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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O fim do JB e os novos rumos do jornalismo impresso..

31 de agosto de 2010. Mais uma data a ser registrada nos anais da história da imprensa brasileira. Trata-se do dia da última edição impressa do Jornal do Brasil, o histórico JB. A partir de setembro, um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro passa a ser lido exclusivamente na versão digital, trocando definitivamente, as bancas de jornais pelo ciberespaço.

Mesmo se tratando de mais uma crônica da morte anunciada cuja causa está atrelada diretamente às sucessivas crises financeiras porque a empresa atravessa há décadas, o fim do JB no formato tradicional causou e, certamente, continuará causando, por um certo tempo, um sentimento de inquietude no âmbito jornalístico, muito embora, em maior ou menor grau, também fora dele. Não é para menos. Mais que um veículo centenário (fundado em 9 de abril de 1891), o JB representa uma das bandeiras de glória do jornalismo brasileiro, por onde passou a maioria dos profissionais da imprensa de renome nacional e que hoje, lamentam profundamente a parada das rotativas que levavam, diariamente, a centenas de milhares de leitores, os exemplares do lendário órgão de imprensa carioca.

Por outro lado, mais que um acontecimento de caráter saudosista, o episódio aumenta ainda mais as incertezas acerca do destino do jornalismo tradicional e que tem nos jornais impressos, o maior símbolo representativo. Será mesmo este o futuro dos demais jornais impressos do país, como, aliás, apostam diversos autores e estudiosos do jornalismo em várias partes do mundo?. Ou seria apenas mais um exemplo de empresa mal administrada cujo desfecho final foi o mesmo que acontece rotineiramente em qualquer outro ramo comercial?. Há anos, essa tem sido uma das temáticas mais polêmicas discutidas no meio jornalístico e nas faculdades de Jornalismo e que até agora não apontam para nenhum consenso.

Para os apocalípticos do jornalismo tradicional, se trata de um caminho sem volta para os jornais. De outro lado, estão os mais otimistas para quem os fechamentos da versão impressa de órgãos tradicionais como o JB,O Dia, Gazeta Mercantil, não passa de uma mudança natural imposta pelas novas regras de um mercado cada vez mais competitivo e do qual só sobrevivem as empresas melhor administradas, apontando como um argumento a favor dessa visão, o surgimento de outros jornais em todo o país.

Divergência a parte, o interessante a se observar no episódio referente ao veículo aqui destacado é que ironicamente se trata do órgão de imprensa que tem como slogan “O primeiro jornal brasileiro na internet” e que agora, deverá mudar para “O primeiro jornal brasileiro totalmente digital”... Mais do que isso, não se pode ignorar que, certamente, o advento da mudança radical porque passa o diário carioca, será, por um longo tempo, o principal e mais significante elemento ilustrativo das discussões sem fim em torno do destino da imprensa brasileira e, porque não dizer, mundial, cujo epicentro gira em torno, de um lado das novas práticas jornalísticas no processo de produção da informação e, de outro, da nova conjuntura mercadológica de sustentabilidade das empresas jornalísticas. E no meio desse cenário polêmico-discursivo, algo ainda mais abrangente que é a formatação do perfil do novo profissional da imprensa. Ou seja, um cenário cercado de crises e incertezas por todos os lados e do qual, a sobrevida das empresas jornalísticas é apenas uma das diversas facetas conjunturais.

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Rosildo,
Passei um tempo sem opinar mais estou de volta. Excelente matéria .
Se você em uma perspectiva mais ampla, todas as empresas precisam adaptar seus modelos de negócio continuamente para sobreviver no mercado, o que está acontecendo demorou muito em minha opinião. O novo formato deixa seus custos mais enxutos e a empresa fica mais competitiva. As árvores também agradecem a não impressão de milhares de exemplares. Em minha opinião a mudança é bem vinda, desde que se continue oferecendo a mesma qualidade do impresso.

abraço