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terça-feira, 12 de abril de 2011

O espaço da boa notícia na mídia...

Há muito tempo se questiona a ausência de boas notícias na imprensa que, de modo geral, vem se dedicando quase que totalmente a divulgação de fatos de natureza violento e chocante. De certo que, não há como a indústria jornalística se esquivar desse tipo de produção por dois motivos: primeiro porque se trata de um traço da realidade do mundo em que vivemos e, de outro, porque, historicamente, boa parte dos consumidores, clama por manchetes atreladas ao chamado ‘fait divers’, ou seja, sensacionalismo.

Não obstante, nada impede de os diletos amigos jornalistas produzirem relatos de fatos e acontecimentos com foco em realidade e ações positivas, ou seja, de que produzam simplesmente boas notícias. Embora, esteja fora da cultura predominante em praticamente todas as sociedades midiáticas, certamente esse tipo de produto haveria de ser consumido e, mais do que isso, com um certo tempo, quem sabe, começar a alterar a cultura aberrante e de violência que ainda predomina no espaço midiático.

Foi assim que, por exemplo, o fez o site do paraiba1 recentemente quando trouxe como manchete o seguinte enunciado: “Em 66 cidades da PB não foram registrados homicídios por dois anos”. Revelando uma outra face de uma mesma realidade vivida por todos os paraibanos que, assim como os demais brasileiros, já se habituaram – e ao que parece, mais ainda nos últimos meses – a só testemunharem desgraças de todos os tipos (crimes, catástrofes, golpes, acidentes, etc.).

Mais do que atestar, em detrimento de toda a onda de violência que se espalha na Paraíba, a existência do clima de tranqüilidade e paz em diversas localidades do Estado, o veículo atestou a possibilidade real de a mídia noticiar coisas boas. Algo fora do padrão aberrante. Mostrar que a antítese do que nos costumamos a ver nos jornais, ouvirmos nos rádios e assistirmos nos telejornais, também rende manchete. Essa possibilidade, aliás, já é ventilada por diversos profissionais da imprensa e estudiosos da comunicação a exemplo de Ricardo Noblat que em seu livro intitulado "A arte de fazer um jornal diário", defende essa ideia, vista como algo perfeitamente possível de atrair audiência.

Que bom será o dia em que esse tipo de pauta tomar conta de todas as redações jornalísticas dos veículos de comunicação e assim, propiciarem um equilíbrio no processo de difusão de notícias, assegurando que, apesar do mal, o bem continua fazendo parte desse mundo tão complicado e que também é digno de ser pautado e socializado via indústria jornalística.