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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Jornalismo deficiente

“Curso vai preparar jornalistas para a cobertura de gênero, raça e etnia”, noticiava uma matéria publicada recentemente no site do comuniquese. Nas entrelinhas do enunciado que falava de uma iniciativa da ONU em parceria com a FENAJ, podia-se ler, claramente, mais um diagnóstico da deficiência da imprensa brasileira no tocante a uma cobertura de qualidade, sobretudo, em se tratando de problemáticas sociais envolvendo realidades vivenciadas por grupos sociais específicos a exemplo dos mencionados no título da matéria.

Trata-se, como não é mais novidade para nenhum brasileiro, de um traço característicos do jornalismo brasileiro que, cada vez mais demonstra-se superficial e, em alguns casos, totalmente despreparado ao tratar de determinados assuntos.

Atentos a essa realidade que há décadas vem sendo objeto de estudos acadêmicos e denunciadas por pesquisas, entidades civis das mais diversas apresentam iniciativas voltadas a uma melhor qualificação do trabalho de cobertura jornalística no sentido de, não apenas capacitar melhor os profissionais da imprensa que, vale ressaltar, em sua maioria, não dispõem de recursos e condições de apresentar um trabalho devidamente qualificado, mas também contribuir com a tão propagada democratização da informação.

Informação essa que, na qualidade de produto midiático master, mesmo se tratando da mercadoria mais valiosa e vital ao desenvolvimento da sociedade contemporânea, ainda é explorado de forma muitas vezes sem nenhum esmero e, menos ainda com a profundidade necessária.

Trata-se aqui de um combate a um tipo de tratamento que compromete aquilo que é mais propagado como máxima e, por vezes, slogan pela indústria do noticiário que é o comprometimento com a cidadania. É assim que, cresce pelo país a fora, os cursos de capacitação voltadas a temáticas específicas, a exemplo dos gêneros, educação e meio ambiente.

Algo que vem sendo também combatido dentro das universidades e, sobretudo, através de cursos de comunicação social com ênfase no viés crítico na formação do comunicólogo, a exemplo dos cursos de Educomunicação que começam a surgir no Brasil.

Em outras palavras, muito mais que os cursos de jornalismo, a qualificação do processo de produção e circulação da informação é hoje um desafio de várias outras vertentes acadêmico-científicas que surgem como reflexo da ansiedade que brota do seio social por uma mídia mais eficiente e comprometida com a educação.

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