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domingo, 1 de julho de 2012

A indústria do infoentretenimento

Estreado recentemente em meio a ampla repercussão na mídia, o programa global “Encontro com Fátima Bernardes” (programa este que entra no ar substituindo uma atração infatil em pleno período de férias para a criançada! e depois se diz que Globo e você tem tudo a ver...) inaugura um novo estilo de produção midiática na TV brasileira. Trata-se de programas fundamentados na linha do infoentretenimento que trazem como chancela, a imagem de jornalistas renomados na figura de apresentadores, cuja função principal é a de entreter os telespectadores.

Para isso, os jornalistas-apresentadores-espetaculares se utilizam de uma receita que implica na mistura um tanto grotesca de jornalismo com diversão em que nunca se sabe se o propósito é deixar o receptor informado ou simplesmente entretido.

Trata-se de um tipo de produção midiática voltada à ‘entretenização’, termo este utilizado pelo escritor Douglas Kellner ao se referir à cultura de infoentretenimento que vem sendo fomentada pela mídia na contemporaneidade. Um estilo de produção respaldada, sobretudo, na cultura do espetáculo midiático que se propaga pela denominada sociedade do espetáculo midiático, ou para ser ainda mais específico, sociedade midiatizada. Uma sociedade que cada vez mais se encaminha para a espetacularização do cotidiano e que a vida parece se tornar um grande entretenimento...

Mas não podemos perde de vista o fato de que, estamos diantes de uma iniciativa que, vale salientar, muito mais que simplesmente agradar ao público telespectador, de maneira inovadora, se revela uma forma estratégica de se ampliar uma das indústrias mais lucrativas da atualidade que é o mercado do entretenimento. Só para se ter ideia, só nos EUA, esse tipo de indústria movimenta uma cifra superior a US$ 500 bilhões. Um negócio dominado por megacorporações que combinam entretenimento, informação e uma ampla variedade de produtos comercializáveis e que tem nas redes de televisões, o seu principal vitrine. Não por acaso, mas pelo fato de ser este o meio de comunicação mais espetacular existente na sociedade global.

A idéia dos grupos midiáticos, conforme defende Kellner, é fomentar a criação de uma nova sociedade de infoentretenimento. E, nesse contexto, um dos trunfos que tem se utilizado, baseados em experiências de audiências bem sucedidas, a exemplo do reality show BBB, aqui no Brasil, é usar a imagem de personalidades midiáticas renomadas e com um perfil de credibilidade junto à população.

É nesse sentido que, investindo amplamente nesse novo nicho de mercado televisivo, a Globo lançou o programa mencionado tendo a frente a senhora Bonner e nos próximos dias irá estrear o “Na moral” que será apresentado por Pedro Bial. Mas isso já gancho para um outro comentário...

Até lá!