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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Jornalismo Cidadão e os indicadores sociais

Jornalismo e os indicadores sociais

A Síntese dos Indicadores Sociais 2009, publicada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontando a Paraíba como o terceiro Estado brasileiro em concentração de famílias vivendo em situação de pobreza, representa mais um radiograma da realidade política de conseqüências socioeconômicas em que vive o nosso Estado.

Trata-se de uma notícia que, no contexto do jornalismo cidadão, deveria ser explorada ao máximo pela imprensa estadual, procurando cobrar da classe política não apenas respostas para esse quadro lastimável de indicador social, mas, sobretudo, solução para os problemas apresentados na pesquisa.

Os dados, referentes ao ano de 2008, mostram que 37,3% das famílias paraibanas que vivem em domicílios permanentes urbanos, sobrevivem com até meio salário mínimo por pessoa, patamar considerado pelo IBGE como situação de pobreza. Os números revelam o que está sendo viver nas cidades para onde, vale ressaltar, um número de pessoas cada vez maior, continua a migrar em busca de condições de vida melhor.

Afora os baixos salários, a falta de infraestrutura dos centros urbanos também revelados nos indicadores sociais, ressaltam o total descaso dos políticos para com os cidadãos, sobretudo, de baixa renda, para quem, o paliativo, conforme se vê, continua sendo apelar para o amparo divino. Não é a toa que as igrejas estão cada vez mais lotadas.

Pena que, ao contrário do que acontece com os fatos de natureza trágica, informações desse tipo não rendem uma cobertura jornalística extensa com um espaço maior nos noticiários diários. Trata-se de uma carência de que sofre toda a imprensa nacional para quem a prática do chamado Jornalismo Cidadão se restringe à criação de quadros temporários de prestação de serviços básicos para as comunidades que continuam desinformadas no que diz respeito aos seus direitos enquanto cidadãos eleitores. È o tipo de coisa que, enquanto não se mudar na imprensa como um todo, o descaso continuará reinando no campo das políticas públicas.

É preciso repensarmos o jornalismo enquanto a prática da responsabilidade social e não um mero mecanismo de registro de fatos e acontecimentos.Isso fica para os historiadores de quem estamos muito próximos no aspecto narrativo, mas distantes no papel social que nos compete.

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