que não acompanharam muito de perto os resultados eleitorais por região, os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, localizados na região Sudeste, também elegeram a candidata petista.Apesar da grande votação da candidata petista na região nordeste, essa decisão não foi tão unâmime como todos pensam, pois em Campina Grande, repito, na Paraíba, o candidato José Serra teve mais de 60% dos votos. O que prova que democracia é uma palavra que, além de exigir respeito, é imprevisível.

Por tudo isso, venho com todo o meu sentimento de pesar, pelos comentários lidos, não defender um candidato ou outro, mas defender o povo nordestino que possui o direito de votar, bem como todas as demais regiões possui, e esclarecer, àqueles que acreditam em sua superioridade de reflexão e tomada de decisões, que os nordestinos não são a escória do Brasil, mas que contribuímos economicamente com o nosso país e merecemos receber em troca investimento e respeito.

Aconselho também, a tais pessoas e às que pensam como elas, a conhecer o Brasil como um todo, antes de denegrir as pessoas, baseados em informações frágeis e opiniões preconceituosas. Quem não conhece o nordeste, não acredite em tudo que é veiculado pela televisão: venha aqui e se encante!

Andrea Grace(Nordestina, paraibana e mestranda em letras pela Universidade Federal de Campina Grande

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que restou das campanhas políticas...

Finalizadas as eleições e com estas, o clima eufórico das acirradas disputas para os cargos de Presidência da República e Governador de Estado, restam agora, como é de praxe, os discursos previsíveis e emblemáticos encerrando mais uma página da história da política brasileira. Neste sentido, é momento de ouvirmos:

De um lado, os discursos de entusiasmo e bravo de vitória por parte dos eleitos pela vontade soberana do povo;
De outro, os discursos subliminares de reconhecimento da derrota em tom de agradecimento e ‘humildade’ forçada dirigida pelos candidatos esperançosos aos seus súditos eleitores;

De um lado, os discursos, como sempre, redundantes e divergentes dos cientistas políticos com suas análises pra lá de previsíveis em nome de uma ciência que se revela, cada vez mais, inexata;
De outro, os discursos analíticos soberanos dos jornalistas com o endosso da verdade midiática e suas conclusões incontestáveis;

De um lado, os discursos apocalípticos e sombrios que se propagam dentro e fora dos bastidores do que restou das campanhas políticos dos candidatos derrotados nas urnas;
De outro, os discursos demagogos e hipócritas que já começam a ser traçados nas hastes em torno dos candidatos vitoriosos cercados por promessas e cobranças por todos os lados;

De um lado, as especulações e análises diversas dos resultados das urnas que brotam das camadas dos ‘eleitores pensantes’ tidos como portadores dos votos conscientes e críticos;
De outro, a fomentação da troca de insultos e provocações diversas que brotam no seio popular realçando a divisão partidiária eleitoral e o contraste entre o cidadão eleitor e o eleitor partidarista;

De um lado, o discurso persistente e incansável dos utópicos defensores do avante social democrático e progresso nacional;
De outro, o discursso pessimista e epidêmico dos desenganados com a política e com os rumos da democracia;

De um lado, por fim, os discursos que revelam o que restou desta que, sem sombra de dúvidas, se confirma como o mais popular, envolvente e intrigante fenômeno social de massa que é a campanha político eleitoral;
De outro, a certeza inequívoca de que, política nasce, se desenvolve e se concretiza em discursos....

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Por uma mídia sob controle...

Notícias veiculadas esta semana em alguns sites trouxeram à tona um dos temas mais polêmicos que envolvem a mídia na contemporaneidade. Trata-se da proposta de controle social da mídia, idéia esta que, mesmo de forma acanhada e contrariando o interesse dos grandes grupos de comunicação do país, começa a ganhar espaço na sociedade.

Uma das demonstrações dessa realidade foi a notícia veiculada na internet no último dia 26 e que dava conta de que, além do Ceará, pelo menos mais três Estados se preparam para criar conselhos de comunicação com o objetivo de monitorar a mídia. São eles: Maceió, Piauí e Bahia.

Tomando como exemplo a iniciativa advinda do Ceará onde a Assembleia Legislativa aprovou, no último dia 19, proposta de implementação do Conselho de Comunicação Social no Estado, em Alagoas, o Governo estuda transformar um conselho consultivo em deliberativo, com poder semelhante ao do cearense. No Piauí, conforme noticiou reportagem da Folha, “um grupo de trabalho nomeado pelo ex-governador Wellington Dias (PT) propôs a criação de órgão para, entre outras funções, vigiar o cumprimento das regras de radiodifusão”. E na Bahia, Estado governado pelo PT, o conselho seria vinculado à Secretaria de Comunicação Social do Estado.

Nesse sentido, não é de espantar que a experiência comece a despontar na região do Nordeste tendo em vista a força centralizante da chamada grande mídia sediada no eixo Rio-São Paulo.
Ao que se vê, mesmo contrariando alguns dos interesses dos donos da mídia que, vale dizer, constituem um dos grupos mais poderosos da sociedade, a idéia da implementação de instrumentos oficiais de controle e regulação da mídia começam a se erguer no seio da sociedade, fenômeno esse, vale salientar, fruto da iniciativa que foi a Primeira Conferência Nacional de Comunicação, convocada pela gestão Lula em 2009 e que resultou numa série de propostas voltadas à política pública de comunicação social para o país.

Contudo, longe de qualquer ingenuidade acerca da questão, sabemos que se trata de uma das mais conflituosas e árduas bandeiras de lutas erguidas pela sociedade civil por várias razões. Dentre essas, destacam-se como as duas principais: a contrariedade dos donos da mídia por motivos pra lá de óbvios frente à proposta e, de outro lado, a resistência advinda de boa por parte da imprensa para quem, controle social é sinônimo de censura, mordaça ou coisa parecida e, que portanto, tal proposta é uma afronta à, vale dizer, só em ocasiões como esta, tão propagada 'liberdade de expressão'.

O certo é que, queira ou não, o tema já está inserido na pauta das ações sociais mais urgentes e de grande relevância para toda a sociedade em nome do autêntico processo de democratização da comunicação no país. Fora disso, tudo se torna pura demagogia...

domingo, 24 de outubro de 2010

Internet e a fronteira da desigualdade social

Os dados estatísticos publicizados pela União Internacional de Telecomunicações (OIT) e divulgados pela mídia mundial apontam para a internet como um importante parâmetro para se medir o tamanho da desigualdade social que continua separando as nações desenvolvidas das chamadas em desenvolvimento, onde se encontra situada nação brasileira.

De acordo com o órgão que integra a ONU, as estimativas são de que até o final deste ano, o planeta reúna mais de 2 bilhões de internautas. O levantamento da entidade diz ainda que o número de pessoas com acesso à Internet em casa aumentou de 1,4 bilhões em 2009 para quase 1,6 bilhões.

Não obstante, segundo a OIT, até o final do ano, 71% da população de países desenvolvidos estará conectada, enquanto que nas nações em desenvolvimento esse número é de apenas 21%. As diferenças se tornam ainda mais discrepantes em se tratando das estimativas no contexto regional, tornando o processo de acesso das pessoas à internet um fenômeno cada vez mais dispare. As diferenças regionais começam no âmbito continental onde, para se ter idéia, enquanto na Europa o índice de acesso à internet será de 65%, nos países africanos a estimativa cai para 9.6%.

Por ai, dá para se imaginar a disparidade regional em cada país, sobretudo, entre os que compõem os blocos dos subdesenvolvidos e os denominados em desenvolvimento, onde a disparidade socioeconômica por região é evidente e avassaladora. Que o diga a realidade brasileira onde, apesar da ascendência do consumo entre as faixas populares menos favorecidas ter se demonstrado evolutiva nos últimos anos, o limiar que separa as populações das regiões mais abastadas das menos desenvolvidas é ainda extremamente largo.

