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terça-feira, 21 de julho de 2009

Jornalistas com diplomacia!

Como já era previsto, a recente atitude do STF em extinguir a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, mexeu afundo com o ‘brio’ dos colegas de profissão, abrindo margem para uma discussão plural por meio da qual se vê dos mais variados pontos de vistas sendo explicitados. Alguns mais sóbrios, outros nem tanto, mas todos, ao nosso ver válidos. Trata-se de uma reação em cadeia vista nos quatro cantos do país e que, muito mais que a indignação, tem revelado talvez mais do que nunca antes, a complexidade que toma conta desta que é considerada uma das categorias mais controversas existente no mundo.

E, claro que não poderia ser diferente, uma vez que estamos nos referindo aqueles que lidam com o exercício diário da palavra, na condição de arautos da informação, de representantes maiores da liberdade de expressão e de pensamentos. Condição esta, aliás, utilizada como principal argumento dos opositores do diploma em Jornalismo e apresentada de maneira para lá de equivocado pelos pareceristas do STF ao aprovarem a medida acima mencionada.

O fato é que o episódio em questão acabou por reacender uma discussão antiga e sem fim envolvendo, de um lado os jornalistas diplomados e, de outro, os jornalistas de fato respaldados na larga experiência no mercado de trabalho. Trata-se de uma fronteira delicada marcada por discussões acirradas e repletas de argumentos favoráveis a cada um dos lados, na incessante busca pela afirmação da legitimidade do ofício, com ou sem a chancela da academia.

Isto fica ainda mais evidente ao lermos os diversos comentários postados nos vários sites do universo online, onde jornalistas diplomados e não diplomados já deixaram de discutir a questão central da polêmica para emitir opiniões contrárias e, por vezes, conflitantes, acerca da postura dos colegas mediante a medida do STF. Os comentários deixam externar, mesmo que inconsciente, o clima de disputa e desrespeito que há tempos marca a divisória fronteiriça entre os dois lados.

Entre os vários pontos de vistas explicitados, está a condenação ao ato de protesto que vem sendo manifestado por vários colegas jornalistas diplomados que, levados pelo clima de indignação mediante a postura do STF e, em especial, a do representante maior, o ministro Gilmar Mendes, têm esboçado gestos mais severos contra este. Muito mais que uma mera representação de liberdade de expressão mediante um fato, a recriminação a tal atitude advindo de dentro da mesma categoria ressalta a falta de sincronia e o espírito de discordância que rege a relação dos membros que integram este mesma categoria cuja fragilidade a levou a sofrer a punição dos senhores ministros. E levará a sofrer ainda muitas outras, certamente, uma vez que um reino desunido, sempre será vencido!.

É sempre bom lembrar que na guerra, há várias frentes de luta. A cada uma, os seus instrumentos. Claro que o bom senso sempre deve nortear toda estratégia de luta, contudo, o respeito à diferença de pensamento e formas de atitude, ao nosso ver, deve permanecer resguardado. Até mesmo como forma de não se fragilizar ainda mais, esta já tão fragmentada e dispersa categoria. Com ou sem diploma, o que não podemos perder de vista, jamais, é a diplomacia!.
OBS: Vale dizer que não participei de nenhum dos manifestos por não concordar com as estratégias montadas, porém, defendo até a última instância o direito de todos de reagir conforme a sua livre consciência.