Sejam Bem Vindo (a)!

Mostre que você não apenas é observado, mas também um observador da mídia...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lula na blogosfera

Depois de gozar de um alto índice de popularidade junto à população, no campo de aprovaçaõ política, o presidente Lula se prepara para se tornar o mais novo fenômeno no ciberespaço ao anunciar que, após deixar a presidencia da República, se tornará um blogueiro e twiteiro. O anúncio, feito no último dia 24 durante entrevista concedida exclusivamente a blogueiros, revelou o affair do presidente pela mídia social, a qual, ao que tudo indica, ele usará exaustivamente para continuar em evidência. Algo, que vale salientar, é novo na história desse país, como o foi a entrevista concedida aos blogueiros e twiteiros.

Na entrevista, Lula enfatizou a sua simpatia pelas novas modalidades midiaticas cibernéticas e ao mesmo tempo o seu descontentamento com a mídia tradicional que ao seu ver, cometeu uma série de injustiças com o seu governo e mais ainda contra Dilma Rouseff, durante a campanha eleitoral, citando como exemplo principal, o polêmico episódio da bolinha de papel, usada pela Globo como instrumento de estratégia política.

Com se pode prever, a expectativa é de que, de fato, ao criar o seu blog oficial, o presidente se torne um dos maiores fenômenos de acesso na internet, dando continuidade à sua indiscutível bem sucedida performance de popularidade. E, no espaço virtual, vale salientar, o presidente - que já é conhecido por soltar o verbo de maneira pra lá de espontânea - deverá soltar ainda mais a língua agradando a uns e chocando a outros, numa proporção bem maior.

Por outro lado, isso trará efeitos ainda mais positivos para a blogosfera que como se percebe, cada vez mais se torna uma das maiores concorrentes e ameaças à indústria da informação jornalística em todo o mundo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Jornais gratuitos: uma mídia possível

Os jornais de circulação gratuita foi um dos temas discutidos durante o Seminário Internacional de Jornais, realizado este mês em São Paulo. Tema polêmico marcado por uma série de visões antagônicas e que, vez por outra, volta ao cenário das discussões baldeando ainda mais os pontos de vistas no segmento editorial, a distribuição gratuita de jornais é uma possibilidade cada vez mais eminente no contexto contemporâneo assinalado por um voraz processo de democratização do acesso à informação.

Ancorada na pluralidade de mídias informativas que permeiam esse universo, muitas delas, totalmente sem nenhum ônus para o leitor, não é de se admirar que esse segmento midiático ganhe força e exija dos empresários que atuam no mercado editorial de jornais, uma postura mais clara e definitiva em relação a essa realidade controversa, polêmica mas, sem sombra de dúvidas, viável.

Uma prova inequívoca dessa realidade são os tablóides de distribuição gratuita em circulação há décadas nos EUA e em parte da Europa. Basta citar, como maior fenômeno desse ramo, o jornal espanhol 20 Minutos, cuja circulação ultrapassa a mais de 1 milhão de exemplares, tendo já alcançado o posto de maior jornal em circulação no país.

Trazendo para o nosso contexto, cuja realidade, como sabemos, é outra e de certa forma incomparável com a vivenciada no velho continente, não podemos deixar de enxergar o fato de que, mesmo em menos quantidade e com circulação menor, são diversos os exemplos de jornais gratuitos que dão exemplo de sobrevivência em plena era da mídia digital. Entre esses estão o Jornal de Londrina (JL), o Diário do Nordeste (CE), Jornal Metropolitano (DF) e o jornal carioca Metrô Magazine, para ficar apenas nestes.

Em linhas gerais, a questão central sempre levantada nas discussões sobre a temática se volta para os recursos de manutenção de sobrevivência para esse tipo de proposta editorial considerando-se o seu alto custo de produção e, afora isso, o baixo índice de público leitor para esse tipo de mídia impressa.

