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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A (IN) COBERTURA DA MÍDIA NO CARNAVAL

Uma enquete realizada pelo portal do Observatório da Imprensa sobre a qualidade da cobertura da mídia em feriados prolongados, nos coloca mais uma vez frente a frente com a imagem desgasgante que a mídia vem sofrendo perante a opinião pública. A enquete apontou para num alto índice de reprovação dos espectadores acerca do trabalho desempenhado pela imprensa. De acordo com uma parcial apresentada pelo site, mais de 90% das pessoas que opinaram, demonstraram-se insatisfeitas com o trabalho apresentado pela grande mídia. Não é para menos.

Tomando como parâmetro, o último feriado do carnaval, não é difícil de se compreender esse resultado. Além de repetitiva e superficial, a cobertura da grande mídia, com algumas raras exceções, se demonstrou uma atividade de caráter essencialmente comercial, voltada quase que unicamente para a espetacularização da notícia.

Que o diga a TV Globo que, assim como a TV Bandeirante, focaram a produção jornalística nos desfiles das escolas de samba, trios elétricos baianos e nos blocos carnavalescos pernambucanos que, aliás, é importante ressaltar, continua sendo originalmente popular, promovendo uma transmissão totalmente promocional, propagandística, fruto dos acordos firmados entre as empresas de comunicação via departamentos comerciais e os poderes públicos (governos municipais e estaduais).

Nesse acordo comercial, ficaram e fora os princípios básicos que regem uma boa e ampla cobertura jornalística que no caso em questão, por exemplo, excluíram as cenas de violência envolvendo foliões e policiais truculentos. Mas é claro, trata-se de um tipo de episódio que nada combina com o espetáculo midiático carnavalesco onde o que se deve cobrir é a felicidade virtual multicolorida em detrimento dos excessos de descasos e estatísticas negativas que permeiam tradicionalmente os feriadões carnavalescos. Esses sim, devem ser incobertos. Razão pela qual a mídia tem realizado eficientemente a sua (in)cobertura.