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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

MÍDIA, AUDIÊNCIA E VIOLÊNCIA NA PB

Como é do conhecimento de todos, as pesquisas de audiência têm alimentado os meios de comunicação de massa e, em especial, as emissoras de TV´s de todo o país e, a exemplo do que vem acontecendo na Paraíba, estimulam as empresas de comunicação a investirem no conteúdo da violência em suas grades de programação. Dos telejornais aos tradicionais programas policiais, a onda de crimes, mortes e acidentes, ganham destaque nos veículos em nome da acirrada concorrência entre os veículos líderes de audiência no Estado, assim como acontece no país.

Líder de audiência no horário, o programa Correio Verdade, que vai ao ar todos os dias pela TV Correio e que tem no sensacionalismo exacerbado e desrespeitoso – já que segundo Alberto Dines, tornar um fato sensacional é uma característica natural da praxi jornalística, porém, não necessariamente descambando no apelativo -, é um retrato fiel dessa realidade espelhada pelas pesquisas.

Entretanto, a permanente liderança de audiência do Correio Verdade que, vale salientar, vem incomodando seriamente a TV Cabo Branco – até então líder em todos os horários-, se restringe à Capital. Em Campina Grande, apesar de ter uma grande penetração, o programa perde para o telejornal JPB 1ª edição, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope.

Aqui está, portanto, um elemento instigante e válido para algumas reflexões, sobretudo, dentro da perspectiva dos estudos da recepção, os quais trazem à tona toda complexidade que envolve a relação dos receptores com a produção midiática. Dentre os possíveis questionamentos a serem levantados e investigados estão os seguintes:
1 – Em que a audiência de João Pessoa se difere da audiência do público receptor de Campina Grande?
2 – Em que o formato do telejornal apresentado pela TV Cabo Branco se difere do que é apresentado em Campina Grande e ao que parece, agrada melhor aos campinenses que o programa considerado por alguns como um ‘show de horrores’?

Em , síntese, acreditamos que aqui está um valioso fenômeno a ser melhor esmiuçado pelos institutos de pesquisa e em especial pelos estudos acadêmicos de análise de recepção os quais apontam para uma mudança considerável no complexo processo de emissão e recepção contemporâneo. Algo que, como foi averiguado por meio do seminário “Mídia, agendamento social e qualidade de audiência”, realizado recentemente pelos estudantes do bacharelado em Educomunicação da UFCG, traz à tona elementos ainda ignorados pelas pesquisas de audiências quantitativas, as quais superestimam os números e subestimam os interesses e a autonomia dos receptores diante da TV que esses querem assistir.