Nesse contexto se encontram a classe dos excluídos digitais que, mesmo com toda a propagação da democratização da internet pelo país, somam milhões de pessoas para quem um computador ainda é um bem de luxo. Mais ainda uma conexão à rede mundial de computadores. Uma multidão de indivíduos que vivem à margem da sociedade informatizada, para quem as políticas de democratização da comunicação é algo essencialmente virtual, ou seja, está totalmente fora de seu mundo real.

domingo, 17 de outubro de 2010

Uma contra-resposta à espetacularização midiática

A resposta de alguns dos mineiros chilenos resgatados recentemente de uma mina, onde se encontravam soterrados por mais de dois meses, ao assédio da imprensa porque esses vem passando desde o desfecho final do episódio, ressoou como um basta à estratégia revelada por boa parte da mídia mundial que, em nome da audiência, insiste em transformar pessoas comuns em celebridades instantâneas.

Ao pedir, em entrevista concedida à televisão estatal chilena TVN, que a imprensa não tratasse a ele e aos colegas como artistas, mas, simplesmente como trabalhadores mineiros que o são, Mário Sepúlveda, não apenas reivindicou para si para os demais amigos, o direito de privacidade e de poder ficar em paz ao lado de seus familiares, depois de uma dolorosa e longa experiência, como ao mesmo tempo, contrariou parte da mídia para quem todo e qualquer ser humano dá tudo pelos tão propagados quinze segundos de fama.

Outro sobrevivente do quase trágico acontecimento, consequente do descaso dos empresários do ramo de mina, a demonstrar uma postura serena frente ao assédio midiático foi o chileno Franklim Lobo. Ele criticou a tentativa sensacionalista dos meios de comunicação em tentar transformar ele e seus colegas em heróis, alertando que, na verdade, todos foram e são vítimas do dono da mina na qual ficaram presos por mais de 60 dias em clima de desespero.

Longe da máxima perseguida pelos afãs de se tornarem celebridades instantâneas - a versão do nissin miojo humano- da qual tanto se alimentam, em particular, as emissoras de TV, o breve discurso doz trabalhadores chilenos desnuda cada vez mais o espetáculo produzido pela mídia em torno do lastimável episódio de que eles e mais 30 outros trabalhadores foram vítimas, cuja cobertura transmitida ao vivo para mais de cem paises, mais parecia uma final de reality show.

Ao seu modo simples de ser, o mineiro Mário Sepúlveda deixou evidente que a privacidade e, muito menos, a experiência dolorosa não podem se reduzir ao famigerado e lucrativo jogo de mercantilização da emoção humana de que tanto se vale a mídia moderna em nome da disputa por audiência e captação de retorno financeiro.

Que a mensagem seja bem digerida por aqueles profissionais que fazem a mídia jornalística de todo o mundo e que precisam rever urgentemente o verdadeiro e relevante papel do jornalismo na sociedade, por mais que esta esteja emblematicamente associada à espetacularização. Do contrário, vivemos a iminente ameaça de vermos o mundo inteiro ser reduzido ao encantado show de truman....

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mídia: a grande vilã das eleições 2010

Cresce, pelo Brasil afora, o número de políticos derrotados nas urnas nas últimas eleições revoltados com a mídia. Depois de Lula, mais recentemente foi a vez do ex-pagodeiro e apresentador Netinho de Paula (PcdoB), metralhar a imprensa, acusando-a de haver conspirado contra sua candidatura a senador.

Inconformado com a terceira colocação, Netinho considerou que os resultados das eleições foram frutos do poder de influência de 'órgãos muito poderosos', a exemplo da mídia que, fazendo côro com o presidente Lula, está tomando partido a favor de determinados candidatos e, contra outros.

