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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Os novos rumos em torno da profissão jornalista

A recente discussão do STF em extinguir a obrigatoriedade do diploma em Jornalismo como condição legalpara o exercício da profissão tem desencadeado uma série de reflexões distintas, a partir do episódio em destaque. Ao que se pode perceber, a discussão, de início restrita ao ato, no mínimo, criticável, dos juízes pareceristas perante o caso julgado vem se fragmentando através das diversas opiniões e análises mais detalhadas compartilhadas pelos jornalistas, professores e estudantes de jornalismo.

Incrementadas pela dinâmica comunicacional plural da rede mundial de computadores que, diga-se de passagem, mais uma vez tem se demonstrado um autêntico meio democrático de permuta de idéias, as discussões apontam para um olhar mais atento à questão central em torno da prática jornalística e que há tempo, vem exigindo uma atenção especial por parte de todos os que compõem este ofício.

Referimo-nos à reflexão sobre o perfil do jornalista no mundo contemporâneo com destaque para os desafios impostos pelas transformações não apenas de ordem técnico-operacional mas humanista, por parte das novas tecnologias da comunicação, as quais têm modificado o globo em que vivemos. E, nesse sentido, a discussão ganha outros rumos e proporções que vão muito além da decisão do STF, medida esta que, parafraseando Grabriel García Márquez, já vinha sendo considerada por muitos como a crônica de uma morte anunciada. E com certa razão.

Sem sombra de dúvidas, é em torno desta questão que residem os fatores reais de sobrevivência do jornalismo. Os aspectos que desenharão o destino deste ofício que nos arriscamos a dizer que, como nenhum outro, é tão frágil às transformações que atingem à denominada sociedade da informação. Dentro desta conjuntura, portanto, compreender, primeiramente as novas formas de sociabilidade geradas e/ou alimentadas pelos novos instrumentos e dinâmicas das novas tecnologias comunicacionais passa a ser um imperativo para aqueles que se candidatam ao ofício de jornalista de fato e de direito.

Além do mais, não podemos perder de vista também o fato de que, independentemente dos rumos e resultados definitivos que esta polêmica em torno da suspensão da obrigatoriedade do diploma em jornalismo para o exercício da profissão venha a apresentar, estamos tratando de uma realidade que se arrasta por todo o país desde 2001, com a adoção do registro provisório que dá o direito de qualquer pessoa atuar em veículos de comunicação sem o respectivo documento e que mesmo sendo revogada a medida do STF, esta realidade continuará existindo por força da influência e poder exercido pelos donos da mídia em todas as instâncias políticas e jurídicas de nosso país. Trata-se de um duelo traçado particularmente entre esses e a esfera sindical da categoria jornalística que, diga-se de passagem, quem sabe a partir deste mais novo embate, passa a existir também de fato e de direito!.

Por fim, esperamos que estes e outros fragmento discursivo, olhares, em torno da problemática os quais se multiplicam a cada dia, sobretudo, por meio da internet e que tem nos professores, coordenadores, pesquisadores e estudantes de Jornlaismo uma das principais vertentes mais interessadas no desenrolar final de toda esta celeuma, venham a contribuir para uma consolidação em torno da questão central aqui descrita e que, consideramos vital para a sobreviência do bom jornalismo. E que venham os debates, colocando abaixo as omissões. O silêncio daqueles que, seja por comodismo, seja por quaisquer outros motivos de ordem pessoais e ideológicas, têm relevado esta discussão a uma 'quinta categoria'....