Sejam Bem Vindo (a)!

Mostre que você não apenas é observado, mas também um observador da mídia...

sábado, 5 de dezembro de 2009

A guerra do Google com a indústria jornalística

A briga entre a Associação Mundial de Jornais (WAN) com o Google em torno do acesso gratuito ao conteúdo dos jornais na internet configura-se como um dos principais dilemas e desafios que está longe de ser resolvido na chamada era cibernética. Por outro lado, também aponta de maneira inequívoca para as transformações que a internet vem provocando nos meios tradicionais midiáticos, cujo segmento mais atingido tem sido o de jornais impressos.

O dilema entre as duas entidades empresariais ressalta a discussão complexa que gira em torno das mudanças estruturais e logísticas de funcionamento que os jornais estão sendo obrigados a enfrentarem num mercado regido por novas leis e novos tipos de consumidores.

O problema maior é que os donos dos grandes grupos empresariais jornalísticos ainda não se conformaram com esta realidade, a qual os coloca – pela primeira vez na história da imprensa mundial – em posição um tanto desconfortável. Para esses, em síntese, não resta outra alternativa a não ser correr atrás do prejuízo e se adaptar ao admirável mundo novo tecnológico. E, é bom ressaltar que, neste sentido, a culpa não é da gigantesca Google, que numa análise macro, equivale a uma pequena fração do que a Internet ainda irá proporcionar pela frente.
Entre as saídas para este dilema vivida pela categoria empresarial está a distribuição gratuita de jornais, algo impensável ainda para muitos mas que tem aumentado o número de adeptos espalhados pelo mundo afora.

Outra estratégia simples é aproveitar de maneira positiva a popularidade que ferramentas agregadoras como a Google oferecem ao massificar o endereço eletrônico do jornal. Afinal de contas, achar que é possível manter em sigilo ou sobre controle qualquer que seja o conteúdo postado na internet, é ingenuidade.

Por isso mesmo a discussão em torno dos direitos autorais no uso de notícias pelos chamados "agregadores" na internet, em que o Google News é líder, é algo que consideramos extremamente inútil e que sempre irá contrariar os grupos que sempre puderam manipular e manter a informação sob controle. Coisa do passado.

Como defendeu recentemente o presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, a empresa não é culpada pelos problemas da indústria jornalística na transição para a era online. Em matéria publicada recentemente no Wall Street Journal e republicada no site do comunique-se, o empresário cibernético disse ainda que muitos dos ataques dos proprietários direcionados ao Google, advém da revolta dos executivos do ramo que estavam acostumados em conseguir todos os benefícios das relações de negócios sem dar muito em troca.

De acordo com Schimdt, as editoras precisam explorar uma nova forma de fazer dinheiro com notícias na Internet, ao invés de estarem culpando a Google, a internet pela queda no faturamento. Até mesmo porque trata-se de um fenômeno que, diga-se de passagem, já era previsível com a expansão da internet.

O fato é que nesse dilema que mais parece a antológica e decantada briga do diabo com o dono do céu, certo mesmo só está aquele que melhor sabe tirar vantagens do fabuloso e ainda indecifrável mundo novo em que os caminhos que levam ao céu se multiplicam a cada instante. A cada click do mouse.

Nenhum comentário: