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quarta-feira, 31 de março de 2010

O BBB: o fenômeno lucrativo da indústria do entretenimento

Os números do Ibope registrados na noite de encerramento do BBB 10 mostrando a disparada da Globo (média de 440 pontos com pico de 43,5 e share de 60,8%) frente às duas maiores concorrentes, a Record (9 pontos) e SBT (4 pontos) revela a força da audiência que a “venus de prata” ainda sustenta no país, sobretudo, quando o assunto é entretenimento. E neste sentido, a receita do reality show desenvolvido no país pela emissora realmente se consolida como o mais duradouro e de maior sucesso comparativo ao que ocorre nas demais partes do mundo onde essa modalidade de espetáculo televisivo é explorado.

Responsável pelo maior prêmio já pago pela TV brasileira – R$ 1,5 milhão – que se configura como outro recorde da TV 'Boninho', o programa vem abrindo um leque de discussões variado pelo pais afora. Em meio a essa variação discursiva da opinião pública estão as reflexões acadêmicas acerca do sucesso estrondoso do fenômeno de audiência que se tornou esse formato de entretenimento midiático que teve origem – como não poderia ser diferente – nos EUA, nos anos 1970, a partir da série An American Family, retomado com nova formatação na década de 90, na europa, com a versão do Big Brother.

Apreciado por uns e depreciado por outros, o fato é que muito mais que exclusivamente um jogo com a proposta – duvidosa, é bom que se diga – de reproduzir a vida real através da telinha da TV, o formato do reality show brasileiro continua sendo um desafio, ou no mínimo, um objeto de estudo para pesquisadores dos mais diversos campos de conhecimentos acadêmicos existentes.

De jogo criado exclusivamente para entreter o público e faturar, o programa vem se tornando um dos maiores fenômenos televisivos agraciado pelo povo brasileiro, penetrando em todas as camadas sociais sem distinção de classe social, raça, credo e o mais intrigante para muitos: também de grau de escolaridade. Tanto o é que assistem, participam votando e torcendo fervorosamente donas de casas, empregadas domésticas, comerciários, empresários, analfabetos, estudantes e professores universitários de todo o país.

Outro fenômeno intrigante por muitos, sobretudo pela classe jornalística, atrelado ao BBB diz respeito ao fato de se tratar de um programa que reformatou por completo o perfil e atuação profissional de Pedro Bial, considerado um ser com marco histórico divisório entre antes e depois do BBB. Visto por muitos como um dos grandes ícones do jornalismo brasileiro contemporâneo especializado em coberturas internacionais, autor de textos inteligentes sobre conflitos sociais diversos e que hoje se restringe a produção de editoriais sobre o conflito comportamental dos BBB´s voltado à alimentação do voyeurismo, essência do programa.

Por fim, o Big Brother Brasil pode até não ser fielmente a reprodução da vida como ela é, mas certamente, é a reprodução fidedigníssima da primazia do espetáculo do entretenimento que cresce a cada dia no mundo pós-moderno se tornando, como já apontam diversos estudiosos, a maior indústria do século XXI em faturamento e mobilização de mentes humanas. E neste caso, os números e cifras não mentem jamais!.