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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mídia: universo em constante mudança (parte I)

O avanço contínuo da supremacia da internet como o principal suporte do sistema comunicacional e informacional do mundo contemporâneo continua quebrando paradigmas e modelos de compartilhamento do conhecimento humano. Os efeitos mais explícitos desse fenômeno se vê nas transformações em andamento no universo midiático e, de maneira ainda mais específica, nas mudanças estruturais e operacionais que atingem os veículos de comunicação que compõem a imprensa. Ao contrário do que se imaginava no início da expansão da era digital, a internet não atingiu de maneira contundente os meios impressos mas sim toda a rede de veículos de comunicação e sistemas de transmissão de informação, gerando uma das maiores revoluções sociais de todos os tempos.

Nesse sentido, aumentam em todo o mundo, as discussões em torno de alguns aspectos que envolvem o complexo processo de produção, difusão e recepção de conteúdos informativos.De maneira geral, as discussões se concentram em torno de dois eixos polêmicos e que ainda se configuram como verdadeiras incógnitas sobre o futuro dos meios de comunicação tradicionais e até mesmos das novas mídias. O primeiro deles é de caráter instrumental e o outro, operacional. Um tenta dá conta da adequação dos formatos tradicionais de leitura linear às novas plataformas hipermidiáticas que regem os textos cibernéticos postados nos mais diversos aparatos tecnológicos e sistemas operacionais, e o outro se volta paras as questões concernentes à mudança dos padrões unilaterais de cobertura dos fatos que ainda prevalecem na imprensa, enquanto a principal instância mediadora social.

Voltando-se para esse segundo eixo, que há tempo me chama a atenção na qualidade de professor, pesquisador e também consumidor informacional, considero relevante provocar aqui algumas reflexões em torno de alguns aspectos que considero de extrema pertinência para compreendermos melhor a época em que vivemos. Uma época cada vez mais caracterizada pela tecnocultura, ou seja, pela supremacia dos conceitos da comunicação sob o viés tecnológico e o expansivo uso das novas mídias.

Refiro-me às mudanças correntes e que estão reformulando a concepção do clássico modelo de processamento da comunicação e informação que se configura nos três elementos: emissor- mensagem – receptor. Modelo este que, mesmo questionado há várias décadas por diversas teorias da comunicação, a exemplo da Teoria da Recepção, na prática ainda prevalece sendo explorado pela indústria midiática jornalística. Essa mesma indústria que, mesmo contrariada, está, aos poucos, se rendendo à superação desse processo unilateral de transmissão da informação.

Nesse sentido, cada vez mais, conceitos como os de jornalismo cidadão, jornalismo participativo e jornalismo comunitário, vão ganhando espaço no próprio universo da imprensa oficial, chamando a atenção para a necessidade da abertura para uma real e massiva participação dos cidadãos no complexo processo comunicacional do qual, esses deixaram de ser meros receptores passivos e estão se tornando também emissores. Mais que isso, estão se tornando co-produtores, pauteiros e ‘repórteres’ a cobrir fatos e emitirem opiniões sobre os mais diversos assuntos e acontecimentos do cotidiano.

Nesse contexto, expandem-se em todo o mundo, projetos e experiências voltados à práxis que revelam novos formatos de cobertura noticiosa hiperlocal, muitos dos quais, gerados fora do universo jornalístico e que passam a interferir diretamente no modos operandi dos meios de comunicação tradicionais e, mais do que isso, começam a afetar a bilionária indústria noticiosa e começa a incomodar a até pouco tempo intocável categoria dos donos da mídia.
É sobre alguns desses projetos e experiência transformacionais que falarei aqui, nos próximos comentários.

Até em breve!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

jornalista: profissão descartável?!

De acordo com notícia veiculada no portal www.comunique-se.com.br, a Rádio Globo demitiu recentemente o jornalista Marcus Aurélio, de 50 anos, que ocupava o cargo de gerente nacional de programação da emissora no Rio de Janeiro. A justificativa, se é que se pode considerar, da empresa para a demissão do profissional foi a de 'contenção de gastos'.


Eis aqui mais uma nítida demonstração do total desrepeito à pessoa e descaso ao profissional de jornalismo que cada vez mais padece de uma desvalorização por parte das empresas de comunicação. O motivo alegado para o desligamento de MArcus Aruélio denuncia a forma descartável com que os profissionais da imprensa são tratados, sem considerar a extrema função social que esse desempenha para a sociedade, nem tão pouco a experiência de trabalho de muitos jornalistas. Profissão essa, aliás, que ao que parece, está na contra-mão do que apregoa o mercado ao elencar como um de seus principais critérios de empregabilidade, os anos de atuação do profissional.


Afora isso, é importante que se frise também que o jornalista está longe de ser um dos cargos mais bem pagos no país, razão pela qual o tal motivo de contenção de custos não convence. Com a palavra, os sindicatos representantes da categoria...