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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Jornalismo em votação

Depois das eleições do primeiro turno, foi adiada, mais uma vez, no Senado, a votação da PEC 33/09 que trata da regulamentação da atividade jornalística com o retorno da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Marcada para o último dia 6 de outubro, a apreciação da PEC dos jornalistas foi suspensa, mais uma vez, pela falta de quorum, reforçando novamente, as reais intenções dos parlamentares para com a questão que já se tornou um dilema que se arrasta há quase dois anos, sem resposta alguma.

Como forma de fortalecer a categoria em torno da luta em prol da luta, a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas realizam de 18 a 23 de outubro, a Semana da Comunicação, que será precedida de ato simbólico em São Paulo, dia 15. A mobilização terá a luta em defesa do diploma, a instalação do Conselho Nacional de Comunicação (CNC) e outros direitos de interesse, vale ressaltar, não apenas da categoria, mas da sociedade civil como é o caso da, enfim, implantação do CNC, como acontece há décadas com outras categorias profissionais.

Paralelo a essa, também está em trâmite há um bom tempo, a luta pela votação das novas diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo, cuja grade e filosofia curricular, há tempo vem exigindo uma renovação em prol, sobretudo, das novas exigências que recaem sobre o novo perfil do profissional da comunicação.


Enfim, pautas sobre o futuro do jornalismo é o que não falta no Congresso e Senado brasileiro. Do outro lado, entretanto, sobra descaso por parte dos representantes populares para com pleitos de tamanha relevância para a sociedade.

E assim caminha o parlamento, que depois das últimas eleições, promete andar a passos ainda mais lentos e capengas...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mídia e a escalada para o mundo político

Alguns resultados apresentados no primeiro turno das eleições 2010 evidenciaram algo cada vez mais notório e que se constitui como o principal foco de comentário deste espaço que é o poder de influência da mídia no mundo contemporâneo. Neste caso, esse fenômeno ficou, mais uma vez evidente, através da escalada de alguns personagens famosos ao mundo da política.

O caso mais notório nesta eleição, como é do conhecimento de todos os brasileiros, é a candidatura pra lá de bem sucedida do humorista Tiririca, a quem muitos, equivocadamente, o designam como palhaço. A vitória do personagem midiático cujas apresentações no Horário de Propaganda Político Gratuito se configuraram como uma verdadeira aberração ao bom senso e desrespeito ao voto consciente tão propagado pela Justiça Eleitoral, reforça um fenômeno que há tempo vem se repetindo a cada eleição e que vulgarmente – e também equivocadamente - vem sendo denominado como um voto de ‘protesto’. Na eleição de 2006, o caso mais emblemático foi o do ex-estilista e apresentador, Clodovil que se elegeu com aproximadamente 500 mil votos, ou seja, praticamente, metade dos votos do mais novo fenômeno midiático de votação desta eleição, Tiririca que ultrapassou a margem de 1 milhão e meio de votos, se tornando o segundo deputado mais votado na história da política nacional. Mais um feito do reflexo dos efeitos midiáticos na política e, consequentemente, na vida do país.

O fato é que, atentas a essa possibilidade de escalada ao poder sem muitos esforços, as celebridades – incluindo aqui as duradouras e as instantâneas – se candidatam às eleições, aumentando cada vez mais o número de famosos em cada disputa. Não obstante, analisando o panorama geral de candidaturas de personagens produzidos pela mídia, os resultados desta e das eleições anteriores, também tem evidenciado que os holofotes midiáticos não se constituírem uma receita infalível para a vitória nas urnas. Basta ver o número de famosos consagrados nas urnas neste pleito. Para efeito de constatação, da longa lista de famosos que registraram candidatura no TSE, só conseguiram se eleger: o ex-jogador Romário (PSB-RJ), com 1,84% dos votos válidos, o humorista Tiririca (PR-SP), com 6,35%,; o ex-jogador do Grêmio Danrlei, com 2,90%, Stepan Nercessian (PPS-RJ), com 1,84% e o ex-BBB, Jean Wyllys (Psol-RJ), com 1,05% dos votos.

Por outro lado, não se deve ignorar o fato de que o poder eleitoral da mídia nas urnas, não beneficia apenas as celebridades. O raio de ação da fama e glamour popular conquistado por esses personagens midiaticos, sobretudo, através das aparições permanentes na TV, se estende desses aos graus de parentescos, se tornando o maior cabo eleitoral dos parentes nas disputas aos pleitos diversos. Revelando-se uma autêntica herança nas urnas.

Um dos exemplos desse efeito de influência midiática foi a eleição do filho do apresentador Ratinho, o Ratinho Jr, que, numa demonstração do que costuma acontecer nesses casos, foi o deputado federal mais votado do PR. Ou seja, não basta ser famoso, o importante é colocar a família para participar.....

domingo, 3 de outubro de 2010

Embate político-partidário e midiático

Em continuação a um fenômeno que tem se tornado repetitivo na história recente das eleições político-partidárias da Paraíba, os eleitores paraibanos prorrogaram para um segundo turno, a decisão da campanha eleitoral para o Governo do Estado.

Mais que a continuação da disputa entre os dois candidatos mais votados para o cargo - Ricardo (PSB) e Maranhão (PMDB)- a decisão pelo segundo turno implica, como é do conhecimento de toda a Paraíba, pelo embate dos dois principais grupos midiáticos do Estado, os quais vem colocando - ora de forma implícita, ora nem tanto -, os seus diversos veículos de comunicação à serviço da campanha dos dois postulantes ao Poder Executivo Estadual.

Tal realidade foi perfeitamente explicitada, na etapa final da disputa eleitoral, através da cobertura da apuração dos votos feita por jornalistas representantes de ambos os grupos, cujas falas, longe da imparcialidade que rege os manuais de jornalismo, deixaram transparecer o duelo político partidiário e midiático que envolve a eleição no Estado, o qual, como se não bastasse, terá de arcar, mais uma vez, com a prorrogação de mais uma campanha pra lá de cara aos cofres públicos...

Bom seria, poder ver, ao menos parte do montante gasto nesses embates, empregado em prol da melhoria de serviços básicos e essenciais à vida dos cidadãos eleitores, a exemplo da melhoria da saúde e da educaçaõ pública, para os quais, os holofotes da mídia, aliás, deveriam estar focados com uma maior atenção, ao invés de se restringir à divulgação da agenda dos candidatos, pelos próximos dias...

A decisão, desta vez, conforme se pode prever, está nas mãos dos eleitores que voram em branco ou anularam os votos, para quem, os candidatos deverão se voltar com uma atenção especial. Afora isso, é tudo no mesmo.

Por isso mesmo, aproveitamos para reforçar o alerta aos caros amigos internautas no sentido de que, além da mídia, mantenhamos os nossos olho bem abertos para o segundo turno das urnas...