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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Midia Livre e os midialivristas do FMS

Assim como acontece com todo evento de grande proporção, o Fórum Mundial Social – que acontece em Belém do Pará, desde o dia 26 -, abraça uma série de outros eventos, gerando um grande mosaico de discussões variadas. Dentre esses está o Fórum de Mídia Livre, espaço voltado às discussões sobre os avanços desta categoria alternativa de comunicação também conhecida como midialivrismo. Em linhas gerais, se trata de mais um movimento criado em resistência e contraponto aos grupos hegemônicos da comunicação que centralizam e comandam os grandes fluxos de informação no mundo, a exemplo dos grupos Globo, Abril e Record, no caso do Brasil.

O evento reuniu dezenas de midialivristas de vários paises em torno de uma série de discussões sobre os avanços e desafios da democratização da comunicação - fenômeno central em torno do qual são construídos os discursos dos chamados midialivristas. A horizontalização dos meios de informação foi uma das temáticas defendidas por vários participantes no que diz respeito à democratização da informação na sociedade, uma forma de contraposição à verticalização e lógica mercantilista reinante na mídia tradicional.

Para os midialivristas, a crise econômica – principal tema discutido em todos os subgrupos do FMS – é vista com bons olhos. Eles acreditam que ela acentuou o questionamento em torno da ideologia neoliberal, e provocou uma crescente democratização dos meios de comunicação na América Latina e, de outro lado, um declínio dos meios dominantes que, para muitos, em grande parte, também são responsáveis pela tal crise econômica.

No tocante à opinião consensual depois das várias discussões levantadas acerca dos avanços e impecilhos da Midia Livre, os participantes defenderam a idéia de que só quando esta lutar de igual para igual contra os grandes conglomerados é que haverá uma verdadeira liberdade de expressão, devendo-se para isso apostar de forma incondicional na profissionalização e na articulação internacional dos movimentos sociais. Só dessa maneira, acreditam, é possível proporcionar uma oportunidade única para a propagação dos meios de informação alternativa, diz a declaração final dos participantes no Fórum da Mídia Livre, que foi objeto de críticas pela falta de propostas concretas.

Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma proposta muito promissora essa dos midialivristas. Resta-nos saber, até que ponto está sendo conduzida de maneira serena e estratégica, ou se não passa de mais um mero movimento de oba oba sem grandes frutos concretos que venham a consolidar esse que é um direito universal mas que até hoje continua sendo um dos mais contrariados, na prática: o direito à informação e à livre comunicação. Aliás, essa é uma suspeita já levantada dentro do próprio midialivrismo.....