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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Fim da Copa. De volta ao mundo real...

Ok, fim de mais uma Copa Mundial. Encerrada mais uma versão deste que é o grande espetáculo mediatizado do mundo e formidável indústria publicitária altamente lucrativa e hipnotizante. Hora da grande mídia se desfazer das superestruturas jornalísticas voltadas especialmente para a cobertura deste mundo fabuloso da Fifa e voltar o foco para os acontecimentos do cotidiano.

Encerradas as cortinas do grande espetáculo futebolístico, é hora de a imprensa de todo o país e do mundo voltarem-se para o seu papel real que é o de noticiar os acontecimentos de interesse público e que afetam direta ou indiretamente, a vida dos cidadãos, mesmo que, ainda sim, de forma parcial, como sempre foi e será!.

É hora dos telespectadores e receptores midiáticos de modo geral, como num fim de transe hipnótico telemidiático, voltarem-se para a realidade que os cerca, sem fantasia, sem ornamento, sem espetacularização. É o momento de encararmos o show da vida como ele é, ou ao menos, como traduzimos que ele seja, global, só mesmo no formato!.


sábado, 28 de junho de 2014

A Copa do Mundo e a E$petacularização da Vida


Em casa zapeando os canais de TV e navegando entre os diversos sites noticiosos e redes sociais em busca de informações sobre o Brasil e o mundo, me deparo com a intrigante constatação de que o mundo é, de fato, uma bola.  De que pelo menos foi assim que a Copa do Mundo deixou o planeta, redondinho, enxuto, circunflexo. Foi quando me dei conta por completo de que estamos todos novamente diantes do maior espetáculo midiático do planeta.... Mas afinal de contas, o que faz deste campeonato futebolístico algo tão maravilhoso? O que teria ele de tão especial para mobilizar a atenção do mundo inteiro?. Ao refletir sobre isto, me veio à mente, um texto lido há alguns anos de autoria do pesquisador e estudioso da mídia, Antônio Albino Canelas Rubim, intitulado "Espetáculo", cujos fragmentos me ajudaram a responder tais indagações que certamente, muitos outros internautas devem se fazer.

Nele, o autor apresenta uma discussão bastante interessante sobre esse fenômeno cada vez mais presente no mundo contemporâneo que é a espetacularização da vida, esmiuçando o que se consensuou chamar-se de "a sociedade do espetáculo". Trata-se aqui de uma expressão cunhada pelo escritor francês Guy Debord nos remotos anos de 1960 e que de lá até os dias de hoje não parou de se difundir e ganhar usuários. Ao nos fazer refletir sobre o sentido de tal expressão, Rubim chama a atenção para o engenhoso processo de construção do espetáculo, do que rompe com o ordinário nos levando à esfera do sensacional, do extraordinário.

E, nesse contexto, nos conduz diretamente ao cerne da questão que tem como agente principal, o conjunto do que ele chama de 'dispositivos midiáticos plásticos-estéticos em movimento' e que pontecializam a teatralização e a encenação contidas no evento espetacular. Dito de outro modo, o autor nos faz ver de forma mais crítica, a junção dos dois elementos que quando contrastados dão origem ao 'espetacular' e que estão umbilicamente presentes na forma de sociabilidade atual. Um modelo de vida predominantemente imagético em que a estética se une à dinâmica do funcional e do publicamente apreciável e consumível, destacando-se como componentes imprescindíveis à existência da sociedade atual.

Olhando para a Copa do Mundo sob este prisma, vemos nesta, portanto, um clássico exemplo de um tipo de evento que apresenta em si, todas as característicos dignas de um fenômeno espetacular. Eis aqui um acontecimento de dimensões multinacional e cultural cujo formato já se destaca como um grande espetáculo. Um evento de natureza grandioso que reúne, para além do exorbitante número de espectadorese em toda a parte do mundo, elementos estratégicos que configuram o modelo de vida da sociedade em que vivemos, dos quais se destacam, de um lado, o forte apelo às emoções, paixões e sensações, e, de outro, os dispositivos midiáticos que dão sustentabilidade ao sistema econômico hegemônico que rege o mundo.

