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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Os primeiros indícios da Confecom

Acontece em Brasília a tão aguardada 1ª Conferencia Nacional de Comunicação (CONFECOM). Previsto para se estender até o próximo dia 17, o evento, como já era esperado, foi aberto num clima tenso com direito a vaias, protestos e alguns poucos aplausos dirigidos ao presidente Lula. Tudo natural, em se tratando de um acontecimento que reúne segmentos diversos da sociedade civil organizada e, sobretudo, por se tratar de um campo de correlação de forças entre a esfera pública, melhor representada por diversos movimentos sociais, e a esfera privada, representada por parte do empresariado dos meios de comunicação que aceitou em participar do acontecimento rejeitado pela maioria da categoria.

Entre os auto-excluídos da discussão sobre a democratização da comunicaçaõ no Brasil está a Rede Globo que, além de se retirar da proposta de discussão levantada pela Confecom, usou o JN para retaliar a iniciativa, utilizando para isto do mesmo discurso sem sentido levantado contra a exigência do diploma em Jornalismo. Prendendo-se num dos tópicos de discussão proposto pela conferência que é o controle social da mídia, o grupo de monopólio global se achou ameaçada no seu sagrado direito de liberdade de expressão taxando a proposta como uma censura aos órgãos de imprensa. Mas como diz um dos bordões repetido inúmeras vezes na abertura do próprio evento, nesta segunda-feira: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”.

Aliás, a TV Globo foi duramente bombardeada pelo representante da única grande TV aberta que se fez presente ao evento, o diretor presidente da emissora, Johnny Saad ao ressaltar, de forma subliminar, o monopólio da empresa dos Marinhos no meio da Tv por assinatura e no mercado midiático em geral.

Em síntese, se o saldo do evento não for positivo para os movimentos sociais e a sociedade civil como um todo, ao menos também não será tão boa para os representantes empresariais do ramo da mídia no país, cuja máscara de democratas está cada vez mais deixando-se cair por meio da postura da categoria na Confecom. Voltaremos a comentar o desdobramento deste evento que certamente, se não for revolucionário como se espera que seja ao ponto de apontar para novos rumos da comunicação no país, ao menos revelador se fará. Aguardemos e acompanhemos o desenrolar dos próximos dias.

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