Como
se viu, ignorando totalmente esses dois aspectos atrelados ao legítimo estado
democrático, o Estado e a mídia se deixaram tomar profundamente pela empolgação
religiosa/espiritual propiciada pela visita do sumo pontífice católico ao
Brasil. Para além da badalada simpatia, simplicidade e humanidade atribuídos ao
papa Francisco, ficou ainda mais patente os sinais do quanto ainda estamos
distantes da separação entre Estado e religião e de como a mídia está pouco
comprometida com essa questão. Ao contrário, como é de costume desta instância
pra lá de mercadológica, o que se viu foi uma ampla ação oportunista
visivelmente revelada através da espetacularização produzida, sobretudo, pelas
emissoras de TV abertas.
Nesse contexto, feita uma pausa no pluralismo ideológico e
diversidade de credos, o proselitismo religioso ganhou dimensões superlativas
que mesmo se tratando do maior país católico do mundo, pôde-se ver configurado
o exagero da imprensa brasileira. Finalizado o fato, resta saber em que a grande mídia investirá seus holofotes. Seria o retorno ao foco das manifestações? As apostas estão abertas....