Sejam Bem Vindo (a)!

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sábado, 2 de outubro de 2010

De olho na urna!

Na condição de eleitor cidadão, jornalista e blogueiro, gostaria de deixar registrado aqui neste espaço, um pedido de alerta aos amigos e amigas junto aos quais iremos, neste dia 3 de outubro, decidir os rumos do nosso país e, consequentemente, de nossas vidas, por no mínimo, mais quatro anos: De olho na urna!.

E não nos esqueçamos de que discursos são apenas palavras organizadas retoricamente com o poder de persuasão e, pesquisas eleitorais, são apenas números organizados estatisticamente como o mesmo fim....

domingo, 26 de setembro de 2010

Lula, mídia e a velha retórica socialista

Incomodado com as reincidentes críticas dirigidas por parte da imprensa, o presidente Lula saiu em defesa própria e em discurso proferido recentemente ao portal Terra, rebateu acusações de autoritarismo, reafirmou seu papel de líder partidário simultâneo ao de chefe de Estado e reativou argumentos utilizados ainda na época de sua retórica enquanto sindicalista e pré-candidato a Presidência da República.

Na entrevista concedida ao Terra - publicada no dia 23 de setembro - o presidente foi categórico ao afirmar que, na sua opinião, assim como acontece nos E.U.A, a imprensa brasileira deveria assumir uma postura política-partidária explícita durante as campanhas eleitorais presidenciáveis, criticando a pseuda neutralidade jornalística, algo já apresentado neste espaço.

Questionado sobre os ataques feitos anteriormente à imprensa, Lula se auto-intitulou como uma autoridade essencialmente democrática afirmando duvidar da existência de um país na face da terra com mais liberdade de comunicação do que o Brasil em se tratando do tratamento do Governo. Para Lula, "o que acontece muitas vezes é que uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática”, o que, em parte, tem toda a razão.

Aprofundando-se mais na questão da democratização da comunicação no país, o presidente foi mais além e mencionou o monopólio que caracteriza a realidade no Brasil em que os meios de comunicação de massa estão concentrados nas mãos de pouco mais de nove famílias. Ao falar dos grupos oligopólios de comunicação – sem citar nomes – ele acrescentou que "muita gente" não teria gostado do fato de seu governo ter distribuído os recursos para publicidade para imprensa entre vários Estados brasileiros".

Ao reativar uma velha retórica socialista e dizer algumas verdades que, de fato, ainda incomodam aqueles que lutam pela tão sonhada democratização da comunicação no país - e, mais ainda os que estão na contra-mão dessa expectativa-, o presidente só esqueceu de falar a respeito dos resultados concretos da 1ª Conferencia Nacional de Comunicação (CONFECOM), realizada em abril de 2009 com a proposta de debater as políticas de comunicação social nos vários setores e a efetivação da democratização da comunicação no país.

Considerado um marco na história da comunicação social no país, passados quase dois anos, o fato é que até o momento, o evento caiu no vazio e nenhuma das propostas de políticas de comunicação a favor do interesse público dicutidas foram efetivadas. AS razões para tal resultado, como se pode prevê sem nenhum grande esforço está na soberania dos grupos oligopólios que continuam detendo o poder majoritário da mídia no país e cujos representantes, vale lembrar, fugiram das discussões apresentadas na Confecom.

Assim, o presidente perdeu uma excelente oportunidade de, na retomada de um velho discurso repleto de verdades e anseios imorredouros demonstrar, além das palavras de alerta que já se tornaram clichês na boca de políticos da velha ‘esquerda’, ações concretas e reais de mudanças na história da comunicação social no Brasil. Como diria um velho jargão: palavras soltas ao vento....