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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DB e O Norte: o fim de mais de um século de jornalismo

Depois do Jornal do Brasil que saiu de circulação em agosto de 2010, agora foi a vez de dois outros jornais impressos tradicionais fecharem as portas. A crise desta feita atingiu a imprensa paraibana, varrendo das bancas de revistas e das mãos de milhares de assinantes, dois dos mais antigos veículos de comunicação da Paraíba e do Brasil: O Diário da Borborema (55 anos) e o Jornal O Norte (103 anos), ambos pertencentes ao grupo Diários Associados.

A notícia pegou de surpresa a sociedade paraibana nessa quinta-feira, 3 de fevereiro, que certamente entrará para a história da imprensa paraibana e brasileira. Um lastimável e lamentável fato que marca o fim de mais de um século e meio de atividades de dois jornais cuja saída de circulação, empobrece ainda mais o jornalismo brasileiro.

Um acontecimento que, de outro lado, comprova, como já asseveram os boatos (que nada mais é do que uma notícia não publicável) a má gestão adminstrativa que vem tomando conta de alguns dos grandes grupos de veículos impressos do país. Um resultado que aponta para a incapacitação e ineficiência que alguns desses grupos empresariais tem apresentado diante dos desafios impostos pela era da comunicação contemporânea, regida de forma determinante pelas dinâmicas e contundentes inovações tecnológicas eletrônicas.

Inovações essas que, diga-se de passagem, tem se tornado o grande algoz dos jornais tradicionais em desabamento, ao serem apontadas como o grande e recente investimento de 'transformação' de tais veículos. Foi assim com o Jornal do Brasil e agora com os dois jornais paraibanos, cujo discurso oficial de despedida é revestido pelo conceito de praticidade e modernidade. É assim que se ler na tarja explicativa, porém, injustificável: DB e O Norte, agora na versão online, mais modernos, mais atuais, mais completos.....

A prova da ingerência dos grupos por trás dos veículos entretanto, se comprova, de um lado, por meio dos índices de crescimento que vários jornais tradicionais vem obtendo nos últimos anos, e por outro, pelo sucesso que vários dos periódicos impressos recém lançados em vários estados vem apresentando. Jornais que trazem consigo, inovações advindas de ideias novas e não propriamente de novas tecnologias...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A crise na grande mídia

As notícias divulgadas neste início de ano sobre o campo profissional jornalístico não são nada animadoras para a categoria. Ao que parece, a onda avassaladora de uma crise que se arrastou por todo o ano passado e que contabilizou mais de 500 rescisões de contratos, se perpetua varrendo as redações dos grandes veículos de comunicação do país, resultando na demissão de centenas de jornalistas. Só nos últimos 30 dias, foram anunciadas, segundo informações divulgadas no portal do comuniquese.com.br, a demissão de profissionais de três dos maiores grupos midiáticos do país: Record, Abril e Band.

A última onda de demissão coletiva anunciada foi da Band que teria dispensado de seus quadros fixos, cerca de 70 profissionais entre repórteres, produtores e editores. Na verdade, esse tipo de notícia tem ocupado, cada vez mais,as principais manchetes dos portais especializados na cobertura sobre a mídia, a exemplo do portal anunciado e, obviamente, preocupado aqueles que vivem de uma das mais relevantes - nem por isso valorizadas, profissões da contemporaneidade.

Em contra-partida, a luz no fim do túnel parece estar vindo das empresas de TV´s por assinaturas que, depois de passarem por uma forte crise no final da primeira década passada, apresentam avanços animadores. Nesse sentido, uma das noticias mais recentes divulgadas dá conta de que a TV Fox irá contratar 200 profissionais. A boa nova vem da FOX Sport Brasil, um dos braços dessa que é uma das maiores empresas midiáticas multinacionais em franco desenvolvimento no Brasil. Aliás, outras váriras contratações deverão ser feitas ao longo dos anos vindouros em que a terra de Cabral sediará dois dos maiores e mais lucrativos eventos midiáticos do mundo: a Copa e os Jogos Olímpicos. Depois disso, só Deus dirá para onde migrarão essas mãos de obras qualificadas...



Como se vê, nem tudo parece estar perdido, muito embora, sem querer ser um tanto pessimista ou desagradável, resta saber quais as condições salariais e de trabalho apresentados aos novos contratados. E essa, vale salientar, diz respeito a uma das mais duras realidades porque passa a grande maioria dos jornalistas que sobrevivem da imprensa nos veículos situados fora da área de circunscriçaõ da chamada grande mídia. Profissionais situados, bem abaixo da ‘linha do equador brasileira’. Trocando em miúdos, os profissionais que labutam fora do eixo sul-sudeste e que são responsáveis pela dinâmica rede de fluxo informacional interiorana do país. Mas essa é uma outra questão para um outro comentário...