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quinta-feira, 15 de março de 2012

A avalanche de desempergo e mudanças radicais na midia brasileira

Depois da TV Cultura e a TV+, emissora pertencente a um dos grupos de mídia privados que atua na região Sul/Sudeste, agora foi a vez da Rede TV realizar uma demissão coletiva e colocar na rua de um dia para o outro 40 funcionários que integravam diversos programas jornalísticos da emissora. Juntas, só essas tres emissoras de TV demitiram nas últimas semanas, cerca de 150 profissionais da imprensa.

Como foi postado no comentário anterior, trata-se de mais um reflexo incontestável de uma crise que assola a mídia brasileira e começa a reformular um dos mercados que, vale salientar, em detrimento desse aparente caos, continua sendo um dos meios mais lucrativos no mundo.

A rotina de demissão dos profissionais da imprensa está se tornando um fato tão certo que tem amedrontado jornalistas de todo o país. Profissionais que, como se não bastassem as inúmeras precariedades que enfrentam no dia a dia no exercício da profissão, dentre eles a própria ameaça de vida, agora lidam com o clima de instabilidade cada vez mais ameaçador dentro das empresas.

O curioso é que quase não se vê manifesto dos sindicatos e demais órgãos representativos da categoria. Mais um sinal da precariedade do poder de mobilização destes que, vale salientar, executam um dos mais belos e imprescindíveis serviços cívicos à sociedade. Essa precariedade se reflete, sobretudo, naquilo que para muitos já consideram uma luta inglória, que é o resgate da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, algo que se arrasta há mais de dois anos sem nenhuma previsão otimista.

Por outro lado, essa onda de demissão que se arrasta há anos começa a chamar a atenção dos jornalistas para uma situação real e indiscutível que são as mudanças radicais porque passa o mercado midiático e as formas tradicionais de se fazer jornalismo. Uma realiadade que nos últimos anos já foi incorporada pelos cursos de jornalismo os quais começam a reformular suas grades curriculares no sentido de torná-las mais atuais e flexíveis, abertas às novas possibilidades de atuação no competitivo mercado da industrialização a informação.

E, nesse sentido, passam a se enxergar as diversas possibilidades de se trabalhar de maneira autônoma, ou seja, desvinculados dos contratos empregatícios com os grupos de comunicação para quem os jornalistas não passam de meros operários da informação. Nesse sentido, além do número cada vez maior de criação de agencias de assessoria de comunicação e das diversas outras formas de contratação para serviços de assessoramento, cresce o índice de profissionais que estão investindo nas chamadas novas mídias, reforçando o mercado da chamada comunicação alternativa.

Eis algo antes visto de forma totalmente utópica e inconsistente mas que com os avanços dos reflexos das novas mídias na sociedade em rede, começa a ser encarado de forma otimista. O fato é que é preciso perceber que a comunicação social é hoje um dos fenômenos em franca transformação no mundo contemporâneo e que tem exigido, além da competência técnica, criatividade e ousadia. E que, nessa nova conjuntura, o perfil que melhor se adequa ao novo profissional da mídia é o de gestor comunicacional.

Um campo extremamente amplo, diversificado e que aponta para as diversas novas necessidades de atuação de um profissional atualizado e antenado com as nuances do mundo moderno e atento às necessidades da sociedade civil organizada. Em meio a essa nova conjuntura está a amplitude dos serviços gerados no chamado terceiro setor para onde converge um número cada vez maior desses novos profissionais da mídia. De olho na mídia!