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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Folha x Universal: a vitória da justiça e da democracia

Em respota a uma novela que se arrasta por mais três anos, a Justiça deu vitória recentemente à Folha de S.Paulo na ação em que a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) move contra o jornal e a jornalista Elvira Lobato, protagonista de um verdadeiro atentado à democracia. A decisão da justiça, vale salientar, não dá vitória apenas ao jornal e à jornalista mas também ao espirito democrático que deve reger o exercício da livre expressão jornalística, contro o qual, lutam, paradoxalmente, alguns grupos de comunicação.

A guerra entre o veículo e a IURD teve início com a reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", de autoria de Elvira e publicada no dia 15 de dezembro de 2007, sobre o conglomerado de empresas ligado à Universal. A ação, que exigia R$ 100 mil de indenização por danos morais, foi julgada improcedente pelo juiz de direito Alexandre Muñoz, que sustentou que o jornal tem o direito de informar e que se amparou em documentos para dar a notícia, conforme foi veiculado no portal do www.comunique-se.com.br. Aliás, fazendo um dendo, em relação as cifras, a IURD bem que poderia refletir acerca da nova campanha da CNBB: economia e vida - não se pode servir a Deus e ao dinheiro..

Nos autos, o relator acrescentou, conforme publicação do comunique-se, a seguinte conclusão: "Resta patente, portanto, que a veracidade das informações está clara e demonstrada nos autos", escreveu o magistrado na sentença. E completou: “Óbvio que seus seguidores [da Iurd] e também outras tantas pessoas que não são suas seguidoras têm direito a esta informação."

A Iurd alegava que era alvo de perseguição e sensacionalismo pela jornalista Elvira Lobato e pela Folha, mas o juiz entendeu que não houve nenhuma das duas acusações, já que a repórter é autora de outras reportagens sobre outras igrejas.

O posicionamento da igreja terminou levando muitos de seus fiéis – certamente influenciados para tal – a abrirem uma série de professos contra a jornalista, considerada uma profissional respeitável na área vencedora, inclusive, do maior prêmio de jornalismo do pais, o Prêmio Esso de Jornalismo 2008. Ao todo ela foi alvo de outras 106 ações movidas por fiéis de todo o Brasil que se sentiram ofendidos com o conteúdo do texto, das quais, 90 já foram ganhas, colocando a baixo, a estapafúrdia alegação levantada pela IURD cuja postura deve ser condenada por todos os cidadãos de bom senso e que primam por uma imprensa livre e verdadeiramente democrática.