O discurso de ambos personagens públicos revela uma tendência analítica de um número crescente de políticos que, a cada período eleitoral, faz da mídia uma grande vilã. A mesma que, a depender dos resultados das urnas, passa a ser amada por uns e odiada por outros. E, paradoxalmente, amada e odiada pelos mesmos personagens que, costumam alterar os seus discursos, a depender da direção dos ventos eleitorais...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Jornalismo em votação

Depois das eleições do primeiro turno, foi adiada, mais uma vez, no Senado, a votação da PEC 33/09 que trata da regulamentação da atividade jornalística com o retorno da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Marcada para o último dia 6 de outubro, a apreciação da PEC dos jornalistas foi suspensa, mais uma vez, pela falta de quorum, reforçando novamente, as reais intenções dos parlamentares para com a questão que já se tornou um dilema que se arrasta há quase dois anos, sem resposta alguma.

Como forma de fortalecer a categoria em torno da luta em prol da luta, a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas realizam de 18 a 23 de outubro, a Semana da Comunicação, que será precedida de ato simbólico em São Paulo, dia 15. A mobilização terá a luta em defesa do diploma, a instalação do Conselho Nacional de Comunicação (CNC) e outros direitos de interesse, vale ressaltar, não apenas da categoria, mas da sociedade civil como é o caso da, enfim, implantação do CNC, como acontece há décadas com outras categorias profissionais.

Paralelo a essa, também está em trâmite há um bom tempo, a luta pela votação das novas diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo, cuja grade e filosofia curricular, há tempo vem exigindo uma renovação em prol, sobretudo, das novas exigências que recaem sobre o novo perfil do profissional da comunicação.


Enfim, pautas sobre o futuro do jornalismo é o que não falta no Congresso e Senado brasileiro. Do outro lado, entretanto, sobra descaso por parte dos representantes populares para com pleitos de tamanha relevância para a sociedade.

E assim caminha o parlamento, que depois das últimas eleições, promete andar a passos ainda mais lentos e capengas...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mídia e a escalada para o mundo político

Alguns resultados apresentados no primeiro turno das eleições 2010 evidenciaram algo cada vez mais notório e que se constitui como o principal foco de comentário deste espaço que é o poder de influência da mídia no mundo contemporâneo. Neste caso, esse fenômeno ficou, mais uma vez evidente, através da escalada de alguns personagens famosos ao mundo da política.

O caso mais notório nesta eleição, como é do conhecimento de todos os brasileiros, é a candidatura pra lá de bem sucedida do humorista Tiririca, a quem muitos, equivocadamente, o designam como palhaço. A vitória do personagem midiático cujas apresentações no Horário de Propaganda Político Gratuito se configuraram como uma verdadeira aberração ao bom senso e desrespeito ao voto consciente tão propagado pela Justiça Eleitoral, reforça um fenômeno que há tempo vem se repetindo a cada eleição e que vulgarmente – e também equivocadamente - vem sendo denominado como um voto de ‘protesto’. Na eleição de 2006, o caso mais emblemático foi o do ex-estilista e apresentador, Clodovil que se elegeu com aproximadamente 500 mil votos, ou seja, praticamente, metade dos votos do mais novo fenômeno midiático de votação desta eleição, Tiririca que ultrapassou a margem de 1 milhão e meio de votos, se tornando o segundo deputado mais votado na história da política nacional. Mais um feito do reflexo dos efeitos midiáticos na política e, consequentemente, na vida do país.

