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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Jornalista: profissional em extinção?

Que as transformações registradas nesse início de século no mundo das comunicações tem atingido em cheio a sociedade e, em especial, os profissionais da mídia, não é mais novidade. Do mesmo modo, também não se configura mais como novidade o fato de que as mudanças processadas no fluxo informacional de que se alimentam as pessoas no dia a dia no contexto da sociedade midiática tem colocado, cada vez mais em em xeque-mate o papel dos tradicionais meios de comunicação, provocando uma certa desestabilidade entre os profissionais que vivem desses. Pois bem, a novidade nesse contexto talvez seja o fato de que, uma pesquisa divulgada recentemente pelo site norte-americano especializado em análise sobre carreiras profissionais no mercado mundial de empregos, o CareerCast.com, apontou o jornalista como a 5ª pior ocupação.

O dado faz parte de um rancking divulgado anualmente pelo site que aponta as 10 melhores e as 10 piores profissões do mundo. A pesquisa engloba 200 carreiras e leva em consideração cinco critérios: demandas físicas, ambiente de trabalho, salário, estresse e perspectivas de contratação. O topo do ranking da melhor profissão eleita em 2012 é ocupado pelo engenheiro de software, seguido por atuário (profissional técnico especialista em mensurar e administrar riscos), gerente de RH, dentista e planejador financeiro.

Já na lista das piores profissões a surpresa ficou por conta do aparecimento inédita de profissionais da mídia com o foco nas ocupações específicas de repórter e o chamado Broadcaster (profissional que atua em meios eletrônicos com noticiários diários). Na atual listagem, o jornalista fica atrás apenas das seguintes ocupações: madeireiro, produtor de leite, soldado e operador de plataforma de petróleo.

Visto de maneira superficial, o quadro parece apontar para uma extinção do jornalista na sociedade contemporânea, como, aliás, preconizam alguns estudiosos. Não obstante, como defendem outros, trata-se, na verdade, de um processo de mudança e de adaptação ao qual os profissionais da mídia jornalística parecem estar fadados nessa nova era da comunicação.

Como já foi ressaltado aqui neste espaço, por diversas vezes, ao meu ver, tais dados se revelam como mais um nítido sinal da crise que se alastra na imprensa tradicional e que se traduz, de um lado, pelas dificuldades enfrentadas pelos profissionais que exercem as diversas funções exigidas nesse segmento da mídia, os quais estão sendo cada vez mais explorados e se vem sem perspectivas para o futuro profissional. Algo que tem como principal e pior consequencia, o crescente índice de demissões registrados em todo o mundo tornando ainda mais difícil essa ocupação.

Por outro lado, a crise traz à tona a necessidade cada vez mais emergente de mudança no perfil do profissional da mídia que trabalha com a produção e difusão da informação diária, o qual se vê diante de um cenário repleto de inovações tecnológicas e, mais do que isso, diante de uma desafiante logísticas de gestão informacional. Um cenário em que ao que tudo indica, a adaptação parece ser a única saída para os meios de comunicação tradicionais e, consequentemente, para aqueles que sobrevivem destes e começam a enveredar pelo mundo das novas tecnologias de informação e comunicação.