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terça-feira, 26 de abril de 2011

Mídia e a segmentação do mundo

O mundo contemporâneo vive, indiscutivelmente, sob a égide das comunicações midiáticas. Uma realidade que solta aos olhos de todos, a cada dia, por meio, sobretudo, dos novos adventos do fantástico universo digital que, cada vez mais, segmenta a comunicação gerando, através desse processo, novas tribos de emissores e receptores modernos espalhados pelos cinco continentes do planeta Terra. Orbe esse que, como um muito bem previu, no início do século passado o pensador canadense Marshal McLuhan, se restringe a uma grande aldeia global. E que aldeia...

Apesar deste processo dinâmico de segmentação não ser algo novo (basta citar como exemplo a vertente criada há mais de dois séculos pela indústria jornalística, denominada de ‘jornalismo especializado’ e que, através dos diferentes veículos e linguagens específicas trabalha a segmentação de públicos receptores), é cada vez mais notório o poder de estratificação da população de comunicantes determinado pelas novas mídias.

E, nesse contexto, mais ainda da força de (re)configuração dos sujeitos comunicantes no espaço midiático advinda das denominadas e tão badaladas redes sociais. Basta citar como exemplo, o rápido processo de surgimento e multiplicação dos novos canais voltados às camadas específicas da sociedade onde se encontram sujeitos com afinidades entre si, sejam ideias, pensamentos, desejos e/ou comportamentos similares.

Algo que cada vez mais põe em xeque-mate a velha teoria da comunicação de massa nos moldes atuais de processo de comunicação digital. Mais do que isso, a explosão permanente de mídias sociais, por toda parte, abre um fantástico universo de possibilidades de exploração da informação, de maneira segmentada, como jamais vista na história da humanidade, formando redes de conexões entre sujeitos que, por muito tempo, ficaram a mercê do jornalismo especializado ou alternativo como únicas formas de consumo de determinados tipos de conteúdos e bens simbólicos de forma geral. E, isso tudo, vale ressaltar, de forma passiva, submetidos a um processo de comunicação unilateral.


A realidade hoje demonstra que, além de terem acesso a conteúdos específicos de seus interesses e de forma mais fácil, os sujeitos podem interagir de forma direta no processo de emissão e circulação desses conteúdos, tornando a comunicação mais democrática e interessante.

E, para ilustrar esse leque de possibilidades infinitas de segmentação da comunicação hodierna, basta citar como exemplos, as diversas novas mídias sociais que estão surgindo e, aos poucos, sendo agregadas ao cotidiano dos sujeitos. Fazem parte dessa nova aldeia de redes sociais, além das já conhecidas em todo o mundo: Orkut, Twitter e Facebook, as várias redes criadas para fãs de cinema, literatura ou línguas estrangeiras, das quais, como muito bem ilustrou uma matéria publicada recentemente no site www.comunique-se.com.br, já começam a se destacar as seguintes:

A rede Flixter(reúne perfis e comunidades de amantes do cinema, com discussões sobre filmes, atores e roteiros);
A brasileira O Livreiro (ponto de encontro para os internautas que adoram ler e compartilhar experiências sobre suas leituras);
A LiveMocha (rede que integra interessados em aprender línguas estrangeiras. No site, há lições para 38 idiomas diferentes. Além de acompanhar as lições, os internautas podem fazer exercícios de áudio para que sua pronúncia seja avaliada por usuários nativos no idioma escolhido. Os internautas também podem falar entre si e melhorar a conversação. O serviço é gratuito).

A Classmates.com, (canais para quem deseja encontrar amigos de escolas e faculdades e que dispõe de acervo de livros e vídeos de turmas de alunos de diferentes instituições).

Estamos todos diante, portanto, como se pode perceber, de um processo de segmentação em larga escala e numa velocidade jamais imaginada na história da comunicação social, universo este que, mais do que qualquer outro, passa por transformações gigantescas, formidáveis, mas também, de certo ponto, assustadoras e que atinge a vida de todos os seres sociais deste velho mundo que por força das novidades digitais se transforma cada vez mais no admirado mundo novo!