O fato é que, atentas a essa possibilidade de escalada ao poder sem muitos esforços, as celebridades – incluindo aqui as duradouras e as instantâneas – se candidatam às eleições, aumentando cada vez mais o número de famosos em cada disputa. Não obstante, analisando o panorama geral de candidaturas de personagens produzidos pela mídia, os resultados desta e das eleições anteriores, também tem evidenciado que os holofotes midiáticos não se constituírem uma receita infalível para a vitória nas urnas. Basta ver o número de famosos consagrados nas urnas neste pleito. Para efeito de constatação, da longa lista de famosos que registraram candidatura no TSE, só conseguiram se eleger: o ex-jogador Romário (PSB-RJ), com 1,84% dos votos válidos, o humorista Tiririca (PR-SP), com 6,35%,; o ex-jogador do Grêmio Danrlei, com 2,90%, Stepan Nercessian (PPS-RJ), com 1,84% e o ex-BBB, Jean Wyllys (Psol-RJ), com 1,05% dos votos.

Por outro lado, não se deve ignorar o fato de que o poder eleitoral da mídia nas urnas, não beneficia apenas as celebridades. O raio de ação da fama e glamour popular conquistado por esses personagens midiaticos, sobretudo, através das aparições permanentes na TV, se estende desses aos graus de parentescos, se tornando o maior cabo eleitoral dos parentes nas disputas aos pleitos diversos. Revelando-se uma autêntica herança nas urnas.

Um dos exemplos desse efeito de influência midiática foi a eleição do filho do apresentador Ratinho, o Ratinho Jr, que, numa demonstração do que costuma acontecer nesses casos, foi o deputado federal mais votado do PR. Ou seja, não basta ser famoso, o importante é colocar a família para participar.....

domingo, 3 de outubro de 2010

Embate político-partidário e midiático

Em continuação a um fenômeno que tem se tornado repetitivo na história recente das eleições político-partidárias da Paraíba, os eleitores paraibanos prorrogaram para um segundo turno, a decisão da campanha eleitoral para o Governo do Estado.

Mais que a continuação da disputa entre os dois candidatos mais votados para o cargo - Ricardo (PSB) e Maranhão (PMDB)- a decisão pelo segundo turno implica, como é do conhecimento de toda a Paraíba, pelo embate dos dois principais grupos midiáticos do Estado, os quais vem colocando - ora de forma implícita, ora nem tanto -, os seus diversos veículos de comunicação à serviço da campanha dos dois postulantes ao Poder Executivo Estadual.

Tal realidade foi perfeitamente explicitada, na etapa final da disputa eleitoral, através da cobertura da apuração dos votos feita por jornalistas representantes de ambos os grupos, cujas falas, longe da imparcialidade que rege os manuais de jornalismo, deixaram transparecer o duelo político partidiário e midiático que envolve a eleição no Estado, o qual, como se não bastasse, terá de arcar, mais uma vez, com a prorrogação de mais uma campanha pra lá de cara aos cofres públicos...

Bom seria, poder ver, ao menos parte do montante gasto nesses embates, empregado em prol da melhoria de serviços básicos e essenciais à vida dos cidadãos eleitores, a exemplo da melhoria da saúde e da educaçaõ pública, para os quais, os holofotes da mídia, aliás, deveriam estar focados com uma maior atenção, ao invés de se restringir à divulgação da agenda dos candidatos, pelos próximos dias...

A decisão, desta vez, conforme se pode prever, está nas mãos dos eleitores que voram em branco ou anularam os votos, para quem, os candidatos deverão se voltar com uma atenção especial. Afora isso, é tudo no mesmo.

Por isso mesmo, aproveitamos para reforçar o alerta aos caros amigos internautas no sentido de que, além da mídia, mantenhamos os nossos olho bem abertos para o segundo turno das urnas...

sábado, 2 de outubro de 2010

De olho na urna!

Na condição de eleitor cidadão, jornalista e blogueiro, gostaria de deixar registrado aqui neste espaço, um pedido de alerta aos amigos e amigas junto aos quais iremos, neste dia 3 de outubro, decidir os rumos do nosso país e, consequentemente, de nossas vidas, por no mínimo, mais quatro anos: De olho na urna!.

