Sejam Bem Vindo (a)!

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Cultura em crise!

Em crise financeira há vários anos, a TV Cultura vem passando atualmente, por um dos momentos mais nefrálgicos de sua existência e que acarreta na demissão em massa de funcionários, mudança radical da grade de programação e ameaça de a estatal ser vendida a grupos privados.

A situação caótica em que se encontra a, diga-se de passagem, melhor TV pública brasileira, está descrita no blog do jornalista Daniel Castro. Segundo ele, em nota divulgada recentemente, a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, afirma que a TV “precisa se renovar”, pois “perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente”. Palavras do presidente da entidade, João Sayad que, conforme nos informa o jornalista em seu blog, pretende transformar a emissora da atual produtora de conteúdo em uma co-produtora, enchendo a grade com programas comprados.

Também cita mudanças que seriam implementadas no jornalismo, que deixaria a cobertura do factual para investir em debates. As propostas estão sendo discutidas pelo Conselho da Fundação Padre Anchieta e em breve, deveremos ter uma posição dos membros acerca do futuro da TV que, indiscutivelmente, é a única emissora de TV em que os pais podem confiar de deixar seus filhos de todas as idades, conectados a ela, sem maiores prejuízos morais e ideológicos.

Trata-se de mais um nítido espelho de como funciona o mercado que rege os meios de comunicação de massa no Brasil e no mundo, em que prevalece, o poder comercial e os interesses meramente mercantis. Conteúdo e forma de conteúdo, fica para o segundo plano!. Trata-se da crise da cultura em todos os aspectos em nosso pobre país. Lastimável!.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A PEC dos jornalistas: a luta continua!

Em andamento no Brasil há pouco mais de um ano, a luta da classe dos jornalistas pela restituição à obrigatoriedade do diploma acadêmico como exigência para o exercício da profissão alcança um dos momentos mais aguardados. Conforme texto divulgado no site da FEderação Nacional dos Jornalistas - FENAJ, "As atenções dos jornalistas brasileiros se voltam para o Congresso Nacional nesta semana, quando serão retomadas as atividades legislativas após o recesso parlamentar de julho".

Trata-se da decisão em cima da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/09, do senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE), uma das matérias que podem ir à votação em plenário neste período de esforço concentrado. Tramitando em regime especial de votações, a PEC 33/09, que restabelece a exigência do diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão é uma das matérias apontadas como prioritárias por acordo entre as lideranças partidárias antes do início do recesso. Mas não foi à votação no esforço concentrado realizado no dia 7 de julho.

Não obstante, é bom lembrar que a pedra, no caso, poderíamos chamar de verdadeira 'rocha' que se encontra travada no caminho dos jornalistas para a vitória no Senado, é o seu próprio representante maior, o senador José Sarney, proprietários de um dos maiores grupos de comunicação do país e cujo cargo exercido no SEnado, certamente, está longe de qualquer isenção, ou mesmo, 'boas intenções' para com os 'proletariados da indústria da informação'.

Contudo, como a esperança é a última que morre e o brasileiro não desiste nunca. Confiemos na força credível dos jargões e aguardemos o próximo capítulo dessa novela que, a julgar pelos trâmites até aqui registrados, está mais para uma mini-série com um número de episódios indeterminado...

domingo, 1 de agosto de 2010

Jornalismo, Internet e a era da opinião....

Pesquisas realizadas em várias partes do mundo continuam revelando uma mudança significativa no modo de produção e recepção do principal produto jornalístico que é a notícia, com o advento do avanço das chamadas midias sociais. Nesse sentido, o blog continua sendo o principal canal responsável por esse fenômeno, já visto por muitos como a última maior revolução no mundo da comunicação e de transformação no jornalismo. Os últimos dados mais curiosos estão numa pesquisa norte-americana divulgada a pouco mais de um mês e que derrubou uma série de mitos e preconceitos sobre a polêmica relação entre jornalistas profissionais e blogueiros na produção de noticias. Realizado pelo Project for Excellence in Journalism (Projeto pela Excelência no Jornalismo - PEJ), o trabalho assegura que os blogs e os twitters lideram folgadamente a produção de noticias sobre ciência e tecnologia. é bom dizer que não é lá novidade, uma vez que há tres anos, já foi divulgada uma outra análise, segundo a qual, a imprensa tradicional norte-americana passou a se pautar pelos blogs mais difundidos no país do tio Sam.

Os resultados dessa última pesquisa vão ao encontro de diversas outras já divulgadas, segundo as quais, mais da metade dos norte-americanos já se informam mais na internet do que nos meios jornalísticos convencionais como jornais, revistas, rádio e televisão. Em contra-partida, segundo a pesquisa aqui mencionada, quase 99% das informações publicadas online ainda tem origem em veículos convencionais. Um dado também significativo. Mais que a resistência e permanência da existência da mídia tradicional no mundo contemporâneo dominado pelas midias virtuais, os números reforçam para um outro fenômeno ainda pouco discutido e até mesmo ignorado por muitos.

Trata-se do crescimento avassalador do gênero opinativo na chamada sociedade da informação, na qual, cresce a cada dia, a sede por explicações e interpretações acerca de muitos dos fatos e temas proliferados nos noticiários dos diversos tipos de veículos de comunicação. Pelo cenário já exposto, já se pode constatar que, mais que uma democratização e pluralização de fontes de informação, a popularização de mídias como o blog aponta para um fortalecimento de pulverização e sedimentação do mercado de consumo de opiniões. Não nos admiremos se, em breve, surgir no mercado editorial, o livro "Opinião - um produto á venda", parafraseando uma das obras clássicas do jornalismo brasileiro, de autoria da pesquisadora Cremilda Medina.

Não obstante, é bom ressaltar, que estamos falando aqui de um produto ainda mais poderoso e com sequelas mais duradoras. Referimo-nos à opinião balizada, bem fundamentada e advinda de emissores com capacidade para emitir juízos de valores sobre os fatos e temas divulgados no espaço midiático e consumidos por milhões de pessoas.

E, nesse caso, o jornalista, por motivos óbvios, pode e deve apresentar vantagens nesse conflito que põe de um lado, a figura do profissional de imprensa como ainda o arauto da informação sólida e contextualizada, de outro, o blogueiro, esse novo ser informante e opinante que, em geral, navega ao sabor dos ventos da pluralidade comunicacional, sem o domínio da técnica de apuração e desenvolvimento dos dados de interesse público.

Uma coisa é certa, seja jornalista ou mesmo blogueiro, o fato é que a qualidade e sustentabilidade da versão dos fatos, continuará fazendo a diferença nesse mundo cada vez mais caótico e complicado em que, do contrário do que já defendia, há décadas, a dupla de ‘gurús’:Raul Seixas e Paulo Coelho, melhor seria ter uma opinião formada sobre tudo, do que ser uma metamorfose ambulante....