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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jornalista: um permanente militante em causa própria

Como se não bastassem os inúmeros desafios e percalços com que o jornalista costuma enfrentar no dia a dia no cumprimento de sua função, muitas vezes, pra lá de espinhosa, paralelo a isso, esse abnegado profissional continua tendo de enfrentar outros desafios em prol da garantia de seus direitos básicos. Dentre esses estão o direito a um salário mais justo e a altura de sua competência e à garantia pela liberdade plena de expressão. Tratam-se, vale salientar, de bandeiras de lutas antigas e que, mais recentemente, se ampliaram com a luta pelo retorno da exigência do diploma de jornalismo no exercício da profissão.

Ilustrando a situação constante e lastimável que diz respeito ao primeiro dos direitos mencionados acima, os jornalistas do Rio Grande do Norte realizaram recentemente, em Natal, uma nova manifestação contra os baixos salários e condições precárias de trabalho, realidade esta que, lamentavelmente, está longe de ser uma particularidade dos colegas potiguares. A situação se repete em praticamente todos os estados brasileiros produzindo como um dos efeitos, a migração de muitos jornalistas para outros campos profissionais em busca de melhores condições de vida.

Um quadro real que se tornou ainda pior depois da vitória – até então – dos donos da mídia sobre a categoria no que diz respeito à queda do diploma acadêmico. Como não é mais novidade para ninguém, o achatamento salarial é uma das conseqüência danosas advindas dessa jogada artimanhosa da qual faz parte, vale ressaltar, os parlamentares e senhores juízes, muitos desses proprietários dos impérios de comunicação no país. Afinal de contas, mão de obra desqualificada é mão de obra mais barata.

O que tem amenizado essa que é uma das mais duras lutas já traçadas pelos jornalistas brasileiros, é a contra-partida advinda de alguns estados onde, a exemplo do que aconteceu no Rio Grande do Norte, as assembléias legislativas tem defendido a contratação de jornalistas exclusivamente diplomados. Foi assim que, no último dia 23 de novembro, a Assembleia Legislativa do RN aprovou um projeto de lei que regulamenta a contratação de jornalistas no âmbito da administração estadual apenas para aquelas pessoas que comprovem a formação superior em Jornalismo. O projeto, de autoria do deputado Fernando Mineiro (PT), foi aprovado por unanimidade pelos 19 deputados presentes.Paralelo a esses confrontamentos, a FENAJ iniciou neste mesmo mês, os preparativos para a produção de seu Relatório Anual da Violência contra Jornalistas, particularmente quanto aos direitos às liberdades de expressão e de imprensa. A entidade também pretende fazer uma parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para levantamento de outros indicadores de violações de direitos básicos da cidadania praticados contra a categoria, conforme está publicado no site oficial da entidade.

Só em 2009 foram registrados 58 agressões contra jornalistas. Não obstante, é bom ressaltar que, dentre os casos registrados não faz parte aquela que, sem sombra de dúvidas, é a pior de todas as agressões e que fere em cheio os direitos básicos e essenciais ao ser humano e cidadão que exerce a profissão de jornalista que é a conquista de um salário decente. Até quando essa bandeira permanecerá hasteada nos quartéis de resistência desta, cada vez mais está enfraquecida categoria, é um pergunta a espera de resposta...

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