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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A polêmica da mídia no caso "Paula Oliveira".

A ampla divulgação do polêmico caso envolvendo a brasileira Paula Oliveira, supostamente agredida por um grupo de neonazista europeu, caiu como uma luva nas mãos dos críticos de plantão da imprensa. Dúvidas acerca da veracidade do fato, a parte, a discussão girou em torno da 'barrigada' (termo utilizado no meio jornalístico para designar a divulgação de uma informação inverídica) dada por vários órgãos de imprensa e jornalistas renomados, a exemplo da Globo e de Luis Nassif, dois dos alvos dos críticos mais ferrenhos.

O portal eletrônico do Observatório de Imprensa, como já era de se esperar, fez do fato, um prato cheio, abrindo espaço para vários comentários, teses e antíteses acerca da postura apressada por parte dos arautos do jornalismo brasileiro em prestar o 'furo' à sociedade. Trata-se, sem sombra de dúvidas, de algo sempre notável de análises uma vez que faz referência a uma das maiores falhas da práxi jornalística, ou seja, a de não averiguar com cautela as informações antes de levá-la ao conhecimento do público.
Entretanto, como levantaram muitos dos críticos mais amenos, diferentemente de tantos outros, o caso em questão teve algumas particularidades que dividiram a opinião da crítica. A principal delas diz respeito à natureza das fontes de informação que repassaram à notícia da agressão contra a advogada, no caso, o pai e o noivo da vítima (só não se sabe ainda se dos neonazistas ou dela mesma?).

A priori sou franco em dizer que não tenho ainda uma opinião finalizada em torno da postura da imprensa brasileira em torno do fato. E, sem querer colocar mais lenha nessa fogueira, mesmo porque, nesse sentido, recomendo o portal do observatório da imprensa como o caldeirão efervescente, deixo registrado aqui a polêmica, para que, quem sabe, possa pautar outras reflexões em torno dessa que, polêmica a parte, é uma das mais comprometedoras práticas do jornalismo: o de averiguar toda e qualquer informação antes de transformá-la em notícia.

E nesse sentido, nunca é demais repetir que, além de se tratar de um dos códigos de ética básicos da imprensa para os quais todo jornalista deve estar atento, conduzir com responsabilidade a apuração dos fato fugindo ao máximo do sensacionalismo, é um dever cívico do jornalista. Sem esquecer que, em tempos de realidade virtual, da rapidez na transmissão da informação jornalística, postura ética é um desafio ainda maior, diria mais, quase que intransponível para o profissional da imprensa. O conflito da guerra da velocidade x veracidade.