A resposta, em contrapartida, tem sido dada por diversos empresários e profissionais envolvidos em experiências bem sucedidas no país e fora dele. A exemplo do jornalista Cláudio Bianchini, presidente do Grupo Metro no Brasil, para quem, na verdade, a questão central a ser discutida deveria ser a qualidade do conteúdo e a forma de interatividade com o público leitor. Essa tem sido, por exemplo, uma das estratégias principais que tem sido adotadas no mercado editorial em revistas, segmento este que, ao contrário das previsões já feitas, vem apresentando um considerável crescimento no número de revistas lançadas a cada ano.

Em sua participação no seminário mencionado, Bianchini analisou que é um erro os jornais gratuitos pensarem que o leitor não vai reclamar do conteúdo que lhe é entregue apenas pelo fato de não pagar pelo jornal, deixando de lado, algo extremamente crucial, que são as estratégias de conquista e mais do que isso, a fidelidade do público leitor, como o fazem os jornais europeus, por exemplo.

Ou seja, a questão inicial, deveria ser, se pensar num projeto gráfico e editorial de qualidade, inovador e coerente ao máximo com a realidade vivida pelo público leitor alvo do veículo. Nesse sentido, o retorno e os meios materiais de sobrevivência se tornam conseqüência inevitável.

O que não se pode continuar ignorando é o fato de que, cada vez mais, um grande número de novos leitores são formados, leitores esses, vale salientar, filhos de uma geração que, diferentemente das anteriores, pagar para se ter informação, é coisa que está ficando cada vez mais no passado. Realidade essa que, reforça a relevância de se discutir, mas mais que isso, se levar a sério a possibilidade de investimento no segmento dos jornais gratuitos. Está mais do que na hora de se (re) pensar nisso, até mesmo porque, a única morte certa anunciada para esse e qualquer outro segmento de mercado á aquela associada a falta de criatividade. O resto são meras possibilidades!

domingo, 21 de novembro de 2010

Livro: a mídia por excelência

Está sendo realizado no período de 20 a 28 de novembro, no Espaço Cultural, em João Pessoa, o 1º Salão Internacional do Livro da Paraíba. Por motivo de coerência não poderia deixar de noticiar aqui, neste espaço, esse acontecimento que tem como objeto central a mais antiga e fascinante mídia desde a invenção da imprensa que é o livro. De acordo com a organização do evento, são 80 mil títulos de mais de 500 editoras que participam da grande feira de livros que visa, dentre diversos objetivos, a fomentação da leitura no Estado.

Observando o evento com um olhar crítico, não se pode deixar de ressaltar que, mesmo se tratando de uma iniciativa posta em prática de forma pra lá de atrasada, levando-se em consideração, sobretudo, a forte tradição da literatura na história da Paraíba, berço de escritores esplêndidos como Augusto dos Anjos e José Lins do Rêgo, o acontecimento é, sem sombra de dúvidas, muito bem vindo.

Afora os intentos apresentados pela organização do evento publicadas por toda a imprensa paraibana, o evento também não deixa de ser uma clara demonstração da força desta mídia impressa que, ao contrário do que previam os apocalípticos da era digital, continua viva e cada vez mais fascinante.

Uma mídia que, apesar dos baixos índices de leitura que caracterizam uma das mais danosas realidades do nosso país, permanece nas prateleiras diversas espalhadas por todo o Brasil, a disposição do leitor, sujeito este que, muito mais que o livro em si, carece de iniciativas efetivas por parte dos governantes e da sociedade em geral. Isto porque, não podemos ignorar o fato de que o hábito da leitura, é um antes de tudo, um dever de todos cidadãos comprometidos com a ordem e o progresso.

Afinal de contas, não se pode negar que, mesmo vivendo o ápice da chamada era digital onde as novas mídias se proliferam numa velocidade pra lá de estonteante fascinando as velhas e novas gerações, muito mais que aparatos tecnológicos, parafraseando esta verdade eterna do inesquecível Monteiro Lobato: é de livros e homens que uma nação permanece sendo construída.

Além do mais, corrigindo um equívoco de caráter conceitual pragmático característicos dos tempos em que vivemos, em que mídia passou a ser sinônimo de meios de comunicação e aparatos eletrônicos, não se pode esquecer de que o livro também é mídia. E mídia por excelência!.