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domingo, 9 de junho de 2013

UFC, mídia e espetáculo: tudo a ver!

Afastado deste espaço por um longo e sofrível período de abstinência de produção textual, retomo aqui as minhas reflexões compartilhando-as com os amigos internautas que, assim como eu, se inquietam por um olhar mais criterioso sobre a mídia. Agora vamos ao que interessa...

Observando recentemente os principais sites de notícias e TV´s brasileiros é fácil percebermos a ampla repercussão que a grande mídia brasileira tem dado ao evento esportivo UFC (uma organização americana de artes marciais mistas, MMA), destacado como a nova ‘febre nacional’, ficando logo atrás do futebol. Uma das nítidas demonstrações deste fenômeno se deu neste final de semana com a cobertura privilegiada feita pela TV Globo e os principais portais jornalísticos em cima do octógono do UFC ocorrido em Fortaleza e que compreendia o duelo de técnicos do reality show The Ultimate Fighter Brasil 2.

Eis aqui mais um clássico exemplo do que apregoa a Teoria do Agendamento - uma das teorias da comunicação de massa mais propagadas nos cursos de Comunicação Social e que defende, em síntese, a hipótese de que a mídia nos diz sobre o que pensarmos, construindo a agenda temática cotidiana da sociedade, ou seja, a opinião pública.

Desenvolvida a partir de ações estratégicas e de natureza manipuladora, a prática do agendamento midiático tem como um de seus principais mecanismos gerador de efeito, a exposição massiva de um determinado tema/fato/acontecimento, utilizando-se para isto, de generosos espaços nos noticiários e grade de programação (em se tratando de emissoras de Tv e rádio).

A ideia primeira é, ao inserir o tema na pauta diária dos consumidores da mídia, despertando uma atenção para o que se exibe exaustivamente, provocar um efeito de naturalização deste na opinião pública. Aproveitando-se do exemplo aqui destacado, se vê isto a partir da forma como a tal modalidade esportiva é apresentada nos noticiários em que se refere a sigla UFC sem, aliás, como mandam as diretrizes técnicas redacionais jornalísticas, descrever o seu significado. Mas para isso há uma razão simples: facilitar a popularização do evento esportivo advindo de uma longa e complicada expressão norte-americana (Ultimate Fightinshow Championship). Uma regra básica do marketing: palavras e expressões curtas e de fácil assimilação facilita uma melhor e mais rápida abossrçaõ do produto.

Aliás, a origem da expressão já aponta para o principal e ganancioso motivo repentino do interesse da grande mídia (vale ressaltar que o UFC chegou ao Brasil em 1998 mas nos últimos anos tem se destacado e popularizado). Produto de grande sucesso nas TV´s pagas norte americanas, o UFC se enquadrou perfeitamente dentro dos moldes da cultura do espetáculo midiático que, vale ressaltar, tem no esporte, a sua principal e mais lucrativa fonte financeira.

Por fim, não é preciso irmos mais longe para, lançando um olhar mais crítico enxergarmos o que está por trás dessa nova ‘febre nacional’. Em outras palavras, mais um fenômeno midiático que aponta claramente para a cadeia que alimenta cada vez mais a sociedade midiatizada. Uma sociedade em que o esporte torna-se o principal componente do espetáculo midiático, servindo de principal fonte de comercialização para a indústria publicitária. Uma indústria que faz dos esportistas e suas modalidades esportivas, a mais valiosa mercadoria da contemporaneidade. Que o diga, Neymar, o homem de R$ 140 milhões!, o nosso mais novo homem mercadoria!!.