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segunda-feira, 4 de junho de 2012

O decreto anti televangeli$mo: final dos tempos?

O anúncio feito recentemente pelo Governo Federal e que dá conta de um conjunto de medidas que prevê mudanças nas regras da atual legislação de telecomunicações do país tem deixado políticos e religiosos em estado de alerta. Mais que isso, em povorosa. O motivo de tal reação está na medida que apresenta como proposta a proibição do aluguel de canais e horários na programação de rádio e TV. O decreto, como se vê, atinge em cheio a classe política e várias denominações religiosas para quem o espaço em meios de comunicação de massa – como já foi enfocado em outro comentário aqui postado -, representa uma das, se não a maior de todas, estratégias de manipulação ideológica.

Como reação imediata, a bancada evangélica presente no Congresso Federal, a qual, vale dizer, atua nos dois campos ideológicos aqui destacados: o político e o religioso, já se posicionou totalmente contra o decreto, conforme matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo (04/06). Reação essa já esperada, tendo em vista o fato de boa parte das denominadas igrejas evangélicas figurar entre os principais beneficiários da atual legislação de telecomunicações, ocupando um volumoso espaço das programações de TVs e rádios do país. Trata-se da prática do televangeli$mo, por meio da qual, muito mais que almas para Jesus Cristo, se arrebata uma soma vultuosa de dinheiro para os proprietários das igrejas e para as empresas de comunicação que de olho nessa onda de pregação midiática capitalista, fecham negociações milionárias. Essas, certamente, respaldadas na máxima evangélica: “...dai a César o que é de César....

Basta citar como exemplo três das correntes neopentecostais mais concorridas da atualidade e que disputam entre si, o lucrativo rebanho de fiéis cristãos: a Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, cliente da Rede TV e que começa a incomodar a concorrência; Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R.R.Soares, aquele mesmo que recentemente inovou o televangeli$mo com o dízimo em débito automático, e que já é quase sócio-majoritário da TV Bandeirantes; e a Igreja Universal do Reino de Deus, do polêmico Edir Macedo, ex-sócio de ambos os representantes religiosos mencionados e que tem servido de exemplo para o ramo pra lá de lucrativo que tem se tornando a religião cristã no Brasil e fora deste, dono de uma das maiores multinacionais do mundo.

Resta saber se, diante deste cenário político-religioso-econômico, o decreto governamental em pauta terá força suficiente para conseguir aprovação, passando por cima dessa poderosa frente de liderança sacroempresarial. Seria o final dos tempos se aproximando para esses? Uma coisa é certa, muito mais que poder político, será preciso muita fé!.