E não nos esqueçamos de que discursos são apenas palavras organizadas retoricamente com o poder de persuasão e, pesquisas eleitorais, são apenas números organizados estatisticamente como o mesmo fim....

domingo, 26 de setembro de 2010

Lula, mídia e a velha retórica socialista

Incomodado com as reincidentes críticas dirigidas por parte da imprensa, o presidente Lula saiu em defesa própria e em discurso proferido recentemente ao portal Terra, rebateu acusações de autoritarismo, reafirmou seu papel de líder partidário simultâneo ao de chefe de Estado e reativou argumentos utilizados ainda na época de sua retórica enquanto sindicalista e pré-candidato a Presidência da República.

Na entrevista concedida ao Terra - publicada no dia 23 de setembro - o presidente foi categórico ao afirmar que, na sua opinião, assim como acontece nos E.U.A, a imprensa brasileira deveria assumir uma postura política-partidária explícita durante as campanhas eleitorais presidenciáveis, criticando a pseuda neutralidade jornalística, algo já apresentado neste espaço.

Questionado sobre os ataques feitos anteriormente à imprensa, Lula se auto-intitulou como uma autoridade essencialmente democrática afirmando duvidar da existência de um país na face da terra com mais liberdade de comunicação do que o Brasil em se tratando do tratamento do Governo. Para Lula, "o que acontece muitas vezes é que uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática”, o que, em parte, tem toda a razão.

Aprofundando-se mais na questão da democratização da comunicação no país, o presidente foi mais além e mencionou o monopólio que caracteriza a realidade no Brasil em que os meios de comunicação de massa estão concentrados nas mãos de pouco mais de nove famílias. Ao falar dos grupos oligopólios de comunicação – sem citar nomes – ele acrescentou que "muita gente" não teria gostado do fato de seu governo ter distribuído os recursos para publicidade para imprensa entre vários Estados brasileiros".

Ao reativar uma velha retórica socialista e dizer algumas verdades que, de fato, ainda incomodam aqueles que lutam pela tão sonhada democratização da comunicação no país - e, mais ainda os que estão na contra-mão dessa expectativa-, o presidente só esqueceu de falar a respeito dos resultados concretos da 1ª Conferencia Nacional de Comunicação (CONFECOM), realizada em abril de 2009 com a proposta de debater as políticas de comunicação social nos vários setores e a efetivação da democratização da comunicação no país.

Considerado um marco na história da comunicação social no país, passados quase dois anos, o fato é que até o momento, o evento caiu no vazio e nenhuma das propostas de políticas de comunicação a favor do interesse público dicutidas foram efetivadas. AS razões para tal resultado, como se pode prevê sem nenhum grande esforço está na soberania dos grupos oligopólios que continuam detendo o poder majoritário da mídia no país e cujos representantes, vale lembrar, fugiram das discussões apresentadas na Confecom.

Assim, o presidente perdeu uma excelente oportunidade de, na retomada de um velho discurso repleto de verdades e anseios imorredouros demonstrar, além das palavras de alerta que já se tornaram clichês na boca de políticos da velha ‘esquerda’, ações concretas e reais de mudanças na história da comunicação social no Brasil. Como diria um velho jargão: palavras soltas ao vento....

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lula a caminho do Oscar...

O desempenho frustrante nas salas de cinemas de todo o país, a crítica desfavorável e nem mesmo o resultado da enquête lançada pelo Ministério da Cultura com votação aberta aos internautas para a escolha do filme nacional a concorrer ao Oscar 2011 – na qual ficou em sexto lugar -, tiraram do longa “Lula, o filho do Brasil”, a indicação, dentre os filmes produzidos este ano, ao maior prêmio do cinema mundial.

O filme de Fábio Barreto foi o escolhido nesta quinta-feira, 23, por uma comissão de especialistas para representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de melhor estrangeiro em 2011, contrariando uma série de expectativas em torno de vários dos 23 filmes concorrentes à cobiçada indicação. Os critérios nenhum pouco técnicos, vale salientar, que justificam tal resultado são tão óbvios que dispensam maiores comentários....

