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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Por uma outra Comunicação Social...






Campo central para onde converge o conflito de forças socioeconômica, politico e ideológica responsáveis pelas transformações que movem e configuram o mundo contemporâneo, a Comunicação Social vem se tornando uma das áreas de atuação profissional mais complexas e em profundo processo de reconfiguração. Regido pelo acelerado e globalizante processo de racionalidade técnica, o qual tem nas inovações tecnológicas o seu motor propulsor, o mercado em comunicação tem se apresentado como um dos mercados mais desafiantes além, é claro, de lucrativo e, por isso mesmo, alvo central das forças hegemônicas capitalistas.

Atingidos em cheio por tal conjuntura e enviesados pela dicotomia educação x mercado, os cursos de ensino superior em Comunicação Social passam a sofrer um dos mais contundentes processos de mudanças pedagógicas já registrados na história da educação superior. Uma mudança, diga-se de passagem, confusa e confusamente percebida. O principal reflexo dessa realidade se vê por meio dos denominados “Referenciais Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura”.

Trata-se do principal instrumento oficial impetrado pelo Governo Federal, através da Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do MEC, e que traça os novos rumos para os cursos de Comunicação Social, dentre os demais. Lançado em 2009 em meio a uma discussão ainda inconclusa e repleta de dúvidas, tendo como foco mais polêmico, a extinção da área de Comunicação Social e, por conseguinte, da transformação das seis tradicionais habilitações comuns a essa área (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Rádio e TV, Cinema e Produção Editorial) em cursos isolados (para saber mais, acessar o link (http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/cne/pdf/CES162002.pdf),
o documento ainda se configura como um grande desconhecido dos docentes e discentes nas instituições de ensino em todo o país.

Avançando para além dos detalhes de natureza política em torno desse documento, os quais estão bem postos no artigo de autoria do prof. Gerson Muniz (http://www.gersonmartins.jor.br/artigo-jornal/referencias-curriculares-nacionais-715), um aspecto se sobressae conclamando a uma reflexão em torno dessa importante questão aqui levantada e que aponta para o futuro da intervenção acadêmica na formação dos profissionais da grande área da Comunicação Social.

Como se pode perceber, diz respeito à imperiosa necessidade de atualização dos parâmetros básicos de organização pedagógica dos cursos em Comunicação Social. Nesse sentido, nunca é demais lembrar que, como ressalta a experiente professora Margarida Kunsch – membro da comissão de especialistas envolvidos na definição do documento aqui mencionado -, na atualidade, os processos sociais e culturais mais amplos que se instauram a partir das transformações decorrentes da globalização econômica. Essas, por sua vez, têm colocado no centro do debate as ações da comunicação do mundo contemporâneo, provocando uma reavaliação acerca das práxis que configuram cada uma das áreas do fazer comunicacional.

Portanto, para responder a essa realidade, necessário se faz atualizar as grades curriculares de boa parte dos cursos de Comunicação Social, os quais, como não é mais novidade para nenhum estudante ou profissional do campo, encontram-se na contramão da atual conjuntura mercadológica e social. Algo visivelmente percebido por meio dos conteúdos ultrapassados e linhas de formação incompatíveis com as novas tendências que emergem no novo mercado de trabalho e concepção de mundo global. A crise se apresenta mais definida no campo dos cursos cujas formações profissionais se voltam para as competências e habilidades informacionais, a exemplo, sobretudo, do Jornalismo.

Inseridos num dos mais dinâmicos e desafiantes processos de reconfiguração socioeconômico e cultural da sociedade moderna, os cursos voltados a interface comunicação e informação, como é o caso do Jornalismo, vivenciam uma das maiores crises estruturais e ideológicas. Crise essa cada vez mais acentuada pela mudança no que diz respeito ao processo de mediação advindo das chamadas novas tecnologias de informação e comunicação e que têm no chamado fenômeno de convergência midiática e, em especial, nos instrumentos móveis de transmissão de informação, a sua mola mestra.

Bastar da uma olhada nos diversos artigos publicados constantemente em vários veículos de comunicação virtuais, dentre eles, no portal do observatório da imprensa, o mais crítico dos espaços voltados para a comunicação no país e cujo teor apontam para as mudanças e preocupações que vêm norteando o cotidiano das empresas de comunicação. Uma realidade que coloca em xeque-mate o modelo tradicional ainda adotado pela maioria das empresas de comunicação de massa, para quem o futuro parece ter pego de surpresa. Assim como as instituições de ensino superior, essas passam a se mobilizar procurando saídas para se enquadrarem nos moldes do admirável mundo cada vez mais novo e assustador...