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domingo, 13 de março de 2011

A onda de demissão na imprensa

O ano de 2011 vem se demonstrando nada promissor para a classe dos jornalistas profissionais brasileira. A categoria vem sofrendo o que se pode chamar de uma onda devastadora de demissão em massa. Só de janeiro para março já foi registrada a demissão de mais de 100 profissionais da imprensa de diversos veículos do país. Agora por último, foi a vez do Portal da Rede TV! que, segundo notícia veiculada em alguns sites, demitiu, de uma só ‘tacada’ 22 dos 23 jornalistas pertencente à equipe do canal online da emissora.

Algo idêntico ao jornal O Estado de São Paulo que, em fevereiro, anunciou a demissão de 22 profissionais, tanto da versão impressa, como no online. isso sem falar na TV Cultura que em fevereiro, demitiu cerca de 100 profissionais, dentre os quais, diversos jornalistas. Trata-se de algo cada vez mais comum no cenário da chamada grande mídia que, conforme já foi alvo de comentário aqui neste espaço, vem passando por uma grande transformação em seu quadro funcional.

Não obstante, apesar de se tratar de algo sempre lamentável uma vez que não há nada mais terrível para qualquer profissional que o desemprego, o que mais tem chamado a atenção nesses casos tem sido os motivos por trás dessa onda de demissão de jornalistas.

Na maioria dos casos, as demissões tem sido decorrentes da total falta de respeito dos donos dos grupos empresariais midiáticos aos profissionais da imprensa que, como acontece desde sempre, parecem estar cada vez mais longe da tão propagada liberdade de imprensa.

Pelo menos é o que tem sido posto pelos sites oficiais dos sindicatos profissionais e entidades representativas da categoria, segundo os quais, grande parte dos jornalistas tem sido demitida por reivindicar melhores condições de trabalho e, o pior, por trazerem á tona, por meio de matérias, certas verdades inconvenientes à classe patrocinadora dos veículos de comunicação.

Basta citar como exemplo dois dos casos mais recentes noticiados. Um deles assegura que a direção do Portal da Rede TV! preferiu tirar do seu quadro de funcionários as pessoas que questionaram o modo de trabalho da gerência do RedeTV.com.br. Conforme notícia publicada pelo site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJ-SP), e confirmada por fontes que estavam trabalhando no site da emissora, a demissão do grupo formado por 22 jornalistas aconteceu em decorrência de uma carta que a equipe enviou para a direção da empresa, expondo problemas de gestão

O outro caso, pra lá de lastimável, teve como protagonista o repórter de política Aguirre Peixoto, jornalista da sucursal do Estado de São Paulo. Segundo informações, sua demissão teria ocorrido por pressão de um poderoso grupo do mercado imobiliário de Salvador, após uma série de reportagens que teria desagradado a empresários da construção civil, tradicionalmente um setor crucial entre os maiores anunciantes do jornal baiano.

Aqui na Paraíba, a situação não é muito diferente. Ventila-se no meio jornalístico e até mesmo fora dele que essa tem sido uma postura freqüente adotada por determinadas diretorias de sistemas de comunicação, os quais recebem, vez por outra, lista com pedido do corte da ‘cabeça’ de repórteres e apresentadores, os quais parecem desrespeitar uma máxima do mundo capitalista:'manda quem pode, obedece quem tem juízo...'.

Algo que só empobrece cada vez mais o jornalismo, campo esse que já sofre demasiadamente com as mudanças tecnológicas e socioculturais emergentes na sociedade contemporânea.

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