Não obstante, vale destacar aqui, os critérios impostos pela comissão técnica representante da premiação americana, para que o filme cinebiográfico que narra a história de vida do presidente Lula viesse a condição de concorrente à indicação ao Oscar.

Adaptando-se ao estilo cinematográfico norte-americano de ser, a produção responsável pelo longa nacional revelou ter de fazer uma série de alterações voltadas ao ufanismo e estereotipação de herói tão comum aos personagens americanos. Para tal, como revela Luiz Carlos Barreto, fundador da produtora, num dos relises reproduzidos na imprensa: "Em vez das fotos no Nordeste, com a família, eles querem fotos com o [presidente americano Barack] Obama e com a rainha da Inglaterra.

Além disso, as legendas com informações sobre a vida posterior de Lula e as fotos que aparecerem junto aos créditos serão trocadas por dados e imagens mais recentes, com destaque para o alto índice de aprovação popular de Lula que, com essa nova versão final no longa, certamente, se tornará um espécie de versão latino-americana atualizada de “Che”.

Falar em Che, “Lula, o filho do Brasil” estreia nessa quinta, 23, no cenário comercial da Argentina com expectativas reduzidas por parte de produtores e distribuidores. Antes da estreia, em 1º de janeiro, Barreto esperava um público recorde de até 20 milhões de brasileiros. A bilheteria do filme hoje é de 1,1 milhão, muito abaixo de vários outros longas nacionais lançados posteriormente, a exemplo de “Nosso Lar” que arrecadou mais de R$ 6 milhões até semana passada.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Inovação no campo midiatico campinense

Em meio às constantes e determinantes transformações que configuram os mais diversos campos profissionais da contemporaneidade, ocasionando crises diversas sob a égide dos efeitos da globalização, os jornalistas começam a se reorganizar e ampliar o seu raio de atuação, no sentido de reciclar esse que é um dos ofícios mais antigos do mundo. Dentre as várias iniciativas estão projetos coorporativos por meio dos quais a categoria se aproxima melhor da sociedade civil, indo além do mero contato via meis de comunicação jornalísticos.

Na Rainha da Borborema, isso já perceptível através do Projeto Empreender de Campina Grande que desenvolveu o Núcleo de Comunicação. Composto por dezoito comunicadores, O N Comunicação "reúne profissionais que trocam experiências e encontram caminhos que resultam na exitosa prestação de serviços à sociedade, além de visualizar novas possibilidades empreendedoras no setor da comunicação social", conforme relise divultado por um dos integrantes do projeto.

Um dos objetivos da iniciativa é o aperfeiçoamento profissional dos comunicadores por meio de reuniões periódicas, cursos e palestras que garantem a constante especialização dos jornalistas na realização de trabalhos nas mais diversas áreas de atuação profissional, a exemplo de assessoria de comunicação, web jornalismo, rádio jornalismo, reportagem, produção de eventos, entre outras funções.

Lançado nesta quinta-feira (23), o 1º Núcleo de Comunicação e Mídia do Projeto Empreender é uma realização da Associação Comercial de Campina Grande (ACCG), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba (FACE-PB), do SEBRAE, e conta com a parceria da Prefeitura Municipal de João Pessoa e do Banco do Nordeste.

Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma importante iniciativa no campo midiático campinense que, a bem da verdade, exige, há tempo, ações inovadoras que extrapolem o mero processo de produção de notícias já ultrapassado pelas novas e transformadoras tecnologias de informação em uso e de alcance glocal.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mais espíritos no cinema nacional..

O enorme sucesso de bilheteria dos filmes espiritualistas lançados recentemente no cinema nacional e que tem no último deles, ainda em exibição - "Nosso Lar", o grande ápice dessa modalidade de produção cinematográfica no país está abrindo espaço para uma série de outros longas que em breve entrarão no circuito nacional.

