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quarta-feira, 10 de junho de 2009

A mídia e a megalomania dos festejos juninos

Assim como acontece a cada ano, durante o período dos festejos juninos, Campina Grande volta a ganhar destaque no cenário nacional, pautando a grande mídia em torno da cobertura do evento auto intitulado como Maior e Melhor São João do Mundo. A rotina é a de sempre: a cada semana, profissionais dos principais órgãos de imprensa do país se deslocam até a cidade para a produção de matérias jornalísticas para o orgulho dos campinenses e, mais ainda, da Prefeitura Municipal que se gaba em ver a imagem da Rainha da Borborema nas telas das TV´s, páginas e capas de jornais e revistas como símbolo das festividades juninas.

Até a presente data já desembarcaram na cidade, jornalistas da Record, TV Diário, SBT, a Band e um repórter do site G1 da Rede Globo. Não obstante, as pautas – como muito bem destaca através de sua visão crítica, o professor Cidoval Morais,– assim como acontece com a mídia local, são repetitivas e carentes de uma maior criatividade quase sempre se restringindo às informações e enquadramento fornecido pelo órgão gestor e organizador da festa. Saindo de Campina, esses mesmos profissionais se dirigem até a cidade vizinha, Caruaru, num roteiro para lá de previsível. A angulação da pauta, idem, ou seja: dar continuidade ao clima de competição entre as cidades que disputam a cada ano, o título megalomaníaco de quem realiza o maior e melhor São João do mundo!.

Trata-se, vale ressaltar, de uma realidade que longe de acontecer apenas em ocasiões como esta, retrata uma prática comum da mídia em geral que, como se vê cotidianamente, segue a risca o plantão de notícias requentadas no ritmo do vale a pena ver de novo, do mesmo jeito e sob o mesmo ângulo. A saída para esta situação de mesmice que congela a dinâmica e contraria a essência do bom jornalismo está única e exclusivamente na formação dos novos e futuros profissionais de imprensa, os quais, ao que se espera, possam lançar novos olhares sobre os mesmos fatos descobrindo nestes, algo de novo.

Só assim, poderemos, quem sabe, assistir a uma cobertura jornalística inteligente acerca dos festejos juninos, a qual fuja dos lugares comuns, olhares repetitivos e, sobretudo, da megalomania em torno da realização dos festejos juninos que tanto contaminam as pautas da grande mídia, ano a ano.