É quando enxergarmos de maneira um poco mais clara, o fabuloso mundo espetacularizador da mídia - refirom-em aqui aos grandes conglomerados de meios de comunicação de massa do Brasil e do mundo - que tem como tendência predominante, tornar tudo espetacular e em especial, aquelas celebrações cujos pilastes estão fincados na logística do capital permanetemente a serviço do consumismo devorador. Esse sistema de que se vale a indústria do entretenimento, da qual eventos esportivos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, se destacam como as duas maiores fontes de arrecadação publicitária e financeira do mundo. Que o diga a Copa do Brasil cuja arrecadação ultrapassou a cifra de 10 bilhões de reais, fazendo da FIFA a entidade mais rica do mundo.

Enfim, eis aqui um dos aspectos que nos faz ver onde estão alguns dos componentes geradores da grandiosidade de tal acontecimento que, para muito além da bola rolando nos estádios, faz girar as engrengens responsáveis pelo ritmo cada vez mais alucinante e sempre espetacular da vida contemporânea. Um mundo que parece estar cada vez mais vazia de sentido, mas exarcebadamente espetacular....

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Globo aposta em novo reality $how



Anunciado como o mais novo e poderoso trunfo da TV Globo para bater índices de audiências, o programa ‘Superstar’, que estreia em abril, aponta para a consolidação de um fenômeno de que tem se valido cada vez mais as TV´s do mundo inteiro em busca da audiência, os programas de reality show.  De acordo com o que é veiculado por alguns sites de notícias, a Globo chegou a vender, em apenas 15 minutos, ao ser lançada a proposta, as cinco cotas de patrocínio do reality show ‘SuperStar’, garantindo à empresa  a receita de mais de R$ 38 milhões. Cada uma das cinco cotas do programa foi vendida por R$ 7,750 milhões. Detalhe: todas as cotas foram compradas por um mesmo grupo, o J&F, dono do frigorífico JBS-Friboi. O programa terá direção de núcleo de J.B. Oliveira, o Boninho (mesmo diretor de BBB e The Voice) e André Marques está cotado para apresentá-lo.


Assim como os demais programas do gênero lançados no país, trate-se de mais uma cópia licenciada de um produto televisivo de grande sucesso em outros países e que a Globo irá, obviamente, pegar uma ‘carona’ para alavancar os seus índices de audiência. Algo cada vez mais necessário para a empresa que, mesmo no topo ibope frente à concorrência, vem amargando uma queda deste nos últimos anos em vários de seus horários da grade de programação.

Essa diminuição nos índices de preferência dos telespectadores advém, penso eu, de dois fenômenos específicos. De um lado, o alto investimento da concorrência em suas grades de programação, a exemplo da TV Record que, como se sabe, não vem poupando esforços nem dinheiro ao investir em produtos midiáticos tais como: programas jornalísticos e de entretenimento, e de outro lado, a própria ameaça porque passam todos os sistemas de comunicação de massa tradicionais frente às mudanças impostas pelas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, as NTIC´s, que estão cada vez mais revolucionando os processos comunicacionais e o mundo como um todo.

Que o diga a abertura participativa e mais ativa dos receptores junto a esses processos comunicacionais, algo propiciado por meio das inúmeras e novas possibilidades de interação advindas do uso das NTIC´s, e que têm levado os tradicionais meios de comunicação tradicionais – até então extremamente fechados a um processo de comunicação unilateral -, reverem suas logísticas de funcionamento.

Essa tem sido, inclusive, uma das ferramentas diferenciadas desse novo reality show que será exibido pela TV Globo cujo diferencial dos demais, será propiciar aos telespectadores, uma maior interação. Criado em Israel, o formato, já licenciado para dezenas de países, apesar de ter uma banca de jurados previamente convidados, faz com que os receptores votem e se vejam na tela da emissora, ou seja, o telespectador assiste pela TV e vota em tempo real por aplicativos de smartphones e tablets. As fotos dos telespectadores votantes formam um grande painel no cenário do programa.

É justamente ai onde reside o grande trunfo logístico do ‘Superstar’ para alcançar altos picos de audiência, tornar o telespectador comum, um espécie de star, oferecendo a este, os 15 segundos de fama tão concorridos e almejados e que cada vez mais se torna um característica emblemática da sociedade do espetáculo em que vivemos.