Dois deles se encontram em fase de finalização e prometem consolidar ainda mais essa nova fase do cinema nacional. Tratam-se dos filmes "As muitas mães de Chico Xavier" e "O filme dos espíritos". Ambos baseados em temáticas e perspectivas espíritas, os filmes estão programados para serem lançados ainda este ano.

Pelo andar da carruagem, os espíritos tomaram conta mesmo das salas de cinemas brasileiras. Eo mais curioso: sem assombros como o faziam com os velhos e tradicionais fantasmas.....

domingo, 12 de setembro de 2010

Internet, eleição e o extrato da conta a pagar...

Considerado o fenômeno de comunicação social mais promissor da contemporaneidade, a internet vem se tornando uma ferramenta indispensável no campo de disputa política. As campanhas recentes não deixam dúvidas quanto a isso. Que o diga o aumento de debates entre os presidenciáveis promovidos pelos principais sites de notícias do país, afora o número incontável de blogs e demais redes sociais explorados pelos próprios candidatos nas mais diversas esferas disputáveis. Não obstante, não podemos deixar de observar, do outro lado, o número crescente de ferramentas virtuais que vem sendo criadas a serviço do cidadão eleitor e, por fim, da democracia.

Muitas dessas tem se revelado importantes mecanismos úteis no aumento da tão difícil transparência da vida parlamentar de muitos dos candidatos que ai se encontram em busca de se reelegerem, galgando patamares de poder cada vez maior. Entre eles está o site “extrato parlamentar”, por meio do qual o internauta pode acompanhar a atuação de qualquer parlamentar, sabendo, dentre vários, o posicionamento deste, referente a diversos projetos de interesses diversos. Numa rápida checagem, o eleitor pode, por exemplo, por meio da votação do parlamentar registrada no site, ficar ciente do tipo de interesse que tem conduzido a participação do parlamentar na seara pública, bem como o número de falta de votos desse em projetos de interesse público.

Trata-se, de mais uma importante ferramenta de ajuda na decisão e escolha do candidato que se pretende eleger,delegando a esse, o poder de fazer algo pela melhoria do Estado e da Nação. O endereço é: http://www.votoaberto.com.br/extratoparlamentar. Melhor verificar agora o extrato da atuação parlamentar dos nossos pseudos representantes, do que reclamar depois do extrado da conta pública deixada por esses a pagar....De olho nos candidatos!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A consagaração dos filmes espiritualistas

Depois do sucesso de público, tendo levado, juntos, mais de 1 milhão de pessoas às salas de cinemas de todo o país, os filmes “Chico Xavier” e “Nosso Lar” aparecem na lista dos 23 longas que concorrem a uma vaga na categoria Melhor Filme de Língua Estrangeira na 83ª edição do Oscar, cerimônia que será realizada em 2011.

Independentemente do resultado final (o anúncio do filme escolhido para representar o Brasil será feito no dia 23 de setembro), a presença dos dois filmes de cunho espiritualista na lista em questão, ressaltam a consagração dessa nova linha de produção cinematográfica brasileira que, diga-se de passagem, tem conseguido trazer de volta às salas de cinemas, um público considerável que andava afastado há décadas, da sétima arte.

Trata-se, sem sombra de dúvidas, de mais fenômeno de renovação no cenário do cinema nacional, cujos resultados de bilheteria, implica direta e indiretamente numa melhor qualidade de produção cinematográfica. Algo que, vale ressaltar, já vinha sendo feito com a iniciativa de lançamento de longas no estilo comédia romântica e que colocam as nossas produções em pé de igualdade no competitivo mercado cienematográfico mundial.

Algo realmente divino!. Prova de que, alcançar o patamar de qualidade dentro do cinema brasileiro já não é mais coisa de outro mundo.....